Capítulo 6

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Eles ficaram um tempo em silêncio, quase 10 minutos, o recorde de Ketlyn em uma situação como essa, mesmo que fosse a primeira vez nessa situação. O fato é que ela não aguentou mais, tinha muitas perguntas e precisava de respostas. Se esperasse mais talvez explodisse! A cada minuto que se passava outras 5 dúvidas lhe invadiam a mente, se continuasse assim pobre Philip.

- Como você sabe o nome desse lugar? Tipo como sabe desse lugar? E dessa vez não pode fingir que não ouviu. – disse impaciente.

- Como explicar...

- Do começo talvez?

- Não é tão fácil assim... Temos um longo caminho pela frente e temos que fazer silêncio.

- Você não respondeu minha pergunta. – ela disse um pouco mais baixo. Vendo que não obtinha nenhuma resposta, acrescentou mais uma indagação - Para onde estamos indo?

Ele hesitou, demorando alguns minutos para responder:

- Minha casa. Talvez eu consiga abrir um portal para te levar de volta, minha mãe tinha um. - ele se apressou a explicar, antes que a menina pudesse perguntar algo - Tecnicamente aquele é o seu mundo, este é o meu. Onde nasci, cresci e vivi boa parte da minha vida. Eu estou falando da minha casa e não da casa do Caio, estou falando da casa onde minha mãe abriu um portal há vários anos para me levar pro seu mundo, talvez ele ainda esteja aberto, se não estiver vou tentar abri-lo.

O tom do menino era sério, mais que o comum... O que era um tanto assustador Mas isso não a intimidou, na verdade Ketlyn nem prestou atenção nisso, apenas na resposta e como ele havia respondido duas de suas perguntas isso era mais que um sinal verde para ela fazer outras.

- Você disse que não dava para ir pela rua, por quê? - ela estava pensativa, tentando ao mesmo tempo encontrar uma resposta sozinha.

- Eu já disse...

- Não seria mais fácil ir pela cidade? Você poderia acabar encontrando um conhecido...

- Eu não sei ir pela cidade está bem? – explodiu – Eu não andei muito por aquela rua, não sei bem o caminho por lá. Minha casa fica perto da floresta, contornamos a cidade por ela.

Ketlyn tentou com grande esforço, contudo não resistiu por muito tempo e começou a gargalhar.

- O que foi? – indagou perdido.

- Você não conhece sua própria cidade. – disse ainda rindo.

- Você também não conhece a sua, aposto que estaria mais perdida que eu, ainda mais se estivesse perto de uma fronteira sem ônibus ou carro.

A menina deu de ombros, enquanto o seguia pela trilha invisível a sua frente.

- Sem mais perguntas? – ele indagou surpreso depois de alguns minutos. Estava presenciando um milagre?

- É, tenho que pensar em outras mais importantes e listar a ordem que vou fazê-las.

Ele soltou um longo suspiro, já prevendo a torrente de perguntas que teria que responder em pouco tempo, exatamente depois de uns outros 10 minutos a torrente chegou.

Líber vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora