Capítulo 8

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O anoitecer não estava tão sossegado para Ketlyn e Philip. Caminhavam buscando aproveitar ao máximo o resto da luz do dia, porém as sombras já predominavam e a visão era quase nula, foi quando um barulho vindo de alguma moita próxima soou.

- O que foi isso? – sussurrou Ketlyn.

- Não sei. – respondeu o garoto do mesmo modo.

Eles observaram ao redor, se esforçando a fim de enxergar algo. O silêncio parecia durar eras, o que aumentava a inquietação na boca do estômago. Quando o som soou novamente, estava mais alto e do meio dos arbustos grandes olhos prateados podiam ser vistos.

Não demorou para quatro animais pularem da mata os cercando. Eram grandes do tamanho de leões, possuíam dentes afiados que saltavam da boca que espumava como se não visse a hora de atacá-los e já imaginasse até o sabor que eles teriam, suas caudas eram grandes e pesadas assim como suas quatro patas repletas de garras afiadas, suas orelhas estavam levantadas, eram cobertos de escamas que no escuro pareciam ser cinza com preto, apesar de alguns serem verdes com a cor escura o que dificultava vê-los quando estavam parados.

- Cuidado! – alertou Philip quando um deles ia atacar Ketlyn.

- O que são?! – perguntou nervosa, pegando o primeiro e maior galho que encontrou no chão.

- Drakos. O apelido pegou por serem parecidos com dragões, mesmo não tendo asas nem soltando fogo.

- Então vocês dão apelidos aos monstros? Se encontrarem um fauno vão apelidá-lo de que? – disse irônica, enquanto tentava afastar alguns dos animais batendo neles com o galho.

Philip deu de ombros irritado, não era hora de discutir. Tinham que pensar em um plano e rápido, os drakos eram um dos maiores perigos daquela floresta, sendo conhecidos por sua camuflagem durante a noite e ainda mais por seu veneno.

Vários outros começaram a atacá-los. Ketlyn tentou afastar um batendo, contudo ele foi mais rápido, pegando o galho dela e o quebrando com facilidade entre os dentes.

- Posso pirar agora?! - tinha certeza que iria morrer.

- Só se isso não funcionar. Torça para que funcione. – Philip disse hesitante começando a balançar as mãos, aquela era a única coisa que ele conseguia pensar.

- Isso? Isso o que?! – indagou histérica.

- Isso!

Ela deu um grito com o que aconteceu em seguida: os dois ficaram envoltos de um círculo de fogo que aparentemente Philip havia feito, mas logo sumiu e uma grande bola de fogo surgiu em uma das mãos do garoto, enquanto na outra surgiram várias menores que ele jogou nos drakos, que sem entender o que acontecia se debateram atordoados e assustados, correndo para longe em seguida.

A mecha de Philip estava mais alaranjada do que antes e assim que viu que os drakos estavam longe se deixou cair exausto.

- Por enquanto estamos vivos, acho que já foram embora também. – ele ainda segurava uma bola de fogo para iluminar. – Entendeu agora o porquê do silêncio?

Ele achava que poderia ter dado pior, o círculo ao redor deles foi uma forma que achou para se protegerem, enquanto tentava formar as bolas nas mãos, não poderia soltar todo o poder tão rápido já que ali fluia muito mais, então havia o risco dele pegar fogo e queimar toda a roupa.... Não seria algo legal.

- Vo-Você está pegando fogo?! – gaguejou boquiaberta, apontando para a mão dele. Sem dúvida seu cérebro tinha travado.

- Sim... Quer dizer não, é meio complicado, só que... – ele estava formulando a resposta quando viu um vulto indo na direção da menina – ABAIXA!

Líber vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora