Líber vol. 1

Capítulo 33

Quando Ketlyn saiu do portal não teve certeza de onde estava, talvez Líber ou Província, mas com certeza precisava parar de andar por esses portais que a levavam para sabe se lá onde. Esse pelo menos não havia a deixado tonta nem com dor de cabeça.

Todavia, quando tinha parado para notar o lugar que estava Ketlyn ficou estupefata e temerosa. Não reconhecia em nada o local, era uma sala branca com alguns poucos móveis, duas portas e uma grande janela que parecia possuir uma varanda na frente, apesar da enorme curiosidade da garota, ela não pode dar toda sua atenção ao local, pois logo ouviu alguns passos vindos da direção da porta. Apressada e sem pensar muito, Ketlyn acabou por se esconder entre alguns objetos encostada em uma parede.

Agora, ignorando todo o desconforto de sua posição, seu coração batia apressado com a visão do ruivo a poucos centímetros de distância com a adaga em mãos.

- Você. - ele repetiu feroz.

Ketlyn também se apressou a criar alguma arma, a primeira que veio a sua mente foi sua adaga. Todavia, antes que pudesse perceber o rapaz a prendeu contra a parede, tapando sua boca e segurando a mão a qual ela levava a arma.

- Já vou! - ele gritou ao ouvir o companheiro do lado de fora o chamando - Pode ir sem mim, vou demorar um pouco mais.

- Certo. - respondeu do corredor - Te espero lá.

Lian segurou Ketlyn mais um tempo até ouvir o som do elevador e assim que o fez a soltou.

- O que está fazendo aqui? Pensei que tinha me livrado de você! Era só pensar em Philip, qual é o seu problema? - Lian pegou o celular aproveitando para mandar uma mensagem a Mia, talvez ela pudesse ajudar. Ao mesmo tempo, a andorinha se aproximava e cantarolava algo.

Juntamente Ketlyn saiu de seu estupor e começou a disparar:

- É você mesmo! Você estava na casa de Philip! Espera, como sabe de Philip? Não me mata! Espera, como sabia que eu não estava mais aqui? Você mandou me matarem?

- As duas fiquem quietas! - ordenou, olhando irritado para Ketlyn - Você: foi você que falou o nome do garoto, apenas deduzi e não, não mandei te matar. E acredite em mim, ignora o que aconteceu lá! - ele se voltou para a passarinha - Eu sei que você pode ajudar e faz sentido, porque só três pessoas além de mim a viram, e sair do castelo não é difícil. Difícil é tirá-la da cidade! Ela não pode ir a pé! - ele parou suspirando quando notou que estava quase gritando - Não posso tirar você daqui, não tenho tempo. - falou para Ketlyn - E pode, por favor, baixar essa arma?

- Não! - respondeu de imediato - A menos que você faça primeiro.

Ele concordou relutante o fazendo, logo Ketlyn fez o mesmo.

- Certo, eu vou ter que ir. - Lian falou decidindo - Acho que dois dos guardas que te viram vão comigo. Você espera Mia aqui... - a ave nem deu tempo e começou a cantarolar irritada - Está bem, a guie para fora daqui então, ache Mia. Ela está com minha moto e pode emprestar a Ketlyn... E eu pensando que não tinha mais problemas. - ele se dirigiu para ela - Sabe pilotar uma moto?

- Já subi em uma. - respondeu apreensiva.

Ele concordou pensativo:

- Ela pode te dar uma ajuda nisso... A não ser que... Uma bicicleta! Você vai quase morrer indo com ela, mas você sabe andar com uma, certo?

- Sim. - respondeu certa - Mas não vou morrer mesmo, não é?

- É expressão. - falou rindo - Bom, desejo sorte para vocês e cuidado para não toparem com alguém que a viu. - firmou.

Ela assentiu um pouco desnorteada. O garoto quando não agia assustador era Douglas em pessoa, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa o celular emitiu um som.

- Eu tenho mesmo que ir. Mia vai encontrar vocês um pouco mais para frente da saída. - Lian já estava saindo, mas se impediu para dar um último aviso a menina - Não seja boba, não fiz isso por você, só não quero que me cause mais problemas.

Terminando ele saiu e seguiu para o elevador. Ketlyn estava perdida, porém o informe sério do rapaz não a assustou, ironicamente ela estava agradecida pela espécie de ajuda e só conseguia imaginar que se ele quisesse mesmo se livrar dela a teria matado, apesar de não ter total certeza disso.

- Ele é complicado, não é? - falou sorrindo para a ave que cantarolou animada.