Ketlyn só conseguiu ouvir a voz de Philip ficando cada vez mais longe, até se tornar inaudível. Agora, presa dentro de um saco em um porta-malas, ela se auto punia por não ter sido mais ligeira, como não percebeu que estava sendo sequestrada? Talvez fosse o pânico que a tomou quando aquele homem enfiou sua mão fedorenta em sua boca a impedindo de gritar, ao mesmo tempo que a imobilizou junto de outro amigo que a tirou dali, para em seguida a amarrar e prender suas mãos para trás com algemas que ela podia apostar serem muito parecidas com sua pulseira. Tudo isso aconteceu tão rápido que ela só se deu conta do que ocorreu no carro, enquanto era sacudida pela alta velocidade que os motoristas usavam, aparentemente sem qualquer amor por suas vidas, muito menos pela dela.
Lhe ocorreu de usar sua pulseira para escapar, contudo isso durou pouco. Primeiro, porque sentia dificuldades de se mover ali e se escapasse do saco, teria ainda que sair do carro, como faria isso sem eles verem? Com certeza ao sair do carro ela se machucaria, já que estava em alta velocidade e sabe se lá onde ela estaria daquele mundo. Além disso, talvez esse tivesse que ter sido o primeiro ponto, ela não havia posto a pulseira pela manhã, na verdade havia guardado no bolso da calça, que a essa altura estava impossível de alcançar.
Depois de várias horas, umas 3 ou mais Ketlyn não tinha como saber ao certo, só sabia que com todas as batidas que deu enquanto rolava pelo porta-malas estava toda dolorida, a ponto de não conseguir se mexer direito e podia apostar que logo estaria com roxos por todo o corpo. Quando o carro parou de maneira bruta, ela pode ouvir outras vozes que não eram só dos dois que a pegaram, tentando prestar atenção apenas conseguiu discernir poucas coisas, algo como: poucos Habilidosos, comentários maliciosos vindos dos homens sobre terem pego uma garota e estarem com pressa. Além de seus nomes que pareciam ser Francis e Malcom.
Ketlyn ouviu o som da cancela e logo o carro acelerou a jogando por todos os lados, enquanto buzinavam várias vezes. Em menos tempo do que o esperado o carro parou e os homens pegaram o saco onde a menina estava, cumprimentaram várias pessoas e pareceram não se importar em tentar sacudir menos o objeto, como se ali tivesse batatas ao invés de uma pessoa.
- Estamos indo para a prisão. – disse o que a carregava com toda a delicadeza de uma mula.
Quando abriram o saco e a tiraram de dentro, ela enfim conseguiu respirar direito. Ao mesmo tempo, se sentia cansada, estava com dor e tontura depois de tudo, ao menos a comida permanecia no estômago.
Terminando de fazer o relatório sobre seu estado, Ketlyn tomou um pouco de sua atenção para o local onde estava: uma sala branca com duas portas reforçadas, havia ela e mais três homens no ambiente o que fora suficiente para lhe encher de pavor. Um deles de olhos claros e loiro a segurava com força, outro de cabelos escuros compridos e terrivelmente oleosos estava a sua frente segurando seu queixo, enquanto o último e terceiro estava próximo de uma mesa com várias telas de segurança do que parecia ser uma prisão.
- Um belo produto este. - comentou o homem que lhe segurava o queixo - Tome conta dela enquanto pego nosso dinheiro.
O loiro assentiu apressado, Ketlyn podia deduzir que era o oleoso que havia acabado de sair que mandava. Uma coisa a menina não podia mentir: os homens que a sequestraram eram muito altos e amedrontadores.
- Hoje o dia foi cansativo. - comentou de maneira relaxada o loiro - Ei, você é novo aqui, certo? Tipo, faz menos de um ano que está aqui. Peter não é? - o guarda o olhou de maneira desinteressada, não queria papo furado, ainda mais com gente daquele tipo - Enfim, será que já pode guardar essa menina aqui na cela? Pode até fazer o que quiser nela, não conto para ninguém, sou só o mercenário.
O olhar do guarda era repleto de desprezo, enquanto se levantava e seguia rumo a garota.
- Você chega a dar nojo. - disse ao loiro pouco antes de ficar cara a cara com a menina - Tenho que ver apenas algumas coisas nela antes.
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Líber vol. 1
Fantasy"A garota estava apavorada, apesar das tentativas falhas se empenhava a fim de ajudar o amigo, mantinha vez após vez o esforço para estancar seu sangramento mesmo que sempre fosse inútil. Ela gritava a plenos pulmões, até sua garganta doer, mas ning...