Capítulo 18

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Ketlyn se manteve afastada por todo o restante do caminho, concentrada enquanto tentava organizar os pensamentos, seu olhar estava perdido no vazio e não havia falado mais nada desde aquele momento, na verdade nenhum deles havia falado. Philip a observava de vez em quando com um nó na garganta, Carla se matinha distraída notando o local e ficando de olho em ambos.

Quando chegaram a uma clareira de tamanho inexato, era óbvio que algo estava errado. Algo ali fazia com que o local alternasse de tamanho, diminuindo e dilatando a cada instante.

- Acho que era por aqui. - comentou Philip olhando ao redor.

- Não é hora para achismos, Philip. - falou Carla com dureza.

Eles trocaram um longo olhar até terem a atenção chamada por uma voz firme, porém infantil:

- Olha! Ora, ora... Visitantes? - a voz ecoava e parecia vir de todos os lados, ao mesmo tempo começavam a notar uma estranha fumaça violeta que se formava em volta - Será que me dariam a honra de saber o que vieram fazer aqui?

- Estou atrás de uma poção específica contra veneno de drako, me indicaram vir. Além do mais, tenho parentes na Província. - respondeu Philip.

Um silêncio pairou no ar por vários minutos inquietantes, até que a fumaça se dissipou, revelando uma clareira de tamanho fixo mediano e uma jovem de aparência máxima de 13 anos sentada em um galho.

A menina apesar de pequena, possuía um olhar analitico neles com uma atenção inexplicável, a cor de seus olhos também era algo que chamava a atenção, ao menos de Ketlyn, eram violetas junto com um azul plácido abundante levemente levado ao verde. Além disso, sua pele branca só ressaltava o tom leve rosado de suas bochechas e seu rosto redondo combinava com seu pequeno nariz, seus cabelos eram a segunda coisa que chamava a atenção da menina, eles eram desfiados e curtos acima dos ombros e sua cor azul ciano era muito viva.

- Sério? Uma criança? - comentou Philip indignado - Xispa, menina! Temos que falar com a guardiã e estamos sem tempo, então acho melhor você fazer suas brincadeirinhas em outro lugar. Agora cadê aquela múmia?

A menina esboçou um sorriso irônico para o rapaz pouco antes de desaparecer em uma fumaça e aparecer atrás dele.

- Que pena, criança. Não é que estava tentada em permitir sua entrada? - falou a jovem próxima do ouvido do rapaz, depois se afastou um pouco soltando uma risada sarcástica, enquanto aparecia pela fumaça no galho novamente, isso fez um frio percorrer a espinha dos três - Bom, vamos falar de negócios, se é que o amigo aí de vocês ainda consegue dizer algo. - ela apontou para Philip que no momento estava congelado de medo - Enfim, apesar de minha aparência devo ter mais de duzentos anos, só para alertá-los que já vi de tudo e sei como punir tudo, então não pretendam me enganar. - seu tom havia se tornado subitamente sério - Quero nome de todos, preciso saber quem são.

Um silêncio mórbido habitou o local por alguns segundos até que Ketlyn decidiu rompe-lo respondendo a pergunta recém feita:

- Me chamo Ketlyn, esses são Philip e Carla.

O sorriso irônico voltou a aparecer no rosto da menina, porém seu tom ainda era firme.

- É óbvio que não quero só os primeiros nomes. Preciso dos sobrenomes, quero saber de onde são.

Ketlyn hesitou, não tinha essa informação completa, por isso Carla se adiantou a responder:

- Philip Becker, Carla Hilma e...

- Ketlyn Brito. - completou apreensiva.

- Todos de Líber do Sul, capital. - continuou Carla segura.

A menina os fitou por muito tempo, especialmente Carla, como se não acreditasse no que tinha acabado de falar.

- Certo. - disse cruzando os braços - Veneno de drako... É uma poção de cura realmente difícil, mas detesto que fiquem mandando as pessoas para cá quando sabem que é expressamente proibido qualquer um entrar, portanto não posso deixar vocês entrarem aqui.

- Mas Philip precisa muito e tem família aí, isso não permite que ele entre? - indagou Ketlyn - Só precisamos da poção mesmo.

A jovem a olhou de cima a baixo com certa dúvida.

- Você não é daqui. - afirmou a guardiã - Só me tire uma dúvida: É ouriana? Não vi qualquer sinal de Habilidade em você.

- Que? Não, claro que não. Eu... Claro que tenho Habilidade. - Ketlyn pensou o mais rápido que pode - E é de portais. Eu acho portais, abro portais, tudo com portais. Isso.

Ela queria mesmo dar um tapa na própria cara, aquilo havia sido horrível!

- Você é péssima. - comentou a guardiã pouco antes de começar a gargalhar - Além de muito petulante. Portais? Isso está extinto. A única possibilidade neste mundo seria apenas na Província. Talvez se você tivesse pensado um pouco mais teria conseguido inventar uma história melhor.. - ela continuou comentando e gargalhando, até que pareceu notar algo ficando séria - Bom, mas isso não vem ao caso. Eu preciso verificar a possibilidade de entrada de vocês. Boa sorte.

Assim que terminou de falar, ela sumiu em meio a fumaça violeta.

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Oi pessoas! Tudo bem com vcs?

Sinto muito por não ter postado o capítulo ontem, tive alguns imprevistos relacionados ao trabalho e essa semana estou um pouco apertada com os estudos. De qualquer forma, podem confiar que vou evitar esses atrasos.

Sobre o capítulo, só quero comentar que a Ketlyn precisa de um abraço tadinha rsrs

Enfim, espero que estejam gostando e obrigada pela leitura!

Líber vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora