Capítulo 46

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Lian acordou com o bicar de Yoki e suas falas desesperadas. De súbito levantou e seguiu rumo a janela, já vendo o alvoroço que estava a vir, afinal o escudo estava caindo. O rapaz seguiu rápido para fora, dando ordem ao guarda que chamassem todos os envolvidos na última reunião, deveriam se encontrar na sala ao lado que era própria para tal, isso deveria ser feito velozmente já que se tratava de uma emergência.

Voltando a sua mesa, reviu os planos que havia feito nos últimos dias, todos eles: desde os principais até os reservas, logo ouviu o som de uma explosão e pode notar um dragão familiar atacando uma área próxima do castelo, mas não a construção em si.

Um sorriso se formou no rosto do ruivo, enquanto abria a janela e emitia o som habitual pelo qual o animal era chamado: um alto assobio. Poucos segundos depois lá estava a fera, a alguns centímetros de Lian, todavia o dragão já não carregava mais nenhum humano consigo.

- Se lembra de mim? Já faz um bom tempo, então não o culpo. - falou para o animal com certo humor, já faziam anos que não se viam, porém a resposta dele o surpreendeu - Isso! Preciso que o traga até aqui, é esse o seu alvo não? - o dragão pareceu ponderar - Não precisa se preocupar, será mais seguro para ele do que lutar com todos os soldados e o castelo está cheio deles, apenas o traga aqui. Eu tenho um plano e ele vai ficar bem. - firmou, porém o animal ainda inquieto emitiu um som baixo que provocou um sorriso no ruivo - E eu também. - estava mais do que seguro disso.

Assim que o dragão voou para longe o rapaz fechou a janela, mas não se esqueceu de Yoki:

- Você também deve ir, para bem longe. - porém a passarinha não pareceu aceitar a sugestão e começou a discutir - Não preciso ouvir isso, é para sua segurança. Espero que tenha ido antes de eu voltar. Eu vou te ver em breve. - falou antes de sair rumo a reunião, tinha que agir depressa.

***

- Qual a situação? - indagou, já entrando na sala onde várias pessoas se encontravam em volta de uma grande mesa.

- Os escudos caíram faz pouco tempo, aparentemente estão atacando ao redor, pelo menos por onde podiam atacar, rumo a cidade. Há um dragão também queimando algumas construções. - relatou uma das pessoas - Alguns estão atacando a rua principal, já mandamos alguns soldados para lá. A população estava dando início ao festival, então as ruas estavam lotadas.

- Certo, - falou pensativo - a prioridade é dar um alarme de evacuação dos civis, não podemos envolvê-los. Quanto aos liberianos, vão levar um tempo até chegar aqui e até mesmo no centro, os que estão aos arredores estão tendo que passar pela floresta. Isso nos dá uma vantagem. Enquanto estão afastados vamos nos preparar, criem armadilhas, especialmente em cima dos prédios, conseguirão pegá-los nas ruas de entrada desprevenidos, ainda mais sem os civis por perto. O dragão será um problema, suas escamas são duras demais, mas por hora tentem distraí-lo. Não vamos conseguir derrotá-lo.

- E os prisioneiros?

- Serão burros de irem direto a eles e mesmo que façam isso, todos estão fracos demais para saírem daqui, não conseguiriam, especialmente sozinhos. Acredito que Castilho também já tenha a equipe dela e um plano em ação. Então vamos nos apressar e me relatem qualquer mudança. 

Líber vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora