Querido Coração Confuso

Capitulo 3

Levantei e atendi.

- Alô? Sim está, quem está fa... Nick? Tive uma surpresa quando reconheci a voz. – Nick é você? Que bom, tá, vou chamar. –fiquei tão feliz ao atendê-la, mas do outro lado Nick não parecia estar nem um pouco empolgada por eu ter atendido ao telefone. Se ela não quisesse correr o risco era melhor ter ligado diretamente do celular de Mel.– Melina!!! Telefone para você é a Nicoli. – Melina que parecia estar entretida lendo sua revista, de repente se levantou deixando a revista sobre a mesa, veio até o telefone.

- Nick... Que bom, pensei que você não iria mais me ligar. Ata, que bom, vai levar quantas malas? Nossa! Aproveita bem, e tenta esquecer o Rio de Janeiro e tudo que tem nele, please! Pelo menos por esses dias... E vê se não se esquece de mim tá! Quero nem saber de você ficar com aquelas suas amiguinhas do sotaque enrolado não! – Melina riu. Daqui a pouco meus pais chegam, acho bom mesmo! Ok, beijos e até mais.

  Melina e Nicoli haviam se conhecido ainda no jardim de infância, e desde então sempre foram amigas.

- O que a Nick queria? Pra onde a vai? Com quem? –perguntei

- Não é da sua conta.

- é mas, já foi... – disse e me entristeci, Melina veio em minha direção e me abraçou.

 - olha irmão mais burro do mundo, espero que você e a Nick se reconciliem, acho que vai ser difícil mas não custa tentar, não sei se ela te perdoa por que se eu fosse ela não perdoaria uma traição.

- quem ama perdoa, você fala isso por que nunca amou alguém de verdade.

- tá, tudo bem, posso até não ter amado alguém como a Nick te ama mas,  se ela perdoar é por que ela é igual a você: burra também.

- essa conversa não tá ajudando.

***

Minutos antes...   

   O sol estava ótimo para ir ao clube, mas eu tinha que terminar de arrumar minhas malas para a viagem até São Paulo. Eu como sempre, muito exagerada quando o assunto era bagagem para viagem, fiz malas enormes e quando terminei decidi ligar para Melina, que logo atendeu o telefone, mas me enganei quando ouvi aquela voz masculina atender, eu conhecia ela e meu coração batia mais forte toda vez que eu a ouvia, mas fingi não estar muito feliz por ele ter atendido, logo após Cadu passou o telefone para Mel.

- Oi Mel, olha, tô com quase tudo pronto aqui pra viajem, não fala pro seu irmão que eu estou indo pra casa da minha vó tá? Ou melhor nem fala que eu vou viajar. Nossa, sabia que você iria perguntar, fiz umas cinco, ah eu achei pouco, mas elas são grandes. É melhor prevenir do que chegar lá e não ter o que vestir –eu ri – ah e eu tenho algumas colegas lá no prédio da vovó e elas disseram  que tem muitos gatinhos lá! Caraca amiga, tô me achando muito ridícula de viajar só pra tentar esquecer seu irmão, e essa viajem foi tipo, de repente, nem havia planejado ir pra São Paulo nas férias... Vou tentar amiga, é meio difícil né. –ri dos ciúmes de minha amiga – tá bom miga, pode deixar que vou te ligar, mandar fotos e tudo mais! Olha, vou desligar tenho algumas coisas pra fazer aqui, quando você chegar aqui conversamos melhor, beijos!

  Desliguei o celular e coloquei ele em cima da cama, fui até minha escrivaninha e peguei meu diário , sim eu ainda escrevia em diários, sempre tive esse hobby . Desde criança sempre escrevia em diários, não importava o que acontecia  eu sempre contava tudo a ele, era uma forma de proteger e contar meus segredos a uma coisa, a um diário, o meu diário.

“ Querido diário

  Hoje é um dia antes de eu ir para São Paulo, não sei se estou fazendo a coisa certa: ir para espairecer e tentar esquecer o Cadu, por pelo menos alguns dias. É preciso nos esforçarmos quando queremos alguma coisa, e eu quero esquecer o Cadu. Você deveria agradecer por ser um diário, que apenas contem folhas e alguns dos meus segredos, e não tem sentimentos.

Mas diário, às vezes eu sinto um pouco de vontade de ser você, por que você não tem problemas, não se apaixona, não sofre por causa de amor...  Mas a vida é bela, é bom viver, viver intensamente, viver alegremente, o que ultimamente eu não tenho feito, por isso viver está tão sem graça. Tudo bem, isso é uma obrigação que eu tenho, todos os dias tenho que fazer o de sempre, mas ok, isso vai mudar, em breve vai mudar.  Creio numa  vida diferente pra mim. O motivo para eu estar triste é sempre o mesmo:  EU QUERO MEU PAAAI! Que saudade eu tenho do sr. Vicente, ele era meu pai, meu amigo, meu héroi, meu tudo. 

  Mas mudando de assunto, estou animada pra viagem, um pouco com medo de ir pra casa da vovó. Sabe, ela faz comidas muito gostosas e a geladeira dela, nem se fala! Só tem besteira, e eu estou  com medo de engordar, eu realmente não sei me controlar em relação à comida da vovó.  Da ultima vez que eu fiquei na casa dela por duas semanas eu engordei 3 quilos! Não quero nem imaginar nas diversas horas que vou ter que ficar na academia pra tentar reverter o “estrago” da viagem. Mas tá de boa. Agora vou ver se chegou algum e-mail para mim, até mais. Guardei o diário e  fui até o notebook que estava em cima da cama, liguei e entrei no meu endereço de e-mail. Tinha um e-mail da vovó Marta, abri e comecei a ler.