Capítulo 11

344 28 1
                                    

Ignorei, devia ser alguém apaixonado por frases assim como eu enviando errado, talvez fosse até o Júnior, olhei mais uma vez, o DDD era 21. Ou seja, tirei a conclusão de que não era o Júnior.

***

Eu estava um pouco cansada, me deitei. Duas horas depois acordei e minhas malas estavam todas vazias. Levantei-me e abri meu armário, vovó tinha arrumado tudo. Eu havia até me esquecido das malas. Peguei uma roupa fresquinha, o calor estava insuportável, fui até o banheiro do meu próprio quarto e tomei um banho.

- Querida, posso entrar? - era vovó.

- Pode vó, estou no banho.

- Só vim para dizer que o almoço está servido.

Eram duas da tarde, meus avós tinham mania de comer sempre tarde, nos próximos dias eu não iria conseguir segurar até a hora deles, não mesmo.

***

Sentei-me a mesa, servi meu almoço, enquanto tia Sofia, meu avô Otávio e minha avó Marta conversavam sei lá o quê (não prestei atenção) eu estava no mundo da lua, literalmente.

Fiquei pensando, " Por um momento eu queria não existir, minha tia tão eufórica conta sobre a ansiedade para o casamento, meus avós tão lindos juntos, um amor incondicional, e eu aqui... Iludida em relação a vida, todos conseguem ser felizes, e por que eu não? Por que a vida foi tão injusta comigo eu não sei. Novamente eu me lembrei de Cadu, tínhamos tudo para sermos felizes e o por que de não termos conseguido era o mesmo para todas as coisas: As pessoas. Elas cada dia me impressionam mais, por que nunca nos contentamos com o que temos? Sempre queremos mais... A ambição é uma merda! Eu também sou humana, eu erro o tempo todo. Mas meus erros nunca fizeram ninguém chorar, eu nunca tive a capacidade de mentir pra alguém, nunca tive a coragem de dizer um "eu te amo" sem ao menos sentir amor. Ei querido coração, existe milhares de garotos interessantes, e que com certeza me valorizaria, e por que eu logo fui gostar do Cadu, logo ele que mentiu pra mim, traiu minha confiança. Coração, você é o burro ou o que? Eu te odeio!"

Sai de meus pensamentos quando minha avó me chamou.

- Nick, tá sem fome né? - olhei para o meu prato, eu mal havia mexido, e a fome... Eu nem sei mais o que era, e muito menos a tinha. Balancei a cabeça lentamente indicando "sim".

- Tudo bem, se não quiser não tem problema.

- Vou pro meu quarto. - todos me observavam. Dei um sorriso meio sem graça e saí.

Peguei meu diário e comecei a escrever.

"Querido diário, nem tão querido, pois que eu me lembre foi o Cadu quem me deu. Hoje o dia tá sendo mais um dia tedioso, realmente, não adianta eu viajar, e tentar esquecer o Cadu, pois quando amamos alguém de verdade onde vamos o levamos junto com a gente, não adianta eu querer tirar da minha cachola quem nem por nada nesse mundo eu tiraria do coração.

Diário, eu adorei o que meus avós e tia Sofia fizeram no meu quarto, realmente ficou lindo. Agradeci-os muuuuito, fiquei muito feliz em revê-los, nem tão cedo voltarei aqui, por que assim que começarem as aulas, eu passarei grande parte do meu dia no 'ocupada', isso se minha mãe não me trocar de colégio, em minha opinião, colégio integral É UM SACO!

Estou com fome, mas não consegui comer nem uma garfada de comida sequer. Eu tenho que parar com essas minhas crises, na mesma hora que estou bem eu mudo de humor e fico péssima, como diz a música "Certas coisas" do Lulu Santos " Não existiria som se não houvesse o silêncio, não haveria luz se não fosse a escuridão, a vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim... " Eu tenho certeza que isso vai passar, mesmo que demore, TUDO PASSA! Tanto as coisas boas e ruins passam, é só questão de tempo...

Meu avô entrou no quarto, e no mesmo instante fechei o diário assustada, não queria que ele soubesse que eu escrevia em diários. Quando o Cadu descobriu ele riu até! Eu estava pensando nele de novo, ódio de mim, ódio eterno da minha burrice. Arrrg!

Oi gente! Eu sei que os capítulos estão um pouco pequenos, mas os próximos vou fazer maiores ok? bjos...

Querido Coração ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora