Capítulo 21

256 16 3
                                    

Esperei Cadu sair do banheiro para sair também, não queria que ninguém visse que estávamos juntos. Ouvi o som de notificação do meu celular, olhei era uma mensagem do Júnior.

"Nick estou preocupado, onde você está?"

Ignorei, e voltei com o celular para a minha bolsa. Outra notificação, novamente pego o celular e vejo que é Cadu.

"Vem aqui fora, estou te esperando no carro ;)"

O insistente no Júnior mandou outra mensagem.

" Por que será que você não está me respondendo hein? Nick eu não acredito que você não vai me responder! Você sumiu garota, cadê você?!"

Desliguei o celular e sai do banheiro, sorri para os seguranças que estavam na entrada para o salão.

***

- Eu não sei se deveria estar aqui com você, o Júnior está preocupado comigo e mandou-me algumas mensagens. - eu dizia já dentro do carro.

- Tenta esquecer tudo e todos por pelo menos essa noite ok? - eu assenti.

- Não faço a mínima ideia de para onde você está me levando.

- Já já você vai saber meu amor.

- Meu amor?! - eu ri. - não crie muitas expectativas, eu ainda não tenho certeza de nada. Está tudo acontecendo de repente Cadu, eu não sei se... - ele não me deixou terminar a frase e interrompeu.

- Nicoli! Para você sabe o que quer sim, se você não soubesse não estaria aqui comigo, e se você quer voltar lá pra festa, volta!! Se quiser eu te levo pra você ficar lá com aquele paulista metidinho. Eu estou fazendo o possível e o impossível pra te ter de volta, mas você não ajuda! Você é muito limitada "ah eu não posso fazer isso" "ai Cadu eu não sei se estou fazendo a coisa certa" - ele imitava um voz ridiculamente ridícula. - Na minha opinião você deveria parar de ser indecisa, a poucos minutos você disse que queria voltar comigo e agora fica com esse showzinho. - ele para o carro. - Quer voltar pra lá?

- Quero ir pra casa. - eu disse sem muita cerimonia.

- Ok, vamos pra sua casa.

No caminho fui pensando, talvez o Cadu estivesse mesmo certo. Eu me limitava muito em relação a algumas coisas, eu deveria deixar acontecer, mas tinha medo de errar novamente, ele não entendia isso. Ou entendia e pouco se importava. Eu o perguntei para onde queria me levar ele não respondeu e seguimos para minha casa em silêncio. Chegamos ao residencial, ele parou o carro em frente ao portão de minha casa.

- Você quer entrar? Minha mãe provavelmente deve estar com George. - ele assentiu e perguntou quem era George, e eu expliquei toda a história do homem de preto.

Entramos e ele se sentou no sofá da sala de estar.

- Quer comer alguma coisa? Estou faminta. - ele assentiu.

- Quer ajuda?

- Não dispensarei. - eu ri.

Quando estávamos namorando ele sempre ia até minha casa e quando eu estava preparando algo para comer ele ajudava. Ele nunca se interessou por nada que fosse relacionado a cozinha (a não ser comer) mas eu percebia que ele fazia de tudo pra me agradar. Peguei alguns materiais para fazer sanduíches na geladeira.

- Eu te amo. - ele sussurrou no meu ouvido.

- Eu também.

Terminamos de fazer nosso lanche e nos sentamos na mesa para comer. E de repente, super de repente, de repente mesmo surge minha mãe abrindo a porta e a empurra com o pé, e adivinha só... Estava grudada no homem de preto, se beijavam como dois adolescentes com sede de beijos. Quando ela parou para respirar, viu que eu e Cadu estávamos olhando para aquela cena deplorável. Ela ficou super sem graça, e olhou para George.

- Bom, eu não sabia que você estaria em casa. Voltou cedo. E bem acompanhada. Olá Cadu. - ela passou a mão na boca e depois no cabelo.

- Olá Ana Marcela.

- Ah sim, sem problemas. - disse irônica e mamãe percebeu. - Fiquem à vontade, vamos para o quarto Cadu.

Eu estava péssima, ainda não aceitara a ideia de ter outro homem no lugar do papai, é tão estranho essa substituição que as pessoas fazem tão de repente, apesar de que ninguém nunca ocuparia o lugar de papai, poderia até ocupar fisicamente, mas no meu coração ele sempre seria meu pai.

- Você ficou estranha depois daquela cena Nick.

- É né... Não é fácil ver que sua mãe arrumou outra pessoa pra colocar no lugar do seu pai.

- Nick, não fica assim. Deixa ela seguir a vida dela, ou você quer ver ela chorando todos os dias pela perda do seu pai? E como você sempre diz, a vida segue, não devemos parar no primeiro obstáculo. Sua mãe está certa, eu sei como é ruim não ter o pai, ou um pai presente... no meu caso é como se eu não tivesse pai, ele não é presente e nunca foi, e isso com certeza é terrível. Você perdeu seu pai, mas pelo menos você viveu excelentes momentos ao lado deles, eu nunca tive um pai pra poder falar coisas que homens falam um pro outro, ou então pedir um conselho...

- Eu sei Cadu, mas mesmo assim não dá pra aceitar completamente. É ruim. - ele olhava fixamente para a estante de livros, tinha alguns porta-retratos, em um deles estava meu pai e eu abraçados, no outro meus pais e eu, e no último eu estava com Cadu em Paris, foi uma viajem que seus pais fizeram e me convidaram para ir.

- Você ainda tem essa foto aqui. - ele disse pegando nossa foto.

- Sempre esteve aí.

- Nossa! Pensei que você iria jogar todas as nossas fotos, presentes que eu te dei e tudo que me lembrasse fora depois do nosso término. Do jeito que você é impulsiva, mas tá tudo aqui ainda. Olha esse casal de sapinho, você tem ele ainda! - ele disse andando em direção a mesinha de estudos que ficava logo ao lado da estante. - Te dei isso quando eu ainda nem tinha me declarado pra você. - no sexto ano ele me deu um casal de sapinhos se beijando, maior fofura.

- É... Tenho tudo. E não adiantaria eu jogar tudo fora, pois você ainda ficaria no meu coração. - eu disse sorrindo tímida.

- Own que fofa, acho que merece um 'beixinho'- ele disse com voz de bebê e me beijou.

***

Fomos pra área da casa, e ficamos lá abraçadinhos olhando as estrelas.

- Cadu, estou com frio. Vou pegar um casaco ali dentro. - eu disse me desvencilhando de seus braços e levantando da poltrona onde estávamos sentados.

- Não, fica aqui. Eu esquento você. - ele disse todo fofo e pegando na minha mão para que eu me sentasse novamente. Fiz o que pediu, e ele me abraçou mais apertado ainda, digamos que não me esquentou o suficiente mas só de estar ali com ele já estava perfeito.

- Senti tanta saudade disso... - eu dizia em sussurros.

- Nossa, e eu então... Chorava toda noite e mal dormia. Eu fui um burro mesmo.

- Ai tá! Não vamos falar de nada disso, nada vai estragar nossa noite hoje! - eu disse beijando seu rosto. E ele beijou minha testa e desceu até a boca, e depois disso nem preciso falar o que aconteceu, bom, talvez eu precise, só nos beijamos mesmo.

Fomos interrompidos por uma inesperada visita, ele parecia bravo e minha mãe o acompanhava.

- Por favor Júnior se acalme, Nick eu quis impedir ele de entrar mas não consegui. - minha mãe estava desesperada, e eu mais ainda.

Oie pessoas! Iai estão gostando da história?Obrigada por ler mais um capítulo, ah e não se esqueçam de dar estrelinha e comentar se for possível. Thank you! :*

Querido Coração ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora