Capitulo 5

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Subimos para o meu quarto em silêncio, chegamos  Mel se sentou em um pufe perto da cama e eu me encostei na porta e fiquei olhando os quadrinhos que haviam na parede, e algo roubou minha atenção, me aproximei e peguei. Era uma foto minha com Cadu, a abracei e comecei a cantar um pedaço de uma música baixinho sem me importar com a presença de Melina.

- Será que eu devo te dizer, que eu quase choro quando falam de você. Mas eu consigo segurar, pra ter certeza que ninguém vai reparar, que eu, tô cada vez pior, e a saudade em mim, é cada vez maior. –parei quando viu vi que Mel me olhava fixamente

 – Ai desculpa, eu sou muito idiota. Mas eu não posso evitar sentir falta dele amiga, namoramos por dois anos e não dois dias, e nem dois meses. Foram dois anos. Os melhores dois anos da minha vida. Mas agora só de saber que tudo aquilo foi ilusão, eu mal sabia que depois de tanta coisa boa que vivemos, nosso namoro ia acabar assim. Eu pensei que nunca iria acabar, pensei que fosse viver o resto da minha vida ao seu lado, pensei que todos os planos que sonhamos iriam um dia se realizar. Pobre menina iludida. Agora vejo que sonhei em vão, nada disso vai se realizar. Não com ele, o cara que eu amo desde quando sei o que é o amor. – Sem perceber comecei a chorar, minhas lagrimas escorriam rapidamente. Melina veio até mim e me abraçou

– Olha , eu não sou muito boa pra isso. Eu não sei falar coisas que possam fazer você mudar de ideia. Mas eu vou falar tudo que sei talvez isso te tranquilize. Mais cedo o Cadu estava indo para o clube, ele nunca vai, ele estava indo atrás de você amiga, ele detesta o clube que você vai, mas ele estava indo lá só pra te ver, eu não sabia que você não iria lá hoje, eu tentei o impedir de ir, eu até inventei uma desculpa que meus pais tinham saído e eles “ordenaram” dele ficar cuidando de mim –eu ri em meio ao choro esse era um dos meus dons, e Mel continuou – fiz isso só para você não ser incomodada com a presença dele. Mas assim que você me ligou, eu descobri que você estava em casa. Nem esperei meus pais chegarem, e falei ao Cadu que eu estava vindo para sua casa, e disse pra ele descartar a ideia de ir ao clube por que você não estaria lá, ele subiu pro quarto todo desanimado, logo em seguida me arrumei e vim.

- Quem garante que ele estava indo atrás de mim?

- Deixa de besteira garota, eu disse a ele que você não estava no clube, aí ele desistiu de ir. E ele ficou perguntando muito de você depois da ligação, ele até começou a chorar, aposto que estava se lembrando de vocês. -  eu estava feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por saber que Cadu queria ir até o clube para me ver, e me senti triste por ser tão incapaz de ignorar ele e tudo em relação a ele. Eu ainda me sentia um pouco capaz de perdoar Cadu, mas o orgulho tomava conta de mim, o medo de não dar certo, o que as pessoas iriam dizer sobre nós... Mil coisas ecoavam em minha cabeça, mas logo me desliguei dos meus pensamentos.

- O orgulho é uma droga ele te impede de fazer aquilo que você quer, e de estar com quem você mais ama. Mel não conta nada sobre nossa a ninguém, ninguém ok? E eu não vou perdoar seu irmão, por mais que eu queira ficar com ele e estar junto dele, eu não vou perdoar, o que ele fez não tem perdão e nem motivos. – eu disse secando as lágrimas.

- não para quem se ama Nick, e você o ama. Você capaz de perdoa-lo por que você o ama, e esse amor que você sente por ele eu garanto que é maior que todo o orgulho. Mas tudo bem, não posso te forçar a nada, a vida é sua você quem decide o que você quer. Amiga, independente da sua escolha, eu estou contigo pro que der e vier. Eu que continuava chorando fui me acalmando aos poucos, e Mel deu-me um beijo na testa. Logo após minha mãe chegou em meu quarto me avisando que o almoço estava pronto e descemos.

- filha, você leu a carta? Notei que ela apresentava estar um pouco abalada.

- ainda não mãe. E ela logo mudou de assunto.

- Que bom que você veio nos fazer companhia Mel, fazia tempo que essa mesa não era ocupada por três pessoas em um almoço de domingo. – me senti pior ainda com o que minha disse, será que ela não se cansaria nunca de tocar nesse assunto? Parecia que ela gostava de sofrer, só sabia falar da morte do meu pai.

 – Tia Ana- era um modo carinhoso como Mel chamava ela – o que fez para o almoço? – Mel mudou de assunto para não fazer com que eu se sentisse pior, e o logo minha mãe se sentiu arrependida por ter dito aquilo, ela percebeu que não fiquei bem com aquele comentário, eu ainda não havia me acostumado com a ideia de que eu nunca mais teria meu pai, eu o amava muito e sempre amaria, perder ele para o câncer nunca seria algo que eu superaria. Nós almoçamos, não conversamos muito. 

- Meninas, o almoço estava uma delicia, mas preciso ir, tenho que me preparar para ir à igreja mais tarde, sabe como é né, eu demoro muito me arrumar, fazer cabelo, unha... –percebi que Mel queria me deixar sozinha, e a desculpa dela não colou muito bem por que ela nunca vai a igreja. Ela se levantou veio até mim, me deu um abraço, foi até minha mãe e fez o mesmo.  – Amiga, boa viajem tá? Aproveita muito, tira fotos, me mande e-mails,mensagens ou o que der! Já estou morrendo de saudade. Beijos.

- também já estou com saudades amiga, vou escrever todo dia pra você, e vou te chamar no whatsapp o tempo todo. – rimos. 

Querido Coração ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora