Capítulo 7

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Nick

  Ouvi meu celular tocar, quando ainda estava no carro a caminho da casa de minha avó, vi que era Cadu, não consegui conter a alegria e acabei soltando um risinho baixo, mas ao mesmo tempo fiquei triste “eu sou uma burra! Olha o que ele fez comigo, e olha eu aqui quase o perdoando” foi o que pensei na hora. Vovó olhou para mim e sorriu. Apesar dos apesares eu amava ele, e tudo que eu queria era ouvir sua voz e saber o que ele tinha a falar comigo.

- Oi, quem é? – eu sabia quem era, mas não quis demonstrar, queria fingir que não estava esperando por aquilo.

 - Oi Nick sou eu, Cadu. Desculpa por estar ligando. É que desde o dia que terminamos me sinto muito culpado por estar te fazendo sofrer, eu também estou sofrendo por estar longe de você. À pouco tempo ouvi aquela música que você sempre cantava pra mim. – ficamos em silêncio, de repente ele começou a cantar um trecho da música “ How long will i love you  – Ellie Goulding”.

- Eu te amo Nicoli, eu te amo. Fica comigo pra sempre, volta pra mim... - sua voz era de choro. 

- Cadu, eu não sei. Sinceramente eu não sei responder sua pergunta. Dependendo de mim seria para sempre, mas você dificultou isso. – me arrependi de ter dito o nome dele, minha vó sabia com quem eu estava falando, e isso eu não queria que acontecesse, não naquele momento. Continuei – Sim, eu estou sofrendo, mas eu não sei se consigo te perdoar, você me perdoaria? Tá, não precisa responder, eu sei que você vai responder que perdoaria, por que não é você quem está no meu lugar. Não é fácil perdoar um erro como esse, você só deveria ter pensado antes de ter feito.

- Desculpa, desculpa, infinitamente desculpa...

- Tudo bem, não precisa ficar pedindo para eu te desculpar toda hora, tá desculpado. Eu te perdoei, mas não esqueci o que fez comigo. - Era notável a tristeza em minha voz. qQuando percebi que estávamos chegando eu disse que precisava desligar, e que poderíamos conversar outra hora, ou outro dia, e também disse a ele que estava em São Paulo e estaria muito ocupada e não poderia falar com ele, o que por uma parte é mentira, eu não me entendia, ao mesmo tempo queria estar com ele, e outra hora eu queria ignorá-lo. Desliguei o celular, e sai do carro. Minha avó abriu o porta malas, mas um garoto chamou minha atenção, parecia com aquele tal de...

- Júnior! – minha avó o chamou.

- Oi dona Marta, como a senhora está? Nossa, e quem é essa moça linda? É a sua famosa neta Nicoli? – ele disse se aproximando e dando um abraço em minha avó

- Estou ótima e muito bem acompanhada. Sim, esta é Nick.

- É bem mais bonita do que eu imaginei. Prazer Nick, sou o Júnior – ele me abraçou, e que abraço! Eu apenas sorri, e fiquei apreciando aquela beleza, ele era muito bonito, a medida certa pra fazer qualquer garota ficar maluca, tipo o meu caso.

  Ele levou as malas até o apartamento de vovó, que ficava no 5° andar, no mesmo que Júnior, segundo o que vovó havia me dito.

- Ai, obrigada meu querido. – disse agradecendo. 

***

 Ele pediu um copo de  água, minha vó pediu para que eu fosse até a cozinha servi-lo, obedeci e ele me seguiu.

- Não precisava ter vindo, eu levava pra você. – disse um pouco sem graça.

- Ah que isso Nicoli. Não queria te ocupar. – ele sorriu de lado, corei.

- Nick, me chame de Nick. Aqui está aqui sua água. - o entreguei o copo. 

- OK Nick. E muito obrigado. – ficamos em silêncio. – você é muito bonita – que cara de pau! Mal me conhecia e já estava flertando comigo.

- Muito obrigada, mas você já disse isso.. .– eu continuava com vergonha, e ele parecia tranquilo. Homens...

- Você tem quantos anos linda? Quero dizer... Nick. – que idiota, ele estava me provocando. Soltei um risinho.

- 17 e você?

- Tenho 19. Você tem um rosto de boneca, corpo de boneca, parece ter menos... É tão linda! É maravilhoso apreciar sua beleza... – ele não sabia, mas eu odiava quando diziam isso, e dai que eu parecia ter menos do que tinha? E aquela persistência de me chamar de linda? Que ódio. Para minha sorte minha avó chegou naquele instante.

- Vejo que vocês estão se dando bem... – disse com aquela cara de “hmmmmmmmmmmmm...”

- Vó menos! Conheci-o não faz 15 minutos. – eu a repreendi, e por fim acabamos rindo. O lado bom de ser retardado é achar graça em tudo!

  - Vocês aceitam um café, um suco, um lanche algo do tipo? Nick, você chegou de viajem deve estar morrendo de fome. – Minha avó já havia começado suas gordisses, fala sério vovó...

- Não precisa se preocupar dona Marta. – eu disse, mas ela nem deu atenção, foi até o armário da cozinha que ficava ao lado de sua geladeira e abriu-o.

- Como eu pude esquecer! Que cabeça a minha, querida vai à padaria pra mim, esqueci-me de comprar aquele pãozinho de mel que você adora. - Pensei "Vou ficar gorda". 

*** Lembrando que vem surpresa aí hein! *** 

Querido Coração ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora