Capítulo 9

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- Aqui está vovó. – eu disse entregando a sacola de pão para ela.

- Ah sim, pode colocar aí em cima da mesa minha querida. – fiz o que mandou. Sentei-me a  mesa de jantar de onde dava pra ver vovó fazendo sei lá o que na cozinha, com certeza deveria ser gordisses de vovós. De repente me veio na memória, às datas festivas que reuniam toda a família no AP, meus avós paternos, primos, netos, tios, e até alguns amigos bem próximos... Aquela havia sido uma época que nunca iria voltar, até poderia, mas seria incompleta, sem meu pai ali nada mais teria graça. 

Quando papai faleceu ( o que era óbvio que ia acontecer) eu fiquei dias sem comer, sem sair de casa, não ia a escola, literalmente eu fiquei sem chão. Meu pai apesar de ás vezes ser um pouco chato em relação a algumas coisas sempre quis o meu bem, pegava no meu pé em relação aos estudos, meu namoro com Cadu... Por algum tempo eu odiava aquilo. Pouco tempo antes dele ir embora, eu amava os castigos, as correções, eu amava por que sabia que não teria aquilo pra sempre, não dá parte dele. Eu nunca me arrependi de nada, do tipo “ Ah se eu pudesse voltar atrás eu faria diferente..." felizmente eu não podia dizer isso, antes dele descobrir que tinha câncer nos saímos muito, ele me levava ao shopping, íamos ao cinema todo final de semana, durante a semana ele trabalhava muito, ás vezes tínhamos pouco tempo para sairmos, mas o pouco tempo que tivemos eu sempre soube valorizar, nos últimos meses de vida dele, eu fazia de tudo para ficar o máximo de tempo que eu podia com ele... Ah papai se você soubesse a falta que me faz! A sua risada, suas broncas... Até mesmo do seu macarrão com queijo!

 Lembrei-me também quando ele disse que queria que eu fosse médica, ele dizia que era pra eu cuidar das pessoas que necessitavam, das pessoas que estavam na mesma situação que ele se encontrava. Eu dizia que jamais queria ser médica, na realidade nunca foi a maior das minhas vontades, meu sonho era ser estilista... 

 Minha vontade naquele momento era de chorar, mas papai jamais ia querer me ver triste, e por mais que eu chorasse nada reverteria à situação, minhas lágrimas jamais trariam meu pai de volta. Mas tinha dias que era impossível resistir. Mamãe sempre dizia que eu deveria chorar mesmo, o choro alivia a dor. Sim, poderia aliviar, mas só no momento. Nada e nem ninguém aliviaria. 

 Sai de meus devaneios quando vovó chegou até mim dizendo que o café estava pronto, eu havia perdido a fome totalmente depois de ver aquela safada da Eliza na padaria, mas não disse nada  a ela. Não queria a desagradar, ela fazia tudo com tanto carinho, seria até grosseiro de minha parte rejeitar.

- Querida, eu servi o café na mesa da cozinha, mas se preferir eu coloco aqui.

- Não vovó, eu me sento lá mesmo.

- Ok então. – ela disse secando aos mãos em um pano de prato que segurava. – chame o Júnior para lanchar com a gente. – Júnior! Eu havia me esquecido dele, deixei o garoto na sala vendo tv e até esqueci-o completamente. Fui até ele e o chamei, ele nem ouviu. Chamei mais uma vez e nada.

- JÚNIOR! – eu gritei.

- Ah, oi! Desculpe-me, eu amo Bob Esponja e quando estou vendo fico imóvel. – rimos muito.

- E surdo também! - Ele riu,.  - Sinto muito incomodar-te mas vem lanchar com a gente.

- Opa, já que é comida o meu Bob Esponja pode esperar. – eu ri do jeito como ele disse “meu Bob Esponja” Júnior era um crianção. 

Oi! Eu não gosto de ser chata não, mas... Já tenho um bom número de visualizações e poucas estrelinhas, comentários... Eu passo horas escrevendo, revisando, leio o capítulo umas 5 vezes rs' e vocês bem q podiam me ajudar né? kkkk mas dando estrelinhas!!! :\ Mas obg a quem vota,sou mt grata a vcs, beijos! amo vcs s2 { Daqui a pouco posto mais um capítulo, ou então a noite, pra adiantar dos dias que fiquei sem postar. } 

Querido Coração ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora