Dean Winchester amava o que fazia. Consertar carros. Era o que ele sabia fazer, e era muito bom nisso. Sempre que um carro chegava na oficina, e o dono tinha em seu semblante algo como "eu não sei o que vocês vão fazer, apenas façam meu possante funcionar de novo", aquilo era como musica para os ouvidos do rapaz.
Então todos os dias assim que chegava ao vestiário da loja, Dean vestia seu macacão azul, e ia direto para oficina. Lá ele fazia o check-up dos carros, olhava se o motor havia batido, se precisaria de peças para troca-lo, se havia necessidade de mexer na lataria. Olhava o estofado do carro, e, normalmente, os carros chegavam para uma reforma geral. Outros, só refazer a pintura ou fazer a mecânica básica. Mas ele gostava mesmo era de restaurar carros antigos. Era o que ele mas adorava fazer. Chegar só a carcaça de um carro e passar dias reformando aquilo.
Era como dar uma segunda vida ao carro que uma vez já fora incrível. Você faz melhorias na lataria, renova o estofado, coloca rodas novas, refaz toda a mecânica que é o coração do carro, faz algumas adaptações um tanto modernas para melhor o aproveitamento da gasolina, pinta, e pronto, o carro sai novo em folha.
Mas restaurações levam tempo, precisa de bons profissionais para faze-la, e não acontece de um dia para o outro. Você não pode levar um carro à oficina com um buraco enorme na lataria, e achar que do dia para noite, aquilo será consertado. Vai depender de tanta coisa... Se a lataria não deteriorou com a ferrugem, se só uma chapa vai cobrir todo o buraco ou se é melhor trocar de carcaça. E se assim for, ir de ferro velho em ferro velho para encontrar uma carcaça que caiba no chassis do carro.
Leva tempo.
Assim como o coração de uma pessoa leva tempo para ser restaurado, a restauração de um carro leva tempo para acontecer...
Há dias, Dean vinha pensando em voltar à terapia. Algumas vezes achava que o faria bem, outras vezes nem tanto. Para ele é mais fácil ajudar outras pessoas a solucionar seus problemas, do que resolver, ou pelo menos buscar ajuda para solucionar os seus. É por isso que ele tenta ser prestativo para Bob. Ou fazer Charlie rir sempre que possível, porque ele sabe o quanto as vezes ela fica triste quando sente saudades dos pais. Ou ser um irmão melhor para Sam (ele estava tentando, de verdade), e agora, ele estava tentando ser um bom amigo para Cas.
Ele não conseguia entender porque coisas ruins aconteciam com pessoas boas. Achava tão injusto ver as pessoas que ele gostava sofrendo. Como Bobby, que apesar de não falar tanto sobre o assunto, Dean sabia o quanto ele sentia falta de Karen, sua esposa que falecera anos atrás. Era um assunto delicado, mas o rapaz sabia o quanto ele ainda sentia sua falta, apesar dele tentar esconder. Robert Singer, era um homem de coração enorme. Não era justo que agora em sua velhice, ele tenha que passar a maior parte do tempo em casa, tomando remédios para cuidar de sua diabetes.
E Charlie, que perdera os pais tão nova, a única família que ela tinha era seu tio Bobby e seus amigos. Dean se importava tanto com a ruiva, que fazia questão de ligar para ela todos os dias, mesmo que ele não a visitasse sempre, para saber se ela estava bem, se precisava conversar, ou se queria assistir algum filme. Coisas de irmãos, sabe? Ele amava a garota. Ela era especial. Aquele tipo de garota que iluminava o lugar apenas por sorrir. Charlie Bradbury era esse ser de 1,65 de altura, com uma inteligência sem igual.
E então tinha Sam... Seu irmão caçula, que Dean amava com tudo o que tinha em si. Ele cresceu cuidando do garoto, eles eram inseparáveis. A maior parte do tempo, Sam e ele sempre tiveram um ao outro. Era para o quarto de Dean, que o pequeno Sammy corria quando seus pais começavam a brigar. E geralmente, eles fugiam pela janela da casa, e corriam para a casa de Bobby. Passavam a noite lá, e quando voltavam para casa, Dean não deixava seu pai bater em Sam, ele sempre se colocava na frente e acabava apanhando pelos dois. Seu pai não batia nele para deixar marcas fortes em sua pele, mas era o suficiente para deixar marcas psicológicas. Isso o fez crescer com um constante sentimento de raiva. Ele sempre pareceu estar com raiva. Sempre. Era como se em algum momento ele fosse explodir, e machucar alguém. E ele tinha medo disso. Dean não se metia mais em brigas, ele corria delas porque sabia do que era capaz, já se meteu em confusões o suficiente no decorrer de sua vida, muitas delas, se não fosse por Sam, teriam acabo muito mal. Por conta disso, ele não gostava de entrar em discussões. Ele as evitava.
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The Night We Met [Destiel]
Romance🔞 [Conteúdo Adulto] 🔞 A vida pode ser difícil quando você cresce em um lar sem amor. Mas do que se trata o amor? Se importar muito? Ou se importar de menos? O que é amor senão apenas um sentimento que você não consegue deixar ir? ...