The Night We Met [Destiel]

33 - AND I LOVE YOU SO

Cas passou sim a sua segunda hora de descanso naquele dia com Dean, e mais do que isso, passou a noite no quarto com ele. O rapaz ainda se sentia culpado por ter sido rude com o namorado mais cedo. Foi algo que apenas saiu. É só que às vezes... Dean tinha essa mania de cuidar de Cas, e não é que ele não gostasse, mas, por algum motivo, a mente de Castiel reconhecia o "exagero" de cuidados como um gatilho, gatilho que foi criado por ele mesmo, por se cobrar tanto a tantos anos. Então quando alguém de fora da sua cabeça, o cobra, é como se aquela voz (vozes) tomassem forma, e de fato aquelas palavras pudessem o ferir. Sim, Cas sabia que ele precisava procurar ajuda profissional, no fundo, no fundo ele sabe. Mas deixemos que ele se iluda por mais um tempo, achando que pode lidar sozinho com todos os traumas mentais que tem.

A cabeça de Dean estava sobre o peito do moreno, aquele se tornou um dos momentos preferidos de Castiel. Era como se os papéis se invertessem por um segundo, Dean não estava cuidando de Cas, mas sim Cas cuidando de Dean. Mantendo ele perto e confortável. O fazendo sentir amado e querido. O moreno podia desfrutar desse pequeno triunfo, no início do dia. Manter Dean seguro e aconchegado. Ele se inclina um pouco deixando um beijo no topo da cabeça de seu namorado, balançando a cabeça no silêncio matutino.

— Eu odeio... Odeio que você sempre acorde antes que eu. — Dean resmungou ajeitando seu braço ao redor de Cas.

— Bom dia para você também, Dean. — O moreno responde com um sorriso.

Dean ajeita a cabeça sobre o peito de Cas, abrindo um de seus olhos o coçando imediatamente com uma de suas mãos. Castiel ao ver a cena, sentiu vontade de beijá-lo. Como um homem daquele tamanho poderia parecer tão fofo, mesmo irritado como um urso todas as manhãs?

— O que foi? — Dean pergunta grogue ainda de sono.

Cas ri.

— Nada. Só... Enfim, você está preparado para hoje? — Dean volta abraçá-lo negando com a cabeça — Olha, venho falando isso há alguns dias, mas vou repetir novamente, você não precisa nos levar até lá, Claire e eu podemos pegar um trem até a casa de meus pais. — Dean se senta abruptamente na cama.

— Não. — Ele diz com voz mais rouca que o normal por conta do sono. — Eu disse que levaria vocês, e eu vou. Eu só... — Ele esfrega os olhos novamente — Apenas preciso tomar café da manhã para funcionar direito, Cas.

Castiel se levanta de onde está e se aproxima de Dean, o abraçando por trás. Ele deposita um beijo nas costas do loiro, apoiando sua cabeça em seguida em seus ombros. Dean coloca suas mãos sobre as de Cas e por alguns instantes eles ficam assim. O loiro inclina sua cabeça para tocar a de Cas e respira fundo.

Desde o casamento de Sam, Dean vinha pensando sobre algumas coisas. Agora que Sam e Eileen estariam morando juntos, na casa em que Mary havia os presenteado, o apartamento tinha um quarto vago. E apesar de sua mãe estar morando lá, um apartamento era melhor do que um quarto de hotel. Dean não podia chamar Castiel e a abelhuda para passar o dia com ele, e cozinhar ou coisa do tipo, porque o quarto mal cabia aos dois juntos. E o loiro amava cozinhar para os amigos e família. Mas desde que ele saiu do apartamento em que morou por anos com Sam, Dean nunca mais cozinhou, e ele sentia falta. Ele sentia falta de estar na cozinha, cortando legumes, e separando ingredientes para fazer uma torta. E com o halloween e o natal se aproximando, ele sentia mais falta de ter um lar que tudo. Talvez ele devesse voltar a morar no apartamento por um tempo. Talvez dessa forma ele e sua mãe tivessem mais tempo para conversar. Não que Dean precise das desculpas dela, mas ela perdeu o marido, um péssimo marido por sinal, e está sozinha naquele apartamento grande.

— Dean? — Cas o chama. humm — Você está bem?

Dean solta um suspiro fundo.

— Cas... — Ele se solta do aperto do moreno, e se vira para olhá-lo — Eu... Eu acho que eu vou voltar para o apartamento. — Castiel franziu o cenho inclinando um pouco sua cabeça. — Não. Não quis dizer agora, — Dean ri — quero dizer, que vou avisar a Mary que voltarei para lá.