Dean se lembrava com exatidão do cheiro que a casa de Bobby tinha: carros velhos e grama fresca recém cortada. Ele se lembrava como costumava correr por entre os carros com Charlie e seu irmão Sam. E o quanto eles amavam entrar em carros próximos uns do outros e fingirem que estavam apostando corrida. Era divertido, até não ser. Porque seu pai constantemente buscava os meninos quando eles pareciam estar no ápice da diversão. Charlie nunca gostou do senhor Winchester, ela achava que o pai dos meninos os reprimia muito. E não só ela, como seu tio Bobby também havia notado a mesma coisa, e não gostavam nada do pânico que enxergava nos olhos de Dean, todas as vezes que John Winchester aparecia para busca-los depois de um final de semana inteiro de diversão.
Era triste para Dean saber que as melhores memorias que ele tinha de sua infância, era numa casa que não fora a que foi criado por seus pais, mas sim a de Bobby. Durante toda sua infância, quando as coisas ficavam ruins em sua casa, Dean pegava seu irmão mais novo pela mão e saiam de fininho, deixando os pais discutirem sobre o que quer que seja, e caminhavam sozinhos no meio da noite ou dia até a casa do "Tio Bobby", que ficava a mais ou menos 4 quarteirões de onde eles moravam. E agora, toda vez que o loiro o visitava, ele sentia uma nostalgia triste. Era sempre triste, pois Dean gostaria de voltar no tempo, antes mesmo de nascer, e barganhar com Deus sobre quem seriam seus pais. Porque ele escolheria Bobby sem pensar duas vezes. Quando Dean estacionou seu carro, nas dependências do ferro velho do tio de Charlie, eram por volta das 16 horas. Assim que saíram do carro, o casal de amigos se abraçou e foram andando assim até estarem dentro de casa.
— Tio Bobby? — Charlie o chama.— Na cozinha. — Ele responde.
Dean conseguia sentir o cheiro de café recém passado e torradas, e aquilo o fez sorrir. Assim que a ruiva passou pela porta seu tio virou em sua direção.
— Olha o que eu achei na rua, Tio! — Ela comenta apontando para Dean, que aparece por ali todo sorridente despertando a alegria mais sincera de Singer.
— Vem aqui e dê um abraço no seu velho, garoto! — Bobby não precisou pedir duas vezes, antes que ele pudesse terminar a frase Dean já o abraçava. — Meu Deus! Como é bom ver você, filho! — Ele comenta então o afasta para poder olhar em seu rosto. — Você sempre seguindo o rastro de café fresco, não é? — O loiro sorri.
— Oh, Bobby. Você me conhece, café e eu na mesma frase, é como poesia. — Charlie revira os olhos.
Charlie e Dean se servem uma caneca de café, e seguem o tio até a sala, sentando-se no sofá.
— Então... O que te traz aqui, garoto?— É minha folga, e marquei de sair com a ruiva, daí ela me disse umas duas coisinhas sobre um tal velhote, e eu decidi vir vê-lo. — Charlie se encolhe no sofá.
— Então, minha sobrinha agora é a fofoqueira da família?
Dean ri.
— Não é verdade. Não foi fofoca, Dean merecia saber sobre sua saúde, tio. — A ruiva comenta um tanto ofendida.
— Fique calma, criança. Estava apenas brincando. — Ele sorrir para a garota, e o alivio em seu rosto é nítido. Charlie detestava chatear o tio. — Então precisou eu ficar doente para você vir me visitar? — Bobby falava sério com Dean.
Dean respira fundo. E se sente culpado por não os ter visitado tanto nos últimos meses, mas é que as coisas em sua mente não estavam lá tão boas, e ele sempre preferiu ficar sozinho quando isso acontecia, principalmente quando brigava com Sam. Os irmãos haviam feito as pazes a poucos dias, e Dean não gosta de pensar na briga estúpida que tiveram. Toda vez que ele remoía uma, todas as outras que eles tiveram ao longo dos anos emergiam e o deixavam uma bomba relógio de emoções. Ele não entendia o porque de sempre parecer estar tão magoado com tudo. E por muitas vezes, preferia fingir que tinha resolvido os problemas entre os dois, do que ficar perdurando o sentimento ruim.
— Eu sei, não tenho sido a melhor pessoa nos últimos tempos, Bobby. Prometo visita-lo mais vezes de agora em diante.
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The Night We Met [Destiel]
Storie d'amore🔞 [Conteúdo Adulto] 🔞 A vida pode ser difícil quando você cresce em um lar sem amor. Mas do que se trata o amor? Se importar muito? Ou se importar de menos? O que é amor senão apenas um sentimento que você não consegue deixar ir? ...