Capítulo 40

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Amores! Estamos chegando ao final 😉

Alfonso

-PUTA QUE O PARIU! - eu grito ao desligar o celular.
No instante seguinte estou correndo pelo quarto, jogando todos os meus pertences dentro da minha bolsa e disparo pelo corredor até o quarto de Phillip.
-O que aconteceu, Alfonso? - Phill abre a porta, depois que eu quase a derrubei aos socos.
-PORRA, PHIL! AQUELE MALDITO A PEGOU!
A princípio Phill me olha sem entender, mas vejo o exato momento em que a realidade o atinge. Assim como eu fiz ele começa a arrumar suas coisas e logo está ao celular ditando ordens aos outros agentes.
-Eles vão continuar sem nós, a agência vai providenciar outro técnico para vir no jatinho que vai nos levar.
-Phill, eu... - realmente estou atônito, o jatinho só é usado em casos extremos.
-Porra, Alfonso, ninguém mexe com a nossa família! - ele me segura pelos ombros - Não somos só um equipe, somos a porra de uma família unida!
Isso me tem quebrando e deixo as lágrimas caírem pelo meu rosto. Eu posso ser grande e forte, mas quando se trata da minha Anahi, é atingir meu ponto fraco.
Quando Sav me ligou desesperada dizendo que ouviu um grito da Anahi e depois total silêncio, pedi a Ashley que verificasse as câmeras de segurança da rua e o que eu temia foi comprovado, o maldito utilitário preto parado em frente a minha casa e o filha da puta carregando minha Anahi em seu ombro.
Nessas horas nunca tem uma porra de um vizinho fofoqueiro na janela para acionar a polícia.
-Vamos lá, me deixe a par da situação. - Phill pergunta quando já estamos no jatinho.
-Por volta das dezesseis horas, Savanah perdeu contato com a Anahi, Ashley averiguou as câmeras de tráfego, mas perdeu o utilitário em um túnel, os agentes checaram o local e o encontraram abandonado, o filha da puta deve ter trocado de veículo. - dou um soco na poltrona - Ashley já checou todos os imóveis da nossa lista e, segundo os agentes que estão tomando conta dos locais, não houve movimentação em nenhum deles, já repassaram a polícia para formar bloqueios nas estradas, mas não temos nenhuma pista.
-Agora são dezessete e quinze, se ele usou o carro como fuga não pode ter ido muito longe. - Phill abre o notebook à minha frente - Vamos lá gênio, deixe a raiva para depois, você tem o caso mais importante da sua vida para resolver.
Respiro fundo e me concentro, Phill tem razão, Willian usando um carro para fuga significa que não está muito longe, ele não correria o risco de ser parado em um bloqueio policial sabendo que a primeira coisa que faríamos seria ativar toda a ajuda possível.
Meus dedos voam sobre o teclado à procura de propriedades abandonadas ao redor de Seattle, próximo a região onde o utilitário foi abandonado, e quando estou quase chegando a uma lista reduzida, me pego praguejando.
-Merda, ele quer formar uma nova comunidade, não faria isso no centro de Seattle! - tamborilo meus dedos no braço da poltrona - Pensa, Alfonso...
O aviso de que vamos aterrissar soa e fecho o notebook, pego o meu celular só para olhar uma foto minha com Anahi em meu colo, preciso voltar ao ponto de partida, aperto o aparelho em minha mão enquanto estamos aterrissando.
Na sala de Phill, observo o quadro com fotos e informações que temos até agora, enquanto meu superior discute com Ashley os preparativos para formar uma nova equipe. Cada membro da comunidade tem seu rosto exposto aqui, inclusive o de Willian e...
-É ISSO PORRA! - eu grito assustando Phill e Ashley, mas eles não me interrompem.
Sento na cadeira de Phill e busco pelo arquivo com os nomes.
-Estava bem na nossa cara todo esse tempo! O maldito é esperto, ele deveria saber que jogaríamos ela para segundo plano! - eu aponto o nome na tela para Phill - Kaillah Robinson!
-O que tem ela, Alfonso? - Ashley pergunta sem entender.
-Ela fugiu da comunidade junto com Willian, eu preciso do nome do pai dela, eu quero todas as contas e propriedades no nome desse maldito traidor!
-Caralho, Alfonso, você é demais!
Logo Ashley me mostra onde está o arquivo com os nomes e propriedades de cada homem da comunidade, mas o sobrenome Robinson não aparece e estou amaldiçoando novamente.
-E se... - Ashley começa, mas logo se interrompe.
-O quê? - dou abertura para que ela prossiga.
-Oh, não é nada, acho que é uma ideia louca.
-Ashley, todas as minhas ideias iniciais são a partir de momentos de loucura.
-Bem, nessa lista só pensamos em buscar os homens porque eles tinham o poder, mas e se o pai da Kaillah foi mais esperto e usou o nome dela ou da esposa para esconder suas propriedades?
-Você é incrível! - em um impulso, Phill aperta Ashley em seus braços e beija sua testa.
O momento seria lindo e eu até faria uma piada se eu não estivesse tão desesperado.
Novamente estou perdido em meu notebook e depois de alguns minutos tenho em minhas mãos uma casa que fica mais afastada, cercada por muitas árvores, próximo a Redmond e duas em Renton.
-Eu aposto toda a minha coleção dos Lakers que eles estão aqui.
Aponto para a localização no mapa enquanto Phill começa a acionar a equipe. Essa vai ser uma longa noite de planejamento, não podemos falhar de modo algum.
Fica decidido que logo ao amanhecer partiremos para reconhecimento de área, fecho meus olhos e faço uma prece silenciosa para que nada aconteça ao meu pequeno anjo.
Eu logo vou salvá-la.

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Esfrego minhas mãos ansioso enquanto vigiamos a casa de uma distância segura. A viagem de Seattle até Redmond não é longa e alcançamos nosso destino em vinte minutos de carro, deixamos os SUV's próximos à estrada e seguimos o restante do caminho andando, qualquer barulho poderia alertar aquele maldito.
Os rapazes já fizeram reconhecimento da área e a planta da casa mostra apenas cinco cômodos e um porão, o que facilitará a busca. Eu geralmente sou o cérebro e os olhos guiando a equipe através de fones, mas dessa vez faço questão de fazer parte da movimentação, quero ser o primeiro e único a ter minha Anahi nos braços, confio na minha equipe, mas o meu eu possessivo não quer deixá-la para ninguém.
Phill dá o sinal e cercamos a casa, checamos as janelas e portas, todas trancadas, o silêncio é total, como se estivesse vazia. Phill me olha com pesar, já imaginando que erramos o alvo, mas então eu ouço um barulho de corrente se arrastando, aceno com a cabeça para ele e Phill me devolve o sinal confirmando que também ouviu.
Começamos a invasão e assim que a porta principal é arrombada ouço um grito de mulher, corro em direção ao que parece ser uma cozinha e encontro uma garota encolhida ao canto da parede, cobrindo os ouvidos com as mãos.
-AJUDA AQUI! - grito enquanto vejo a equipe se dividir pela casa em busca da minha Anahi e do criminoso - Você vai ficar bem.
Ela levanta a cabeça e vejo o medo ser substituído por outro sentimento, talvez esperança.
-Você é o Alfonso? - franzo minhas sobrancelhas e concordo - Anahi disse que você viria, ela tinha certeza disso. - ela se levanta devagar e aponta para fora - Ele a levou para o abrigo, do lado de fora, você vai encontrar um alçapão entre duas árvores cortadas.
Aceno com a cabeça e corro para fora sendo seguido por Phill e dois agentes. Olho para trás e o restante da equipe já está do lado de fora, dois agentes guiando Kaillah para longe da área de busca, mais dois se fazem uma busca na área próxima a entrada do abrigo enquanto Phill e eu entramos, a princípio tudo é pura escuridão, mas em um canto vejo minha Anahi com as mãos amarradas, suspensa sobre sua cabeça e seus pés mal tocando o chão, seu cabelo está molhado, como se tivesse acabado de sair do banho e seus olhos se enchem de lágrimas ao me ver.
-Alfonso... - ela sussurra, seu sorriso banhado pelas lágrimas que agora caem.
-Eu tenho você, meu anjo. - me aproximo para soltá-la e então o vejo.
Willian tem um olhar sombrio e um grunhido escapa de sua garganta, algo entre um riso doentio e ira. Phill tem sua arma apontada para ele, mas me olha tenso antes de desviar o olhar para a esquerda.
Em cima de uma cadeira vejo o relógio em contagem regressiva.
-Vocês não deveriam ter feito tanto barulho. - Willian se aproxima rindo - Eu planejei tanto, cada detalhe é adivinha, Anahi? - ele mostra o colete com explosivos e balança um pequeno controle na mão - Se você não for a minha Escolhida, não vai ser de mais ninguém.
Sem tempo para pensar, eu salto sobre a mão dele, impedindo que apertasse o botão, mas Willian não pretende desistir fácil e entramos em uma briga.
-TIRA A ANAHI DAQUI! - eu grito para Phill e logo o vejo desatar a corda e correr para fora com Anahi nos ombros.
Willian me acerta a mandíbula, mas fui treinado para receber muito mais que isso, apenas um soco em seu estômago e ele está no chão se contorcendo. Olha para o relógio e a contagem está em quatro.
Corro para a escada e então tudo explode.

A EleitaOnde histórias criam vida. Descubra agora