Em busca da liberdade

Capítulo 23

Depois de uma longa viagem eles finalmente estavam perto do País de Gales, porém houve um pequeno acidente com Beatrice, ela havia cortado seu tornozelo quando colocou suas pernas para fora da carruagem, Ivan parou e ajudou Beatrice:

-Vou ter que limpar, pode doer um pouco. 

-Termine logo com isso- disse Beatrice. 

Ivan colocou o pano com o esterilizador e Beatrice deu um tapa em sua mão:

-Posso?

-Pode, é claro, desculpe.

Ele terminou de limpar e enquanto enfaixava o tornozelo de Beatrice, Ivan disse:

-Me desculpe pelo que eu disse, sobre seu pai e por tudo aquilo que eu falei.

- Tudo bem, você não sabia.

-Na verdade eu ainda não sei, o que ele fazia com você?

-Não gosto de falar sobre isso, se é que me entende.

-Tudo bem, mas você me desculpa? Não só pelo que eu disse aquele dia, mas por tudo o que eu fiz.

-Desculpo, de qualquer forma nós não daríamos certo mesmo...

Ivan ouviu aquilo e seu coração se quebrou totalmente, ele ainda achava que Beatrice o amava, mas agora ele tinha certeza que isso não era verdade, mesmo assim ele concordou:

-S-sim, não daríamos. 

Um silêncio tomou conta do ambiente até Sophie voltar, ela havia saído para exercitar um pouco as pernas:

-Acabaram?

-Sim, podemos continuar a viagem agora. 

-Ótimo- disse Beatrice fazendo forças para levantar. Ivan a ajudou e eles seguiram viagem. Depois de mais algumas horas de viagem, eles finalmente chegaram na entrada para o País de Gales:

-Chegamos. Bem vindas ao País de Gales. 

As meninas saíram da carruagem e viram um lindo lugar, cheio de verde, ele emitia uma paz imensa, Ivan vendo o rosto de choque de Beatrice e Sophie, que nunca haviam visto um lugar tão bonito e ao mesmo tempo vazio como aquele, ele então disse:

-Aqui é o interior do país, se andarmos mais um pouco chegaremos a cidade.

-É lindo- disse Sophie encantada. 

-Obrigada Ivan, daqui partimos sozinhas- falou Beatrice.

-Não querem visitar a cidade?

-Não será necessário, mas creio que você deve ir até lá, encontre algum lugar para dormir, para não ter que passar a noite na estrada. - aconselhou Beatrice.

-Uma parte de minha família mora no centro, eles são a razão deu saber vir até aqui, acho que irei passar para fazer uma visita.

-Então agora nos despedimos certo? - disse Sophie.

-Creio que sim- respondeu Ivan.

Ivan e Sophie deram um aperto de mão, ela aproveitou para lhe dizer obrigada. O mesmo foi feito entre Ivan e Beatrice que disse:

-Mantenha segredo sobre onde estamos, está bem?

-Fique tranquila, e só uma dica, sei que gosta de se esconder, então lhe aconselho a ir para o sul, a uma praia lá onde eu e meus primos costumávamos ir. Pouquíssimas pessoas moram por aquela região e há bem perto da praia um terreno com estrutura já pronta de uma fazenda, que está a venda, a vendedora é a senhora Marina, procure ela quando chegar ao sul, ela mora nos fundos de um pequeno comércio de frutas, será fácil encontrá-la, todos á conhecem. 

-Obrigada Ivan, foi uma ajuda e tanto. 

-Não foi nada, agora preciso ir. Adeus Sophie e Beatrice, se cuidem e mandem notícias quando se instalarem. 

Ambas concordaram com a cabeça acenando para Ivan que seguiu viagem. Depois elas olharam uma para outra em frente aquela estrada e Sophie disse:

-Então agora moraremos na praia?

-Se você concordar sim, mas olhe Sophie, sei que gosta de socializar e de ver pessoas, não se incomoda em ir morar no sul, longe de quase tudo?

-Não estou nem um pouco incomodada, amo a praia e estarei com você Bia, isso que importa e nós não ficaremos longe de tudo, temos a loja de frutas da Marina- disse Sophie rindo.

-Tem razão- disse Beatrice rindo  também.

As duas seguiram estrada adiante confiantes e esperançosas.  Enquanto isso em Londres Visconde havia pedido uma reunião com o príncipe Willian, ele disse que seria uma reunião sobre o casamento, porém quando o príncipe chegou no escritório de Visconde a conversa tomou um outro rumo:

-Então Visconde, sobre o que gostaria de conversar comigo?

-Gostaria de falar sobre minha irmã.

-Claro, diga.

-Sophie não irá mais se casar com você.

-Mas porque não?

-Não se faça de tolo Willian, você mais do que ninguém sabe o que houve naquele parque, e depois daquele acontecimento ficou claro de que não haveria casamento nenhum. 

-Sophie irá sim se casar comigo, eu sou o príncipe eu dito as regras- disse Willian subindo o tom de voz. 

-Você pode ditar as regras do povo, mas não as regras da minha casa ou da vida de minha irmã e sejamos verdadeiros, você nunca á amou, tudo isso não se passava de um casamento arranjado. 

-Onde está Sophie? Quero falar com ela. 

-Sophie viajou, logo não está em casa.

-Quando ela volta?

-Creio que não vá querer esperar por todo esse tempo, então aqui vai um conselho com todo o respeito, desista de Sophie, faça outro baile, procure outra garota para se casar, quem sabe você não encontra alguém que te ame verdadeiramente. 

-E se eu quiser espera-la? 

-Eu contarei a todos o que fez com minha irmã e aí terá que mentir, e mentir muito bem, e nós sabemos que é errado mentir para o povo.

- E o dinheiro?

-Não precisamos mais do dinheiro que seria dado a nós após o casamento.

-Por que não?

-Olhe Willian, vou simplificar a situação para você. A família Kuster está cortando todos os laços com sua família, que no caso tem como assunto principal o casamento que viria a acontecer entre você e minha irmã mais nova, Sophie. Ficou claro para o senhor?

-Sim.

-Ótimo, agora peço-lhe que se retire, sua presença não e mais solicitada aqui em minha casa.

-Como ouça expulsar o príncipe?

-E como você ouça ter tirado a honra de minha irmã e a feito sofrer e ainda sim querer se casar com ela?

Willian não disse nada, então Visconde completou:

-Creio que estamos iguais agora, por isso peço que se retire e não apareça mais para incomodar minha família, afinal como eu havia lhe dito, sua presença não é mais solicitada. 

O príncipe não disse nada, apenas se levantou e saiu, deixando Visconde tranquilizado e com o sentimento de dever cumprido.