23.

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Rafaella POV

Depois que Bianca saiu, me permiti tomar um banho quente para relaxar os meus músculos. Me sentia exausta emocionalmente. Aquela cena da Bia com aquela modelo não saia de minha cabeça, e mesmo a carioca dizendo tudo aquilo, eu me perguntava até quando isso tudo iria durar. A morena e eu somos de mundos totalmente diferentes e para ajudar essa ex dela é uma linda modelo.

Não queria passar de novo tudo que passei com Bruna. Não que Bianca seja igual a ela, mas a carioca deixou a outra tocá-la daquele jeito, e se eu não tivesse chegado? Bianca disse que não seria capaz de me trair. E eu não sei o que pensar.

- Rafa?! Ta tudo bem ai? - minha mãe bate na porta.

- Sim, mamãe. Já estou saindo. - grito desligando o chuveiro.

Devo ter passado tempo demais debaixo da água. Me seco, passo meu hidratante corporal e visto o meu pijama. Quando saio da banheiro, percebo minha mãe me observar. Minhas feições não estão uma das melhores, o que me entrega facilmente.

- Andou chorando, querida?

- Quer ajuda pro jantar? - tento mudar o foco começando a descascar algumas batatas que estavam em cima da pia. - Amanhã podíamos fazer alguma coisa.

- Rafaella, não esconda nada de mim. Eu te conheço muito bem para saber que algo esta acontecendo. Afinal não era para você esta na casa da menina Venturotti, com a Bianca?

Eu realmente não conseguia esconder nada de minha mãe, nem se eu quisesse. A mais velha para ao meu lado, tirando a faca e a batata de minhas mãos.

- Eu fui, mas acabou acontecendo algumas coisas, e eu decidi voltar pra casa.

- Depois do jantar iremos ter uma conversa. Algo sério aconteceu para esse lindo rosto estar tão apagado. - sua mão macia toca em meu rosto - Vá chamar o seu irmão para entrar, ele ficou demais na rua por hoje.

Assenti em concordância e fui atrás de Renato. O adolescente me fez a mesma pergunta "o que aconteceu?" expliquei meio por cima, dizendo que depois do jantar conversáriamos. E assim eu fiz, depois do jantar contei a mamãe e ao meu irmão o que tinha acontecido. Não deixando escapar nenhum detalhe.

Renato estava muito puto com tudo. Mas eu tratei logo de acalmá-lo dizendo que eu estava bem. E que a carioca tinha se desculpado. Minha mãe deixou claro sua opinião, alegando que nós duas tínhamos errado. Bianca por permitir tanta audácia da parte de sua ex, e eu por ter saído daquele jeito, segundo ela, eu deveria ter ficado e colocado Bárbara em seu devido lugar, aí sim ter tido uma conversa com a carioca, pois saindo daquele jeito só abri espaço para a modelo. Mas mamãe deixou claro que não concordava com a atitude de minha namorada.

O assunto chato foi deixado de lado. Organizamos a cozinha, logo nos acomodamos no sofá para assistirmos um filme. Me sentia tão cansada que acabei adormecendo no sofá.

[…]

Meu sábado mal tinha começado e já estava sendo péssimo. Acordei com uma imensa dor de cabeça, para ajudar acabei derrubando meu celular no chão trincando boa parte da tela.

Passei a manhã todinha ajudando minha mãe a fazer faxina em casa e depois de um demorado banho sai para almoçar com Caon e Giovanna. Consegui me distrair um pouco com as brigas dos dois, consegui rir até doer a barriga. Mas quando voltei pra casa, Bianca tomou conta de meus pensamentos. Não tinha nenhuma mensagem da carioca,  e eu também não enviei nada.

Só desejava ter Mag ao meu lado, queria tê-la agora em meus braços. Poder ver aquele sorriso que só me trazia tranquilidade.

- Rafa. - Renato bate na porta antes de entrar - Meu pai chegou. Promete que vai ficar bem?

- Prometo, maninho. - o abraço forte - Se divirta nas montanhas por mim.

Ele sorri se afastando do abraço. Era mais um final de semana que meu irmão iria para a casa do pai. Eles iriam acampar nas montanhas, apenas os dois. Diferente do meu pai, o pai do meu irmão é muito presente na vida dele.

- Rafaella. - me chama parando na porta - Pense no que for o melhor pra você. Independe de sua escolha, eu estarei ao seu lado.

- Obrigada. - lhe mando um beijo, recebendo outro de volta.

[…]

Depois do final de semana evitando contato com Bianca, chegou o momento de vê-la de novo. Me sentia nervosa. Aperto a campainha sentindo minhas mãos frias. Do outro lado da porta, algumas batidas são ouvidas e do nada Mag começa a murmurar suas frases difíceis de serem compreendidas. Acabo sorrindo.

- Você tem que sair daí pra mamy poder abrir. - escuto a voz da morena falando com a bebê.

A porta é destrancada, assim que Mag me vê sorri abraçando minhas pernas. Ato que faz o meu coração se encher de alegria. A pego nos braços enchendo o seu rostinho de beijos.

- Mumu, pepz -diz fazendo um grande bico com os lábios babados - cucu, mumu.

- Meu Deus, como você esta tagarela hoje. - digo rindo de suas caras e boca.

- Bom dia. - a voz da carioca quebra aquele momento - Esta tudo bem? Não tive notícias suas no final de semana.

Coloco Mag no chão, retirando a bolsa atravessada em meu corpo.

- Sim, estou bem. - coço a garganta olhando para a linda morena em minha frente - E você, esta bem?

- Estou tentando. Podemos conversar? - meus olhos acompanham cada gesto seu.

- Já conversamos o que tínhamos para conversar. - minha voz sai firme. Não quero demostrar insegurança.

Bianca apenas assente. E eu agradeço por ela não insistir no assunto. Não queria ouvir mais explicações, tudo que ela me disse na sexta-feira tinha sido o suficiente para mim. Acreditei em cada palavra, mas ainda precisava desse tempo.

A carioca se despediu, avisando como sempre que qualquer coisa estaria no telefone. Só depois que ela saiu, pude voltar a respirar melhor. Acreditem, essa distância toda não estava sendo fácil para mim.

- Venha aqui meu bebê. A tia Rafs, precisa de um abraço seu.

Com Mag em pé nas minhas pernas, a abraço forte sentindo o seu delicioso cheiro de bebê. Ter ela assim em meus braços me deixava mais calma. As mulheres Andrades tem um grande efeito sobre mim.

🗼

Não sei nem o que dizer.

Mag's nannyOnde histórias criam vida. Descubra agora