Mag's nanny

36.

Bianca POV

Não via a hora de clarear o dia e ter minha alta logo. Não quero nunca mais por o pé nesse hospital. Ele me deixa paranóica, parece que o ar me falta e as costas queimam. Doideira, sim eu sei, mas não tenho culpa se hospitais me dão pânico.

Quando Webber passou aqui pela manhã confirmando que eu teria alta hoje mesmo, tive a idéia de fazer uma surpresa a Rafaella. A alta que seria apenas de tarde foi adiantada para antes do almoço. Apenas liguei para Mari passar e me pegar antes de ir almoçar com Bruna. Essas duas estão em um rolo que ninguém entende.

Depois de arrumar minhas coisas ligo para minha sogra avisando que irei almoçar com eles e confirmando que Rafaella estaria em casa nesse horário. Para a minha sorte tudo foi confirmado e pedi silêncio a mais velha.

- Preparada carioca? - pergunta Mari enquanto me empurra na cadeira de rodas. Coisa que era desnecessária, mas Richard insistiu. Eu já me sentia cem por cento  assim que pus os meus pés para fora daquele hospital.

- Sempre estou preparada, Mari. - murmuro - Como os avós estão?

- Bem, vovó ficou preocupada, mas o Sr Antônio tratou de acalmá-la.

- "Essa menina tem sangue carioca, ela aguenta qualquer barra" - repetimos juntas uma das típicas frases do vovô.

O percurso durou de 10 a 15 minutos. Mariana se ofereceu para entrar comigo, mas logo tratei de dispensá-la, a baiana já tinha feito muito por mim. Não queria atrasá-la para o seu encontro.

Como sempre o portão da vila estava apenas encostado. A passos lentos caminho até a casa de minha namorada, que era uma das primeiras. Quando chego na porta vejo uma cena que em nada me agrada. Sinto o meu sangue ferver.

Rafaella esta abraçada a sua ex. A mulher tem os olhos fechados e um sorrisinho nojento nos lábios.

- Desculpa, eu acho que cheguei na hora errada. - digo chamando a atenção das duas para mim.

- Bianca. Não é o que você esta pensando. - O rosto angelical da loira fica vermelho, enquanto a mesma gagueja, mas eu vejo verdade em seus olhos.

A conheço tão bem ao ponto de saber que ela jamais seria capaz de me trair. Estamos juntas porque eu confio nela, para mim confiança em seu parceiro ou parceira é fundamental para ter um relacionamento saudável. Pode haver ciúmes, claro, eu senti ciúmes quando vi minha namorada nos "braços" de outra, porém isso não significa que não confie nela. E a frase inicial foi apenas uma maneira de lhes chamar a atenção.

- Rafaella? - digo fazendo a loira se calar - Não estou pensando nada, baby. Apenas fique tranquila. - seguro sua mão a trazendo para perto de mim

Posso perceber a loira se acalmar. Selo rapidamente nossos lábios. Bruna nos observa com uma cara nada boa, o que me faz ter vontade de rir.

- Já deu a minha hora. - a mesma coça a garganta - Parabéns little Kalimann. Espero que goste do presente, e mande um beijo para a sua mãe e Renato por mim.

Quando Bruna se aproxima de Rafaella, abraço a cintura da loira possessivamente, fazendo ela se recuar e apenas sorrir fechado saindo porta a fora, sem ao menos me cumprimentar. Educação passou longe para essa daí.

- O que ela estava fazendo aqui? - cruzo os braços abaixo dos peitos.

- Veio me trazer isso. - a loira me mostra o embrulho em sua mão, fazendo o meu rosto se transformar em uma careta - Eu não vou ficar com isso, não se preocupe.

- Se quiser ficar tudo bem. - tento soar convincente - Preciso me sentar.

- Claro, desculpa amor. - Rafaella me ajuda a sentar, mesmo não precisando - E, eu não ficarei com isso, apenas peguei por educação. Afinal não era para você estar no hospital?

Acabo sorrindo ao ver o presente sendo jogado em cima do outro sofá. Se ela guardasse esse presente com certeza ficaria chateada. Afinal é um presente de sua ex, que teve uma grande importância em sua vida.

Explico a minha namorada que queria lhe fazer uma surpresa, por isso que omiti o meu horário de saída. Mas no fim fui eu a surpreendida, quando dei de cara com a sua ex.

- Hey, não a abracei porque quis. - seu dedo toca em meu queixo - Me desculpa, ta bom? Estou feliz por estar aqui comigo. - seus lábios tocam os meus.

- Apenas não dê abertura a ela, tá? - a mesma assente - Feliz aniversário. Te amo muito, que você realize todos os seus sonhos. - sussurro próximo aos seus lábios.

- Obrigada. O meu sonho sempre foi ter uma família. Uma linda filha e uma linda esposa, já estou realizada mesmo que ainda não tenhamos ido até o altar.

Acabo sorrindo com a sua frase. Perfeito, Rafaella pretende ir até o altar comigo. Não que eu tivesse dúvida, mas o assunto casamento nunca foi tocando em nossas conversas.

- Que bom, fico feliz que eu seja parte de seu sonho. - suspiros depois de um beijo trocado - Cadê a nossa bebê?

- Ela esta dormindo em meu quarto. - coloca uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha.

[…]

Eu me sentia tensa, depois que almoçamos com a família de Rafaella, na parte da noite fomos até a casa dos meus avós, lá fomos surpreendidos com um jantar para comemorar o aniversário de minha namorada. Fiquei feliz com a atitude de meus avós, na verdade até eu fui pega de surpresa.

Foi algo bem familiar. Apenas meus avós, Mari, Rafaella, eu, e claro Mag. Fiquei a maior parte de meu tempo sentada, tinha passado por uma cirurgia. Estava abusando demais para o meu segundo dia de recuperação.

Bom, o motivo de eu me sentir tensa, era pelo simples fato que hoje pedirei Rafaella em casamento. Com a ajuda de Marcela e Venturotti, as duas ficaram responsáveis em arrumar tudo como eu pedi.

Eu queria fechar a noite de aniversário da minha namorada com chave de ouro. Não do jeito que eu gostaria por causa da cirurgia, mas de um jeito especial também.

Tento abrir a porta, já que Rafaella carrega nossas bolsas e sacolas de presentes. Mag ficou com meus avós... Quando abro a porta dou espaço para a loira passar primeiro.

- Ai meus Deus, Bianca. - essa é a primeira reação da loira ao ver pétalas de rosas jogadas no chão da sala. - Sério isso? - a mesma caminha até o centro da sala, onde tem um grande urso de pelúcia escrito:

"Psiu! Que tal você ser minha e eu ser sua?"

E ao seu lado um grande buquê de rosas vermelhas.

- Sério. - me aproximo - Eu ensaie várias maneiras de dizer isso, mas nenhuma delas sai agora. - solto uma risadinha nervosa - Eu só sei que encontrei em você tudo que sempre procurei em alguém. Você me faz sorrir em tempos chuvosos, me acalma durante a tempestade. Me ensinou a amar e não ter medo de me entregar. Então sim, isso é muito sério. Rafaella Kalimann - seguro em sua mão - Você aceita se casar comigo?

Com a pouco luz das velas, vejo os olhos verdes da minha namorada úmidos. Os meus não se encontram diferente.

- Claro que sim. Eu aceito, Bianca.

Sorrindo, deslizo a aliança no dedo de minha noiva. Deixo um beijo no dorso de sua mão e depois selo nossos lábios em um beijo calmo.

- Te amo! Nós vamos nos casar. - Rafaella diz eufórica.

- Sim, nós vamos. Eu amo você, baby. - encosto nossas testas.

E mais um passo tinha se dado em nosso relacionamento. E eu não via a hora de ver a minha noiva vestida de branco.

🗼

Veio aí o pedido de casamento. 

Notas?  🥺🥺