29 de Novembro...Segunda feira - 6:43 AM.
Waffles já é meio caminho andado para uma manhã tranquila. Não sei dizer o motivo que me fez acordar às cinco da manhã e ficar perambulando pela casa até às seis. Com certeza a diferença no fuso já bagunçou meu organismo. Eu segui pra cozinha e decidi preparar o café da manhã. Tem exatamente quarenta e três minutos que estou aqui. Fiz bacon, ovos mexidos, torradas e waffles com frutas vermelhas, que minha tia guardou na geladeira por algum motivo. Eu estava terminando de preparar o café, quando escutei passos atrás de mim e me virei rapidamente, quase fazendo voar a xícara que estava na minha mão.
"Opa, não me mata!" Will se esquivou de mim, rindo de maneira assustada.
"Puta merda, Will! - respirei fundo e coloquei a xícara na ilha da cozinha. - Já falei pra não chegar assim." Olhei pra ele.
"Desculpa, eu ia te dar um beijo. - Ele se aproximou e me deu um beijo na testa - Bom dia pra você também, bravinha."
"Será que você poderia subir e bater na porta das duas folgadas? Vou servir o café logo, logo." Tentei sorrir ainda com a sensação de susto percorrendo meu corpo.
"Você não acha que tá um pouco cedo pra acordar elas?" Ele perguntou.
"Não, não acho! Já vai dar sete da manhã. Daqui a pouco temos que ir para o hospital, hoje não quero me atrasar." Respondi enquanto terminava de preparar o café.
"Ok! Vou rápido, o cheiro tá uma delícia!" Ele piscou e saiu pulando os degraus da escada.
Se todas as manhãs fossem tranquilas como essa, eu seria mais feliz. Nova Iorque sabia me destruir, mas também sabia me fazer se sentir em casa. Nessa loucura toda, entre lidar com Will e o acidente do Simon, acabei me esquecendo da escola. Nós precisamos voltar para a Califórnia, ou com certeza vamos repetir o último ano. A verdade é que eu não quero, não agora, não com o Simon no hospital... mas eu sei que em breve, terei que abrir mão disso.***********
08:57 AM...
Chegamos no hospital dois minutos adiantados. Simon estava bem melhor do que no dia anterior. Já tinha feito a primeira alimentação do dia e sentia menos dores, o que me deixou bem feliz e aliviada.
"Doutora, que dia o Simon poderá ir pra casa?" Perguntei para Pen.
"Não sabemos o dia certo, vai depender da recuperação dele. Se continuar desse jeito, daqui uma semana ele deixará o hospital." Pen sorriu e Simon tentou fazer o mesmo.
"Isso é ótimo. - Olhei pra ele. - Mas não vou estar aqui, preciso voltar amanhã para a Califórnia." Revirei os olhos e segurei a mão dele.
"Não se preocupa, eu to bem melhor. Você tem que voltar, por causa das aulas." Ele ainda estava com a voz fraca.
"Mas e você? - olhei para a doutora, que percebeu que estava sobrando e saiu do quarto, nos deixando a sós. Então eu continuei: - To preocupada com você, Simon. Você não acha que deveríamos contar para seus pais? Você não está indo na escola durante esses dias, eles precisam saber pra fazer alguma coisa." Soltei sua mão e prendi meu cabelo num coque alto.
"Tem razão. Eles vão acabar sabendo uma hora, então é melhor que seja logo. Você poderia avisar? Mas tenta ser um pouco mentirosa. Fala que eu fui atropelado a três dias atrás e que já estou bem. Só estou no hospital pra cuidar da minha perna quebrada. Não conta a parte que dei hemorragia, parada cardíaca e quebrei as costelas. Ok?" Ele me olhou, esperando que eu dissesse aquilo que sempre falávamos.
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Como sobreviver ao mundo
Любовные романыHanna Cooper é uma garota de 17 anos. Indo para o último ano da escola, Hanna imagina que viverá os melhores momentos... Daqueles de guardar na mente. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Mudanças bruscas ocorrem, transformando sua pesso...