Sábado 04:48 PM...Quando o Uber me deixou na porta do campus, desci do carro sorrindo e lembrando de cada detalhe daquela tarde. Sem me dar conta, senti uma pessoa me abraçando por trás e um frio percorreu meu corpo. Me virei rapidamente e dei de cara com o Will.
"Caramba Will, você me assustou." Falei e soltei o ar que prendi sem me dar conta.
"Voltou feliz. - Ele cheirou meu pescoço e parou de sorrir - Também voltou com cheiro de perfume de homem!" Will me soltou e ficamos de frente um para o outro. Meu coração acelerou e por alguns segundos fiquei sem saber o que dizer.
"É o perfume do Adam. Ele foi embora, finalmente." Menti desviando meu olhar para outro lado, tentando parecer natural.
"Se resolveram? Aquele dia parecia que vocês se odiavam né?" Ele cruzou os braços e senti ele me encarando. Olhei pra ele de volta.
"Eu não me entendi com ele Will. Só aceitei que ele me desse um abraço de despedida." Respondi de uma forma seca.
"Sei. Também aceitou tomar vinho né? To sentindo o cheiro daqui." Ele continuava desconfiando e eu estava começando a ficar irritada.
"Qual é Will? Você vai ficar desconfiando de mim? Além do mais, parece até que você já estava me esperando aqui à horas. - Respirei fundo - Escuta, não que eu deva satisfações à você, já que você não quis me contar nada daquilo. - Me referi ao assunto que envolve a Verônica - Mas tomamos vinho sim." Respondi e dessa vez eu que cruzei os braços.
"Poxa, seu pai é bem liberal. Te deixando tomar vinho e depois voltar sozinha para o campus, dentro de um Uber, na Califórnia! Nem liga." Ele soou debochado e aquilo foi extremamente irritante.
"Sim, ele é tão liberal que me deixa por aí solta. Não me liga nos meus aniversários, não quer saber se estou bem ou se fui presa... Ou até mesmo morta. Sabe por quê? Ele não liga pra mim, nunca ligou. Então, tomar duas taças de vinho não é nada." Desabafei como se aquela mentira toda fosse real. Olhei para o chão e de repente senti raiva de verdade. Falar do Adam, mesmo que de mentira, mexia comigo e me deixava extremamente nervosa.
"Ok. Me desculpe. Eu não devia ter feito tantas perguntas e afirmações, fui idiota. Esquece isso." Ele falou e me abraçou. Eu continuei com os braços para baixo. Ele me soltou e me olhou.
"Will, você estava me esperando ou vigiando?" Fui breve e direta na pergunta. Ele curvou as sobrancelhas como se não tivesse entendido.
"Bom, esperando eu estava. Você me disse ontem que ia almoçar com seu pai, então é normal eu te esperar. Mas te vigiando?" Ele me olhava com cara de confuso, mas não fiquei convencida.
"É, vigiando. Cheguei aqui e você me avaliou por inteira e ainda por cima me encheu de perguntas." Respondi.
"É, te achei diferente. Mas não estava te vigiando. Você acabou de chegar Hanna, como eu ia fazer isso?" Ele jogou outra pergunta pra cima de mim.
"Ok Will. Vou subir, o vinho não me fez muito bem e to com dor de cabeça. Se eu não descer pra jantar, provavelmente eu dormi." Falei e me preparei pra sair.
"Ok. Espera só um pouco, ainda tá de pé amanhã né? Nosso almoço, fora daqui? Pensei até que podíamos passar o resto da tarde na praia. O que acha?" Ele pergunta e segura minhas mãos.
"Pode ser, amanhã a gente decide." Forcei um sorriso e saí. Entrei no elevador e subi para o quarto, quando abri a porta a Beck estava pronta pra sair.
"Olha só quem chegou! Quase que você não me pega aqui." Ela sorriu e me abraçou feliz.
"Onde você vai?" Perguntei sorrindo.
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Como sobreviver ao mundo
RomanceHanna Cooper é uma garota de 17 anos. Indo para o último ano da escola, Hanna imagina que viverá os melhores momentos... Daqueles de guardar na mente. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Mudanças bruscas ocorrem, transformando sua pesso...