Domingo - 9:20 AM.
Ouço um estrondo forte, de porta batendo e dou um pulo da cama. Assustada o suficiente pra tropeçar nos meus próprios pés e cair no chão."Mas que porra!" Esbravejo e me levanto antes da luz se acender.
"Hanna! O que aconteceu?" Beck pergunta assustada. Respiro fundo de ajeito meu pijama.
"Eu que pergunto! Por que diabos você entra batendo à porta? Eu me assustei." Respondo sem paciência. Ela se joga na própria cama.
"Desculpa. Aconteceu a pior coisa dos últimos dias." Ela cai no choro e eu me sento ao seu lado. Como num piscar de olhos, minha raiva passa e a preocupação ocupa o lugar.
"O que aconteceu? Você... você não tá bem." Olho pra ela.
"Eu acabei de voltar de Palo Alto. Mas veja só! Ontem, quando fui procurar aquele... eu não vou me atrever a dizer o nome dele! Aquele... canalha! Eu achei ele no quarto, literalmente pegando uma garota. Quase pelados!" Ela estava pura raiva.
"Espera... não to entendendo. Onde vocês estavam?" Eu estava confusa.
"Numa casa de praia... alugamos. Foi algumas outras pessoas, amigos de amigos. Essa garota era amiga de um amigo dele. Você acredita que o filho da puta acordou de madrugada pra me trair? Eu não to acreditando nisso!" Ela sacudiu a cabeça, indignada.
"Mas que canalha! - esbravejei, de fato brava. - E como você veio embora?" Perguntei.
"O primo dele me trouxe. Eu teria vindo de ônibus, mas eu nem sabia como." Ela enxugou os olhos.
"Você devia ter me ligado, ou ligado para o Will. Nós teríamos dado um jeito de ir te buscar." Falei e abracei ela.
"Eu nunca mais quero ver aquele merda! Eu quero sumir da Califórnia por alguns dias." Ela disse ainda com o rosto encostado no meu ombro.
"Vamos passar o feriado de Ação de Graças em Nova Iorque. Na minha casa. - Fiz ela olhar no meu rosto. - A gente pode embarcar no final de semana, antes do feriado... temos boas notas, não fará diferença se faltarmos alguns dias. Minha tia vai simplesmente adorar se nós formos!" Tentei parecer empolgada. De repente jurei ter visto um lampejo de alegria no seu rosto.
"Eu topo! Com certeza. Qualquer lugar, desde que eu saia daqui por uns dias. Porque tenho certeza que ele vai vir me procurar. Ele vai esperar algumas semanas e vai vir, tenho certeza." Ela caiu no choro outra vez. Suspirei e abracei seu corpo contra o meu, deixando que ela chorasse tudo que tinha pra chorar. Quando na verdade, eu estava com vontade de chorar. Ainda estava sem acreditar, como arranjei coragem pra oferecer passar o feriado em Nova Iorque.
Mas se fosse pra ela ficar feliz, eu iria. Se eu tenho como deixar ela melhor, eu farei isso! É pra isso que serve uma amizade.*************
09 de novembro
Quinta feira - 7:30 AM.
A semana estava passando rápido. Acordei com o despertador e me arrumei rápido pra aula.
Encontrei Will no corredor e fomos direto pra aula.
Nos sentamos no lugar de sempre e esperamos Sam chegar. Depois daquele fadigo dia, não nos falamos nem pelos corredores. A gente troca olhares silenciosos, mas evitamos até mesmo de ter contato de professor e aluna."Bom dia, galera. Ocupem seus lugares que tenho um recado importante para dar." Sam entra na sala, vestindo um calça preta e uma camisa azul turquesa, marcando seus músculos definidos. Eu continuava achando ele incrivelmente bonito. Depois de alguns minutos, a sala já estava organizada e ele de pé, em frente à mesa.
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Como sobreviver ao mundo
RomanceHanna Cooper é uma garota de 17 anos. Indo para o último ano da escola, Hanna imagina que viverá os melhores momentos... Daqueles de guardar na mente. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Mudanças bruscas ocorrem, transformando sua pesso...