Como sobreviver ao mundo

Capítulo 24: Rumo a Nova Iorque.

Ainda Quarta feira...

    
   Depois que cheguei no campus, fui direto para o quarto. Eu precisava tomar um banho e tirar o perfume do Sam de mim. Foi exatamente isso que eu fiz. Tomei um longo e demorado banho e vesti uma roupa confortável. Eu tinha que preparar minha mala. Quando cheguei, Beck não estava no quarto. Passei uma hora arrumando minhas coisas, na única mala que eu levaria para Nova Iorque. Quando estava prestes a mandar uma mensagem para a Beck, ela entrou no quarto.

"Boa noite sumidinha!" Ela me olhou sorrindo e trancando a porta.

"Eu já ia te mandar uma mensagem." Sorri de volta. Beck encarou minha mala e me olhou novamente. Agora sem sorrir.

"Uma mala Hanna? Você vai mudar de quarto?" Ela perguntou séria. Acabei soltando um riso frouxo. Beck ainda não sabia o que tinha acontecido. Não havíamos conversado.

"Nunca! Isso - Apontei para a mala - é para a viagem que eu e Will vamos fazer." Respondi e puxei sua mão com delicadeza, fazendo ela se sentar ao meu lado.

"Você tá me assustando pra cassete Hanna!" Ela respondeu fazendo cara de assustada.

"Amiga, eu não tive tempo de te contar. Mas meu pai, o Adam. Ele morreu ontem. Por favor não me faça perguntas complicadas." Olhei pra ela após terminar de falar.

"Ok! Mas você ainda não me contou tudo não é?" Ela perguntou calmamente.

"É, não contei. Eu e Will nos entendemos novamente. Já dei um fim no meu lance com o Sam. Prometo que agora será só Will e eu. Agora sobre o Adam, ele vai ser sepultado amanhã em Nova Iorque. Will vai comigo, voltamos no domingo. Juro que sem ele eu não vou conseguir ser tão forte." Acabei deixando uma lágrima escapar. Beck me abraçou, num abraço forte e cheio de amor. Pude sentir isso e retribui na mesma intensidade. Adivinhem, acabamos chorando juntas. Beck também sabia sobre a dor de perder um pai. Mesmo que nossos casos fossem completamentos diferentes, eu não deixava de sentir a dor da perca de Adam. Passamos talvez dois minutos daquele jeito. Beck segurou minhas mãos e me olhou em seguida.

"Eu sinto tanto por você minha amiga. Sei que você e ele não eram tão próximos quanto gostariam. Mas não importa, essa dor não escolhe em quem vai doer. Eu te entendo e não se preocupe. - Beck secou as lágrimas fungando - Quando vocês voltarem, passarei as atividades que perderam. Vou em cada aula da quinta e da sexta feira, por vocês." Ela sorriu e me fez sorrir. Beck era a amiga que nunca tive. Abracei ela novamente.

"Obrigada! Você é incrível Beck." Sorri ao me levantar. Logo em seguida meu celular tocou. Quando olhei na tela, vi uma mensagem de Ashley, que fiz questão de gravar os últimos dígitos do número, mas não salvei.

- Oi filha. Fico muito feliz que tenha decidido comparecer amanhã. Seu pai com certeza agradece. Não tem problema em levar um amigo, sua tia já comprou as passagens e enviou no seu e-mail. Até amanhã. Ashley.

Ótimo. Não respondi, apenas li e bloqueei o celular. Eu precisava avisar o Will, teríamos que embarcar de madrugada para chegar cedo em Nova Iorque. Resolvi mandar uma mensagem.

- Espero que já tenha arrumado sua mala. Embarcaremos em algumas horas. Me encontra na área verde agora?    Hanna  7:22 PM

A resposta foi imediata, que garoto prático!

- Acredite ou não, só preciso tomar um banho e já posso entrar no avião. Malas prontas! To indo meu amor.
Will 7:22 PM

Confesso que ler "meu amor" na mensagem enviada por Will, me fez sorrir de orelha a orelha.

"Tem alguém sorrindo?" Beck perguntou rindo e me olhando.