Capítulo 39: Nova Iorque e seus problemas.

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Dia 26 de Novembro

7:23 AM...

       Acordei meio indisposta. Acho que acabei dormindo mais que o suficiente. Will já havia tomado banho e estava sentado na minha poltrona, olhando o início de algumas partículas de neve se formando.

"Bom dia." Falei indo para o banheiro e não fui respondida. Tomei um longo banho quente e vesti uma roupa que me esquentasse. Calça de flanela, havia comprado na Black Friday da Gucci do ano passado. Ela era quente mais que o esperado. Uma camiseta de moletom azul marinho. Assim que penteei meu cabelo, sai do banheiro. Observei Will e me aproximei dele, brincando com seu cabelo de maneira descontraída. De repente ele se levantou e caminhou até o outro lado do quarto.

"Sua tia e sua mãe levaram Beck para conhecer a Times Square, bem cedo. Disseram que vão demorar, por causa do trânsito. Hoje tem Black Friday." Ele foi frio ao falar.

"O Simon também foi?" Perguntei de maneira curiosa, naturalmente. De repente Will me olhou e ficou vermelho.

"Eu não sei da porra do seu amigo! Ok?" Ele cerrou os punhos.

"Will? O que houve com você? Por que está agindo assim?" Perguntei e cruzei os braços.

"Escuta, Hanna. - Ele fechou os olhos, travou o maxilar e continuou cerrando os punhos. - Eu estou cheio desse garoto! Estou cheio desse imbecil atrapalhar a sua vida, o nosso relacionamento. Toda vez é a mesma coisa. Ele dá em cima de você na cara dura e você finge estar tudo bem. Tentando me fazer acreditar que ele tá doente e que precisa de ajuda." Ele me encarava ferozmente.

"Will, tenha santa paciência! De novo não! Você não vem com essa sua crise sem sentido." Dessa vez fui eu que cerrei os punhos. Caminhei em direção ao banheiro e ele parou na minha frente, impedindo que eu passasse, mas sem me tocar.

"Não, Hanna! Você vai me ouvir, dessa vez você vai. Eu já to cheio desse cara. Eu to cheio dele fingir estar doente, pra te fazer cair no que ele diz. Você não vê? Ele tá te usando!" Will quase gritava.

"Will, fala baixo! Ele não está fingindo. O Simon está com depressão! Será que é tão difícil de você conseguir entender isso?" Rebati já sem paciência.

"Isso é o que ele tá dizendo. Qual é, Hanna? Esse cara tá aqui durante esse tempo todo, ocupando sua casa, atrapalhando!" Will continuava falando alto.

"Ele está na minha casa! Eu o convidei! Ele sempre será bem vindo por aqui! Você não precisa se preocupar com isso. Ele está doente, depressão é uma doença! Agora sai da minha frente." Pedi olhando para qualquer outro lugar que não fosse seu rosto, já com raiva.

"Não, ainda não vou sair da sua frente! Eu to engolindo desde ontem. Desde a palhaçada daquele agradecimento idiota! Todos agradeceram normalmente, mas o idiota do seu amiguinho depressivo... bem, ele só agradeceu por você ter vindo! Hanna! Hanna! Hanna! Todo o agradecimento daquele imbecil, foi para você! Qual é? O que ele quer? Te pegar? Te fazer sentir pena?" Ele colocou as mãos na cintura. A raiva subiu na minha cabeça de uma forma muito estranha, como nunca tinha acontecido.

"Cala a sua boca, Will! - olhei pra ele. - Não venha despejar o seu ciúme doentio, em cima dele. O Simon existe na minha vida, bem antes de você. Somos melhores amigos a muito tempo. O Simon me ajudou nos piores momentos da minha vida! Ele não precisa e não está fingindo uma doença! Se você quer arranjar razões para a palhaçada que está fazendo, arranje outro alvo. Não envolva o Simon nisso! Deixa ele em paz!" Empurrei Will e fui até o banheiro. Tentei fechar a porta mas ele segurou.

"Ciúme doentio? O que você acharia se eu te levasse pra minha casa e convidasse a Verônica? O que você acharia se eu ficasse trocando olhares com ela? Saindo pra lugares reservados, pra conversar a sós? Trocando agradecimentos? O que você acharia se eu não contasse sobre nosso namoro para eles? Me fala, Hanna!" Ele tentava abrir a porta. Cedi e sai do banheiro.

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