Terça Feira, 6:30 AM...Sinto alguém me balançar e abro os olhos tentando acordar de vez.
"Hanna, o despertador tocou. Vamos, temos aula!" Beck puxou minha coberta.
"Não vou hoje, não estou me sentindo muito bem." Resmunguei.
"O que você tem?" Ela me olhou.
"Não sei... Só não estou me sentindo bem." Respondi.
"Bem, preciso entregar alguns cigarros... Se não fosse isso, eu ficava aqui com você. Mas qualquer coisa, me manda mensagem." Ela sorriu e eu sorri de volta. Beck era como uma traficante legalizada. Eu não estava sentindo nada, a verdade é que eu não queria ir para aula e ter que encontrar o Sam e o Will no mesmo lugar. Ontem fomos pra aula mas ele continuou me evitando, nem almoçou com a gente. Ele está decidido a não falar mais comigo e eu estou decidida a esquecê-lo.
Depois de um tempo Beck saiu e me deixou só. Desde o domingo, Simón não tentou mais contato... Nem mesmo mensagem. Talvez eu seja o problema, acabo afastando todos de mim. Primeiro meus pais, depois minha tia, Simón e agora Will. As vezes eu queria apenas não ser eu.**************
Acabei adormecendo de novo depois que a Beck saiu pra aula. Acordei com batidas distantes em algum lugar que eu não estava conseguindo identificar. Me sentei na cama e tentei descobrir de onde estava vindo o barulho. Alguns segundos tentando pensar e escutei outras duas batidas um pouco mais forte na porta. Prendi meu cabelo rapidamente e fui até lá. Abri e levei um susto. Será que eu estava delirando ou aquele pesadelo realmente estava acontecendo?
"Adam?" Foi tudo que consegui dizer.
"Filha! Já pedi pra você não me chamar pelo meu nome." Meu pai resmungou. Que Diabos ele estava fazendo aqui?
"O que você está fazendo aqui?" Perguntei confusa.
"Eu vim te fazer uma visita. O pessoal da direção me informou em qual aula você estaria, fui até sua sala mas você não estava lá. Então eles me deixaram vir até aqui." Ele soltou um sorriso forçado.
"É... Não estou muito bem, preferi não ir a aula hoje." Respondi usando a mesma mentira que usei com a Beck. Na verdade eu realmente estava começando a não me sentir bem.
"Tudo bem! Eu tenho uma reunião na quinta aqui na Califórnia e pensei em te visitar. Faz tanto tempo que não te vejo, estava com saudades." Ele falou e me abraçou em seguida. Aquilo estava estranho... Ele se quer me perguntou o motivo que me fez matar aula e agora me dá um abraço como se estivesse sentindo todo o amor do mundo. Com certeza ele não iria me visitar de graça, nem mesmo se a reunião dele fosse no mesmo lugar que estou. Permaneci com os braços para baixo, eu não conseguia entrar no fingimento. Ele parou e me encarou.
"Como está a mamãe?" Perguntei de uma maneira seca que fez ele se afastar de mim. Minha mãe e ele eram separados, mas sempre se encontravam a "trabalho" por aí. Acho que a separação deles foi só uma ponte para cada um seguir sua profissão e suas vontades. Viviam numa amizade colorida.
"Muito bem, suponho. Ela está num congresso de moda, não permitem celular... Mas assim que terminar, ela vai entrar em contato." Ele sorriu.
"Preciso escovar os dentes, acordei agora... Quer entrar?" Perguntei dando de ombros.
"Claro! - Dei espaço e ele entrou - Seguiram minhas regras, te colocaram em um bom quarto!" Ele reparou em tudo.
"Seguiram suas regras?" Perguntei.
"Eu pago pra eles te darem a melhor educação e o melhor alojamento, não? Exigir isso faz parte." Ele desviou o olhar para outro canto.
"Exigir os direitos sobre aquilo que você paga, tudo bem. Mas impor regras soa um pouco mais autoritário que uma simples exigência de cliente, não?" Rebati e cruzei os braços.
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Como sobreviver ao mundo
RomantizmHanna Cooper é uma garota de 17 anos. Indo para o último ano da escola, Hanna imagina que viverá os melhores momentos... Daqueles de guardar na mente. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Mudanças bruscas ocorrem, transformando sua pesso...