Uma semana depois...Terça Feira, 02:03 PM.
As aulas da terça já tinham acabado e eu estava trancafiada no quarto, como fiquei durante essa última semana. Depois da minha conversa definitiva com o Will, decidi me fechar e cortar voltas de qualquer lugar onde ele possa estar, exceto as aulas, que eu não posso deixar de ir. Faltei às aulas da segunda e da quinta, exatamente por ter aulas do Sam. Passei alguns dias recusando as ligações e ignorando as mensagens dele. Por incrível que pareça, a Beck não ficou com raiva de mim, pelo contrário, ela estava mais próxima. Talvez por ver que eu estou sozinha todos os dias. Na primeira oportunidade que a Verônica e seu grupinho tiveram, eles me cercaram no corredor e começaram a gritar "SOCORRO, ME AJUDEM!". É claro que aqueles cretinos iriam fazer aquilo, eles viram como fiquei quando o Will desmaiou na minha frente. O Will, nada faz quando me encontra nessa situação, apenas olha com reprovação e sai, deixando que eles me atormentem. É assim agora, sempre que eles me encontram no corredor, no refeitório ou em qualquer em outro lugar. Na real, estou com saudades de casa, da minha tia e do Simón, mesmo que nenhum deles lembre que eu ainda existo. Já estou decidida, no feriado de Ação de Graças, irei visitar minha casa.
Já pensei em ligar para o Simón e me desculpar, mas não vou fazer isso. Foi ele quem me desrespeitou e decidiu seguir com a briga... Eu só desliguei e decidir não escutar mais."Você está nessa cama a horas, levanta daí garota. Vamos dar uma volta na cidade?" Beck entra no quarto de repente, me tirando dos meus pensamentos.
"Dar uma volta na cidade... Acho que não. Só quero ficar aqui, deitada." Respondi sem ânimo e olhei pra ela.
"Ah qual é amiga? Vai ficar assim até quando? Esquece tudo que aconteceu e deixa pra lá." Beck se sentou na minha cama e segurou minha mão esquerda.
"Não dá. Já tentei... Mas não dá. Eu odeio esse lugar e me odeio ainda mais por ter aceitado destruir as minhas poucas chances de ser feliz." Respondi com sinceridade.
"O Will também está assim, jogado e sem vontade pra nada. Eu falo com ele e ele responde o mínimo possível. Só vi ele assim quando minha tia morreu." Beck comentou apertando minha mão como se estivesse fazendo uma massagem. Ouvir o nome dele me deixava triste e meu coração acelerado.
"Tudo culpa minha!" Retruquei e suspirei fundo.
"Talvez. Mas acho que vocês ainda podem ter conserto." Ela me olhou e sorriu.
"Não Beck. Ele foi claro aquele dia, ele não quer mais me ter por perto e estou respeitando isso." Me levantei e prendi meu cabelo que estava bagunçado.
"Vocês precisam conversar... Ele sabe que você gosta dele. Não é?" Ela me olhou. Aquilo não me pareceu uma pergunta.
"O quê? Sabe, claro que sabe... Eu falei, mas ele não acredita. Eu também não acreditaria se estivesse no lugar dele." Respondi e entrei no banheiro, deixando a porta aberta.
"Vou dar um jeito nisso. Vocês vão se entender." Beck soltou.
"Não, nem pensar... Esquece isso Beck. Não quero que ele pense que estou te usando como ponte. Isso é entre eu e ele. Por favor." Pedi e saí do banheiro.
"Tudo bem, vou respeitar isso. Saco hein?!" Ela resmungou e tomou o lugar entrando no banheiro. Me sentei na cama e encarei a parede do outro lado, tentando pensar ou simplesmente aceitar os fatos. Escutei o barulho do chuveiro e respirei aliviada. Não que eu não gostasse de conversar com a Beck, mas quando ela começava a falar sobre minha situação com o Will, ela não parava tão cedo e eu me sentia desconfortável com a situação.
Para sair do tédio, decidi stalkear o Instagram do Simón. Tudo estava do mesmo jeito que vi pela última vez. A última foto postada era aquela com a menina de nome estranho. Suspirei aliviada, mas ao mesmo tempo senti um sentimento estranho tomar conta do meu peito. Talvez preocupação por não ver nenhuma postagem recente dele por ali. Bloqueei o celular e decidi sair para dar uma volta na área verde, eu precisava espairecer.
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Como sobreviver ao mundo
RomanceHanna Cooper é uma garota de 17 anos. Indo para o último ano da escola, Hanna imagina que viverá os melhores momentos... Daqueles de guardar na mente. Mas, não é bem assim que as coisas acontecem. Mudanças bruscas ocorrem, transformando sua pesso...