O choro cessou com rapidez, como se fosse um comando automático do corpo. Mas o peso daquelas pequenas gotas de lágrimas, drenaram todo o resto de vida de Namjoon.
Pensamentos erráticos vagavam por sua mente turbulenta, mas a incredulidade era a façanha mais impiedosa de tudo aquilo.
Ele então fez o que fosse mais conveniente para si: correu.
Não correu para fora, na tentativa de expurgar todo aquele ódio, Namjoon correu até os dois seres parados em sua frente que se abraçavam tão fortemente que pareciam um só.
Agarrar o pescoço de Jimin foi fácil, jogá-lo contra a mobília do quarto não pareceu nada. Receber o primeiro soco de moreno de volta, não machucou quanto deveria.
Namjoon não sentia nada.
Era como estar se vendo do outro lado de uma janela de vidro. Apenas o seu ser irracional operava naquele momento; bruto e territorialista.
Um homem que não tinha nada, se viu perdendo o pouco que ainda possuía. Era estranho, destruidor.
Era assim que Jungkook se sentia o tempo todo?
E essa era a parte que mais o matava. O seu menino carregava esse peso por aí, e ainda continuava a sorrir, pedindo a Namjoon por mais, dizendo que o amava tanto que não cabia em seu corpo.
Mas o quanto daquilo era amor?
Ele já não sabia responder.
- Namjoon! Solta ele! - Foi a voz quebrada que o fez parar. Foram os olhos grandes e escuros, que brilhavam pelo choro, que tomou sua atenção, fazendo-o soltar Jimin. Foi o amor se esvaindo do rosto de Jungkook que o estraçalhou.
- Por que? - O magnata perguntou, sentindo o bolo em sua garganta queimar tudo. - Jungkook, você...
A ficha não caia para ele, mas a verdade nua e crua, sim. Ele então se virou para ela, ao encarar Jimin arrumando a blusa que agora estava amarrotada. Ele o encarava de volta com... receio, tentando manter a pose quando não tinha esse direito. Havia culpa também em seus olhos. Namjoon não conseguiu terminar sua frase, porque ao encarar Jimin, ele encontrou a marca que havia deixado em seu pescoço mais cedo: uma mordida gritante e pretensiosa.
Seu sistema estremeceu com a lembrança viva daquele corpo em sua posse, do cheiro agridoce que ele continha, do aroma de seus cabelos negros e da forma que suas curvas fizeram Namjoon enlouquecer.
E, por mais que fosse condizente a sua índole perversa, chocava Namjoon saber que queria mais. Também queria destruir aquele garoto como nunca pensou em fazer com ninguém antes. De todas as formas.
Torná-lo pó.
Jimin era ruim, Namjoon conseguia se ver nele, como um espelho refletindo suas almas, então não tinha porque temer.
Só havia uma vítima ali.
Namjoon virou para encarar o seu menino, que cravava os dentes na carne de sua boca. Os olhos tão escuros e dolorosos, pareciam partir Namjoon ao meio. Ele estendeu a mão, querendo tocar em seu rosto, reafirmar para si mesmo que apenas o seu toque acalmava Jungkook.
Mas isso não aconteceu. Havia estagnação em sua face e Namjoon sabia que era culpa sua.
Jimin havia dito?
- O que aconteceu com você? Por que você... porra! O que você está fazendo, Jungkook?! - Foi o que perguntou ao marido, vendo o mesmo cravar mais os dentes nos próprios lábios. Quando ele recuou do toque, assim como recuou da pergunta, Namjoon o segurou pelos braços.
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Ecstasy | namkookmin
Fanfiction[concluída] Jung Hoseok, líder de uma quadrilha do narcotráfico de Seul, é mandado em uma missão para pagar uma dívida de seu passado: acabar com um magnata CEO. Seu braço direito, Park Jimin, o ajuda se infiltrando na casa e na vida de Kim Namjoon...