5 - five.

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Com o quinto copo de café em mãos, em um intervalo de meia hora, Yoongi batia o pé e mordia mais firme os lábios inferiores. Suas rugas na testa saltavam e tudo que ele dizia era ilegível. Shownu se aproximou dele mais uma vez, recebendo um olhar raivoso e autoritário, pedindo para que ele se afastasse. Do outro lado da pequena sala onde se encontrava o escritório do delegado, estavam três policiais e um detetive que olhava o delegado com repreensão. Após longas horas com os quatro homens sentados naquela sala que parecia abafada e minúscula pela raiva crescente do delegado, ouviram batidas na porta. O policial Shownu se levantou e foi abri-la.

Um homem de terno muito bem alinhado em seu corpo e com um olhar sério em rosto entrou sem qualquer cerimônia e foi de encontro à mesa do delegado que o fuzilava com os olhos.

- Nós iremos levá-lo agora. Aqui está a ordem judicial de extradição. - colocou, sobre a mesa do delegado, o documento com o símbolo da Interpol gravado acima.

- Eu preciso dele! Essa extradição é uma idiotice. Há um assunto mais sério acontecendo aqui, a sua medalha de honra por ter capturado um traficante que fugiu pode esperar um pouco. - Shownu, junto aos outros policiais e ao detetive, respiraram receosos e se diminuíram dentro daquela sala.

- Ele não é apenas um traficante, delegado. Ele também é um... - fora interrompido com um bater forte sobre a mesa à sua frente.

- Eu não quero saber que porra ele é! Ele não vai embora, ele fica e ponto. Há uma investigação acontecendo aqui, e você e nem o presidente dos Estados Unidos irão tirar minha única ponte até o chefe de toda essa merda. - sua fala ríspida fez com que o agente recolhesse seus documentos e saísse sem dizer nada.

Todos olhavam incrédulos para o delegado que agora parecia indiferente com tudo aquilo. Olhava para o celular ansioso e levando novamente os dedos à boca.

- Tire a mão da boca, Yoongi. - o detetive falou sem olhar para ele e saiu pela porta.

- Tsc. - tirou a mão da boca e voltou a olhar para o celular ignorando o olhar dos três policiais em si.

- Delegado... - Wonho, um dos policiais, o chamou em um fio de voz.

- O quê? - nem se deu o trabalho de levantar os olhos.

- O secretário de segurança disse... - e parou a fala quando viu o delegado se levantar aproximando de si e dos outros.

- Eu quero que o secretário se foda! - agachou em forma teatral em frente aos colegas de trabalho que o olhavam sem piscar - Eu vou dizer o que é para vocês fazerem e vocês farão. Agora, estão dispensados, podem ir.

Todos se levantaram e foram o mais rápido possível. Estar longe do delegado para muitos ali era como respirar ar puro, voltar à realidade, sair do cativeiro psicológico que o mais baixo opôs sobre eles.

Shownu era o único que conseguia respirar e conviver naquele casulo.

- O que você tanto olha no celular? - o policial estava estático no sofá sem se mexer, seu olhar vagava pelo retrato do pai de Yoongi ao lado da prateleira de livros.

- Eu falei pra você ir embora.

- O que você tanto olha nesse celular? - agora os dois se encaravam.

- Não é da sua conta.

- O seu dedo está sangrando de tanto que você o morde. - Yoongi olhou para o dedo e se deu conta do estrago, logo exclamou um "merda" indo atrás de algum curativo por perto.

- O que está te afligindo tanto, Yoongi? - sua pergunta era quase uma lamúria. Yoongi franziu a testa e fez uma careta encarado o homem alto à sua frente. Achou que ele ia chorar.

Ecstasy | namkookmin Onde histórias criam vida. Descubra agora