Ecstasy | namkookmin

12 - twelve

Kim Namjoon era um homem importante. Disso a Coréia inteira sabia. Sua idade abaixo da média para alguém levantar um império, era assunto dentro do mundo dos negócios. Seu nome virou um marco para jovens que pretendiam ser como ele um dia. Seu vínculo com a minoria, era um auxílio para ele ser um homem honrado e respeito.

Vindo dos subúrbios de Busan, Kim Namjoon era filho de um vendedor de uma empresa de papel, que faliu logo após a grande crise que se estabeleceu no Sudeste da Ásia. Sua mãe era uma secretária dessa mesma empresa, no qual ela conheceu o pai de Namjoon, esse que havia, na época, prometido o céus e a terra para a mulher que roubava o fôlego de qualquer um por onde passava. Kim Misuk era um mulher que merecia a grandeza, dada a sua esperteza e beleza descomunal. O jovem casal jurou crescer juntos, terem o que queriam, pois tinham a sabedoria para tais projetos na época, mas tudo desencadeou por um deslize dos dois, logo após a falência da empresa que trabalhavam.

A gravidez indesejada na época de crise foi a causa do desespero e do estresse mútuo dos dois. Se tudo estava ruim, uma criança não era algo que ajudaria no momento. E no caos imposto diante aquela situação, onde até a fome a família Kim enfrentou, Kim Namjoon nasceu. Um garoto, que graças a luta de seus pais, veio forte e saudável, a esperança daquela família que já não tinha mais forças para sonhar.

Cresceu no meio da feira, onde seus pais vendiam verduras e artesanatos feitos pelas próprias mãos de Misuk, a qual já se via desgastada da vida e do rumo que ela havia levado. Namjoon cresceu percebendo o brilho fosco dos olhos dos seus pais se apagando a medida que o tempo roubava mais de suas vidas. A amargura era presente também, principalmente da parte da mãe dele, que sempre o dizia para nunca cair no laço de querer amar alguém, pois o amor não levava ninguém a nada. Ele só traria desgraça e lhe roubaria o que um dia poderia ter sido seu.

Ela culpava os dois homens de sua vida, pela agora amargura que vivia.

Uma mulher ambiciosa, que tinha tudo para ser quem quisesse, mas por um deslize da juventude se viu presa em um fim de mundo, onde a dor e a miséria gritavam alto. Namjoon guardou aquilo para si. Guardou as palavras duras vinda de seus pais para que se esforçasse e sempre fosse o primeiro em tudo. E Kim Namjoon assim fez. Sua juventude foi regada aos livros e o desespero pelo saber e pela perfeição.

Mas, infelizmente, no final de seus estudos, onde ele se viu pronto para pegar sua oportunidade, mesmo que ela lhe fosse rasa na pacata Busan, Namjoon se apaixonou. Porém, o amor para Namjoon é algo que não pode ser comparado com os outros, porque quando descobriu naquele par de olhos negros o verdadeiro fervor de se querer alguém inteiramente para si: Namjoon percebeu que talvez tudo ao seu redor fosse irrelevante e fazer aquele garoto ser seu, era tudo que importava.

Em termos de amor, Namjoon havia ficado obcecado. Tudo naquele garoto o fascinava, e nada no mundo parecia fascinar aquela mente que desde tão nova já era preenchida por um conhecimento absurdo. Namjoon se viu louco, desviou de seus objetivos por um momento, só para ter a certeza se era aquilo que ele queria. E no primeiro instante em que dirigiu a palavra para aquele garoto, o vendo corar em sua frente e desviar os olhos como vergonha, Namjoon percebeu que sim, era aquilo que ele queria. Ele precisa de Jeon Jungkook ao seu lado. Ele deveria torná-lo seu. Pois já que havia sido criado e ensinado a ter tudo no mundo, ele poderia ter Jungkook, não importa o que custasse.

E ele teve.

Quando provou os lábios de Jungkook pela primeira vez na pequena sala do escritório do pai dele, que por caso era o chefe de Namjoon na empresa que ele estagiava, Namjoon se viu imerso em um mar de riqueza que sabia que dinheiro algum poderia o dar. Ele se viciou naquele garoto a medida que respirava, a medida que sua existência era válida nessa terra. Jeon Jungkook era o ar de Kim Namjoon, esse que se via em um mártires eterno entre entregar tudo o que tinham lhe ensinado, para apenas viver tudo que aqueles olhos, que poderiam ser comparados a uma constelação reluzente, onde Namjoon não precisaria nem mesmo ter um céu, o dava.