25.twenty-five

9.2K 644 2.2K
                                    

Não era a primeira vez que Hoseok se encontrava amarrado em uma cadeira rodeado de criminosos armados.

A primeira vez foi quando Yuri decidiu torturá-lo numa noite, acordando Hoseok e o amarrando só de pijama, obrigando ele a receber uma tatuagem com o símbolo de três adagas com uma serpente odiosa nela. Era o símbolo principal da filial mafiosa, e Hoseok ainda não a tinha, mesmo tendo ingressado oficialmente nela.

Mas diferente de Yuri, Yuta, seu irmão mais novo, não parecia se divertir em ver Hoseok preso daquele jeito.

Ele parecia um demônio.

Sorria como se estivesse se divertindo, mas seus olhos gritavam uma loucura remanescente que ele não fazia mais questão de esconder na frente de Hoseok.

A clara visão de um homem ensandecido e guiado pelo diabo a ter o que queria.

O inferno rangia por ele.

- Por que você está me olhando desse jeito? Não é surpresa pra ninguém que o lugar a qual pertence é esse. Um trono forjado de ferro insosso, é quase tão vulgar quanto quem se digna a sentar nele.

O olhar de Hoseok continuava intacto, mesmo que seu semblante fosse de raiva estabelecida e instável.

A diferença dos dois, é que Hoseok podia projetar que suas íris engolissem a insanidade de Yuta e o jogasse para escanteio.

A postura infindável do mestiço ainda era algo que um mafioso de sangue puro não podia copiar.

Assim, ele sequer respondeu aos seus insultos.

Yuta sorriu, fazendo o escarlate de seus cabelos não serem páreos para a infinidade vermelha de seus olhos sem rumo.

O primeiro soco que Hoseok recebeu no rosto, levou consigo uma camada de pele, junto a um dente que ele se obrigou a cuspir antes que o engolisse junto ao sangue.

O objeto pontiagudo entre os dedos de Yuta era tão afiado quanto a intensidade violenta que o mais novo desferiu contra o colombiano.

Isso, e os disparos contra as testas dos policiais, que estavam em uma única linha, sendo abatidos como porcos, deveriam levar Hoseok ao delírio interno.

Mas se render a Yuta era a última coisa que faria na vida.

- Um filho da puta que cultua a morte, deve adorar isso, não é, seu merda? - Yuta levantou sua cabeça, respirando como um animal no rosto de Hoseok, que não reagia a ele. - Quando eu pegar toda a sua trupe de palhaços e enfiar cimentos em suas gargantas bem na sua frente, quero ver a sua pose continuar.

Talvez fosse pelo fato de Yuta ser quem era. Hoseok ainda olhava para ele e via a mesma criança insignificante e carente de atenção e migalhas de um amor corriqueiro. Talvez fosse a pena que Hoseok se obrigava a sentir por ele, assim como sentia por Yuri, um homem amargo de humanidade básica.

Nada nesse mundo era mais patético do que ver a fraqueza de um homem escancarado.

Hoseok quem sorriu dessa vez, deixando o sangue se misturar a baba que descia pelo seu queixo.

- O que a falta do abraço de uma mãe não faz com um homem, não é? Imagina se seu pai tivesse dito "bom menino" pra você pelo menos uma vez na vida. Ou se seu irmão tivesse jogado uma partida de videogame ao invés de fingir que você era uma parte dos móveis e não existia. Uma vez só e você não seria um aspirante a psicopata, Yuta-chan.

A voz suave era tão profunda que o ambiente fedendo a pólvora, sangue e vísceras, ficou em silêncio para escutar.

Todo traço maquiavélico de diversão do rosto de Yuta foi se dissolvendo como fumaça no ar. Seus olhos escuros, eram tão cinzentos que remetia ao seu estado natural de abandono.

Ecstasy | namkookmin Onde histórias criam vida. Descubra agora