A náusea intensa obstrui a capacidade de respiração adequada. Quanto mais Yoongi tentava respirar, mais seu corpo se contorcia em uma agonia sem fim.
Seus olhos fechados pesavam por conta do poder do sedativo percorrendo seu corpo. A hiperventilação maltratava seus poros, o fazendo soar como se estivesse em uma espécie de caixa.
Mas a sua consciência estava voltando aos poucos.
Porém, a sensação de sufocar lentamente era aterrorizante.
Com as forças mínimas, ele se deixou levar, encarando outrora o borrão de sua visão já nublada se tornar uma escuridão sem fim, o engolindo por inteiro.
Parou de lutar; parou de tentar mexer o corpo que não o obedecia e cessou a entrada forçada do ar.
O resto de sua consciência achou que era o fim, e ele nem poderia descrever qual era o abalo daquilo. O bolo acrescente em sua garganta dava a noção, no entanto.
Se aquietou, porém, ao fundo, um zumbido contínuo o fez estranhar, mas tudo era muito vago, apenas o bile em seu paladar era gritante.
- Delegado!
Com a voz abafada, o zumbido se dispersou, fazendo tudo ao redor clarear como um lampejo de luz fluorescente. O delegado arregalou os olhos com desespero, se desmanchando em um vômito que se expeliu de sua garganta como brasa, queimando tudo que via pela frente.
Era incontrolável, ele apenas vomitava até seu estômago parecer se contorcer, querendo sair junto para fora.
- Ele é tão fraco. - Uma voz preguiçosa soou atrás dele, sorrindo. Mal podia se mexer e observar o que se passava em volta. Seu corpo estava curvado sendo mantido por algo, ou alguém, mas ele pouco se importou, só queria arrancar de dentro de si todo aquele antro de sensações e desespero.
- Levanta ele.
Com o pouco de desmotivação, Yoongi foi levantado do chão, suas pernas fracas não conseguindo se manter em pé, mas o pior era sua consciência oscilando. Ele mal se lembrava do nome ou onde estava.
Seus olhos pesados rodavam em volta sendo avidamente machucados pela luz solar que adentrava a grande janela. Seu corpo tremia com força pela fraqueza, as roupas suadas grudavam em sua pele quente e o gosto forte em seu paladar deixava tudo mais agonizante.
No entanto, sua respiração, ao se levantar, foi regulada.
- Delegado, peço desculpas por isso. Alguns homens aqui tem tanto medo do senhor que cederam a pressão e quase o mataram com o uso excessivo de clorofórmio. - Os olhos de Yoongi lutavam com vigor para se manterem abertos, mas a sensibilidade era tanta que lágrimas gordas escorriam por sua bochecha.
Ele estava sentado, colocado de frente à uma janela onde algumas silhuetas o taparam brevemente da claridade.
Um par de dedos deslizou pelo seu rosto, catando as lágrimas salientes que percorriam pela sensibilidade da luz e pelo esforço de expelir o vômito.
Tudo era doloroso e excessivamente desconfortável.
- Daremos um tempo para você descansar... - Yoongi levantou o rosto dessa vez, não se importando com o raio de luz que batia certeiramente em seus olhos, e então, encarou o rapaz em sua frente.
Estranhamente familiar. Foi o que pensou. Tinha cabelos penteados para trás e brincos grandes enfeitando suas orelhas. Seu sorriso mostrava o "par" de dentes alinhados, brancos e maníacos. Seus olhos cintilavam de uma preocupação mínima que enrugava seu cenho. Mas ele parecia contente, no fim de tudo.
Yoongi retomando a sandice, percebeu que aquelas palavras não eram de cunho gentil.
Aquilo o fez estremecer. O chamado alarmante de sua mente lhe gritando que algo de muito errado havia acontecido.
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Ecstasy | namkookmin
أدب الهواة[concluída] Jung Hoseok, líder de uma quadrilha do narcotráfico de Seul, é mandado em uma missão para pagar uma dívida de seu passado: acabar com um magnata CEO. Seu braço direito, Park Jimin, o ajuda se infiltrando na casa e na vida de Kim Namjoon...