13. thirteen

5.6K 884 1.1K
                                    

Quando você cresce regido por regras extremas, sua visão é distorcida da realidade, cujo o aspecto central é servir e não crescer adequadamente. Park Jimin, aos seus quinze anos, não sabia muito bem a diferença de ser uma criança e um adolescente.

Sua cabeça era mantida em uma linha reta e manipulada, onde o seu estado mental havia resetado conforme a autoridade maior em sua casa comandava.

Aos 15 anos, Jimin não sabia ler, não sabia escrever, não sabia a diferença de coisas simples, que jovens de sua idade sabem. Ele não sabia de nada.

Sabia apenas temer.

Sua mente fútil, foi moldada para não evoluir conforme o tempo ia passando e, mesmo depois de ter tido uma noção básica do que seu pai estava fazendo consigo — o tratando como um garoto infantil e deverás ingênuo, Jimin teve coragem de sair daquele inferno mental e constante ao qual vivia. 

Jimin havia crescido onde a regra mais clara era somente uma: obedecer.

No entanto, diferente de outras pessoas que quando crescem em uma família com costumes tradicionais e seguem as regras fundamentadas pela sociedade, Jimin crescia diante de uma distorção rompível pelo olhar de alerta da sobrevivência e do contínuo.

O medo é uma junção de causas que fazem uma pessoa se tornar submissa a qualquer ameaça eminente à sua existência.

Jimin tinha medo.

Nessa sua realidade, sua existência era taxada como mero instrumento de uso para o prazer doentio de seu pai que deturpava sua mente infantil.

Ele deveria sentir medo.

Obedecer e servir.

Era isso que o bastardo da família Park tinha que se propôr dia e noite, até que, uma vez que seu pai se cansasse, ele seria descartado como um mero ser inferior, cuja existência era irrelevante.

Jimin tinha tudo para repulsar os homens e suas ameaças marjoritarias. E, mesmo depois, quando ele se livrou do homem cujo o seu sangue ainda corria em suas veias, ele ainda sentia medo dessa espécie tão repugnante e cruel.

Uma criança que fora ensinada que não era digno de crescer, não era digno de se estar vivo como o resto do mundo e que sua existência não duraria muito naquele caos, onde os que deveriam protegê-lo, eram os que o queriam morto, realmente parecia não ter escapatória.

Uma maldição imposta sobre sua cabeça.

Uma promessa de seu pai.

Um dia, Jimin seria morto por ele e enterrado no terreno da família Park, mas diferente dos outros, ele não teria lápide e não teria nome. Não seria lembrado por ninguém.

Mas, no meio da desesperança e do medo, ele encontrou uma brecha para o que ele ousou chamar de amor.

Contudo, com mais frequência que seu estado o permita, Jimin ainda se lembrava e se martirizava, que sua vida pertencia a alguém, porque, mesmo depois de tudo, ele ainda sente no fundo de si, que deve tudo que tem hoje, para o homem que o salvou das garras da morte. E que ele deve obedecer e servir esse alguém, ainda que o mesmo o diga que não. — Que Jimin não pertence a ninguém, além de si mesmo.

Mas com o grito rígido de Hoseok invadindo seus ouvidos, ao dizer o seu nome, Jimin paralisa, porque ele sente medo.

Ele ama Hoseok, verdadeiramente. Porém, o seu medo ainda se sobrepõe, quando ele lembra quem Hoseok é. E qual sua posição ali.

— Jimin! — Ele deixou sua mão parada sobre o ar, enquanto seus dedos imploravam por sentir o toque daquela pele frágil à sua frente. Quando os olhos de Jungkook encontram os seus, ainda quebradiços e vermelhos, Jimin lutou com seu subconsciente que gritava, o dizendo para ir em frente.

Ecstasy | namkookmin Onde histórias criam vida. Descubra agora