Ecstasy | namkookmin

4 - Four.

Desde pequeno, Jungkook sempre fora rodeado de amor e proteção de seus pais. Tivera uma infância tranquila e acolhedora. Seu pai foi um homem que sempre trabalhou duro e tentou dar o melhor para sua família e, mesmo não estando tão presente no crescimento de seu primogênito, ele sempre tentou dar amor e atenção ao máximo que conseguia. Sua mãe acompanhou cada passo seu e deu lições valiosas, como seu caráter, doçura e gentileza - foram ensinamentos de sua mãe. Mas não precisava. Jungkook sempre foi um menino querido e amado por todos. A sua aparência meiga e sua semelhança com um coelhinho quando criança o fizera ser muito popular, porque as pessoas o achavam adorável.

Quando foi se tornando adolescente, nada mudou. Continuou a ser delicado e carismático o fazendo ser querido por todos. E Jungkook sempre gostou de receber amor e carinho. Retribuía para todos que o davam, mas ainda muito jovem, já tivera um sonho, um sonho não muito comum para um jovem rapaz de sua idade.

Ele queria se casar.

Queria construir uma família e dar o melhor de si por ela. Mas, quando de fato teve certeza sobre sua sexualidade, se viu acanhado e logo se pôs a desistir daquilo. Qual homem iria querer casar assim com ele? Como iria se casar dentro da Coréia? Como iria fazer para ter filhos? Um turbilhão de pensamentos e decepções o atingiram em sua crise existencial na época de sua adolescência.

Quando, por fim, se apaixonou e tivera a sorte de contar sem receios para o homem que amava seu sonho e tendo várias respostas às suas lamúrias, ele nunca se viu tão feliz. Exceto pelo dia do próprio casamento, em uma capela belíssima em São Francisco, na Califórnia. Ali foi o dia mais feliz de sua vida. Nunca se arrependeu de ter se casado tão jovem — era o seu sonho, afinal de contas. Mas não pensou que seria tão... Complicado. Sua mãe o alertou, mas ele não deu ouvidos, casar era o seu sonho e ali estava o realizando. Todavia, hoje, Jungkook vê que não é as mil maravilhas. Você só conhece uma pessoa quando se está debaixo do mesmo teto que ela. Mas ainda assim, com todas as dificuldades e desavenças, com dor, não se arrependia.

Ainda não.

Acordou cedo naquela manhã de sexta-feira. O lado direito da cama estava vazio, então Namjoon tinha ido trabalhar. Isso o frustrou. Queria seu marido perto de si. Se sentia angustiado e com pensamentos ruins sobre o que o outro estivesse fazendo. Mas, não! Namjoon prometeu, então ele cumpriria.

Levantou, se sentindo disposto. Os remédios estavam saindo do seu organismo e seus hábitos estavam voltando ao normal, mas não mentiria que sentia falta deles. Odiou no começo, odiou Namjoon o dando aquilo porque dizia que ele precisava descansar. Ele sabia o que eram, viu o rótulo de tarja preta na embalagem e protestou, mas Namjoon o garantiu que a ansiedade sumiria e que ele voltaria ao normal. Estava sim mais calmo, mas não foram os remédios, foi Namjoon e sua promessa, suas juras e seus votos de casamentos ditados mais uma vez enquanto faziam amor e Jungkook se sentiu amado, isso bastava.

Ao descer as escadas, foi para a cozinha e avistou uma cesta de café da manhã colocada sobre a grande mesa que ficava do outro lado, onde faziam suas refeições. Jungkook abriu cada bandeja e sorriu ao ver seus pratos preferidos feitos ali. O que de fato o deixou mais bobo e feliz foi o cartão do lado, com um "Bom dia" e um "Eu te amo" de Namjoon. Seu dia realmente seria bom.

Terminou de comer e foi ajeitar a louça. Gostava de cozinhar e fazer a própria limpeza de casa, mesmo morando em um apartamento tão grande quanto aquele. Passava o dia inteiro lá, então estabelecia uma rotina para não se entediar, o que levaria à ansiedade. Ele tomaria seu café, deixaria a casa em ordem - Namjoon odiava bagunça e ele não permitia ter -, jogaria uma partida de algum jogo online em sua TV, pois aquilo era o seu manto para a felicidade do dia e depois iria malhar na academia que ficava ali mesmo no prédio. Onde moravam tinham tudo, de academia a supermercado e até um shopping. Era perfeito, não precisava nem sair do condomínio, mesmo que às vezes quisesse.