24. twenty four

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Tw/ Menção a suicidio e descrição gráfica de violência.

outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo, sob a neve de sangue.

Antes.

Namjoon já sabia o que era ser um homem.

Principalmente, espelhando em homens que ele sabia que exalavam poder através de um piscar lento; sem medo, como se o mundo o pertencesse.

Agora, dentro de um café japonês, sendo servido por uma xícara com folhas coloridas flutuando em seu copo, enquanto a neve caia de forma luxuosa sob a travessa de vidro, seu peito se enchia com o cheiro do ambiente que se igualava a lugares que ele queria conhecer.

Ou comandar.

— Gosto de chás. São bebidas também feitas para a alma, dizia minha avó. — O homem falou, sorrindo sorrateiramente enquanto mexia em sua bebida.

Seu sotaque japonês era misturado ao coreano de uma forma unânime e muito formal.

Mas Namjoon, aos 17 anos, já era o homem mais formal que poderia se espalhar entre outros. Sempre imitando personagens de livros que ele admirava, tomando suas personalidades e características que pudessem marcar.

O único problema era o medo.

Namjoon sempre o escondeu bem, mas diante desse homem, com vestes revestidas em um preto marfim, cabelo impecável sobre a testa enrugada e um cajado com uma serpente na ponta, intimidante, a pitada do medo pelo desconhecido parecia alavancar seus sentidos.

Mas ele não poderia demonstrar isso tão facilmente.

Seja lá qual fosse a intenção do homem ao convidá-lo para uma casa de chá tradicional japonesa.

— O senhor não me deu um nome. — Namjoon se embalou na calmaria, tomando em seguida a bebida que cheirava bonito, tinha cor bonita, mas o gosto era amargo e horrível. No entanto, sequer uma ruga sua foi derretida enquanto ele virava o gosto à força contra a garganta.

O homem sorriu ao observar toda sua façanha. Namjoon não se importou em ser observado. Na verdade, ele gostou daquilo.

— Nakamoto Ayaro. Mas me conhecem por outros nomes.

Nakamoto-sama parece um bom nome. — Namjoon respondeu de imediato.

O homem o observou de volta, atento aonde as mãos de Namjoon iam pousar, ou como seus olhos se inclinavam ao divagar.

O medo fedia em suas vestes, mas sua postura continuava intacta.

— Me diga quais são seus planos para seu futuro, pequeno Kim.

Pequeno Kim. Era assim que o homem estava se referindo a ele. Como se ele fosse pequeno, mesmo que aos 17 anos, Namjoon já alcançasse os 1,78.

Não, mas não era de sua altura que ele falava.

— Pretendo me formar em gestão empresarial, senhor. Apesar de não ser um curso muito popular, e também não comumente a minha inteligência, é o que quero seguir.

Ele não era diligente ao se vangloriar.

— Um homem de negócios, então? — O mais velho bebeu o chá outra vez. Namjoon o seguiu no ato.

— Sim. Pretendo fundar meu próprio negócio.

— Em qual área?

— Tecnológica.

Ecstasy | namkookmin Onde histórias criam vida. Descubra agora