Capítulo 34

1.6K 283 58
                                    

Helion:

Eu não acreditava no que os meus olhos presenciaram, elas eram a cópia perfeita de Sirena, belas como as mãe. Cateline não me era uma surpresa, lembro perfeitamente do dia que ela e a mãe apareceram na minha corte, e dos meses que passaram por aqui.

 Foram os melhores, sem dúvida.

Após anos vivendo apenas de casos rápidos, me vi encantado e eu não esperava menos da mais bela das Náiades. A magia, sensualidade, paixão e delicada estavam presentes em cada gesto, me vi envolvido no instante em que ela caminhou em minha direção, com o vestido azul esvoaçante, mostrando detalhes da sua pele clara, os cabelos longos, escuros e volumosos balançavam conforme o ritmo dos seus quadris, e em seus braços havia um pequena garotinha que sorria travessa, que mesmo pequena tinha todos os traços da mãe.

Então ela me fez um pedido: Um abrigo por alguns meses, e eu não negaria ajuda, ainda mais para uma fêmea tão bonita. Nos três primeiros meses achei que fosse enlouquecer, não importava as palavras, ou os pequenos gestos, ela não abria espaço, negava todas as investidas com um sorriso nos lábios volumosos aos quais eu estava desesperado para ter unidos com os meus.

 Eu a deseja de uma forma a qual eu nunca havia desejado nada, em tantos séculos. E ela seria minha.

Após mais alguns meses ela finalmente cedeu, e eu fui o macho mais feliz que já existiu, fui envolvido pelo seu amor e pela sua paixão, fui refém da sua sensualidade, lhe amei e fui amado como nunca antes, então eu senti de leve o laço, a parceria, tão leve que me fazia contestar se realmente era, fiz planos, na verdade fizemos planos e tão rápido como aquilo surgiu, desapareceu, da pior maneira.

Apoio meus braços em uma das mesas, minha cabeça estava fervilhando, e as lembranças que tanto quis esquecer me atingiram com força.

Desço meus lábios pela pele de seu longo pescoço, amava seu cheiro e amava mais ainda a mistura dos nossos, após ama-la. Suas mãos acariciavam meu peito, era sempre assim após eu a ter de mil formas diferentes, ela deitava por cima de mim, cansada mas com o mais belo sorriso nos lábios, seus dedos percorriam minha pele, enquanto os meus olhos memorizavam cada detalhe seu.

Cada sorriso, cada suspiro, o som doce da sua risada, o som dos seus gemidos quando nossos corpos se tornavam um só. Ela era a coisa mais linda que um dia já vi e já toquei.

-Não quero sair dos seus braços, nunca. -Sussurra com a voz doce em meu ouvido, sorrio  acariciando suas costas.

-Você não precisa, podemos passar a eternidade aqui.

-A eternidade seria pouco com você Helion.

-Então viveremos cada dia como o infinito, intensamente e poderosamente. -A viro na cama, deixando seu corpo pequeno em baixo do meu. 

Pela mãe era a visão mais linda.

-Tenho uma filha que precisa de cuidados e meu povo, por mais que seja irresistível eu preciso uma hora sair .

-Sua filha sempre terá um lar...aqui conosco, na Corte Diurna, e o seu povo... os traga para cá. -Ela ri, enquanto suas mãos seguraram meu rosto e seus lábios tocam os meus como uma carícia lentamente e deliciosamente.

-É um bom plano certo? Nossa pequena eternidade.

-Nosso infinito! Seríamos uma boa combinação e você seria a primeira Grã Senhora, linda, sensual e poderosa. -Sua pele mesmo após meses comigo e de tudo o que fizemos cora. -E então seríamos uma família, grande com muitos irmãos, ou melhor irmãs para Line, todos com a sua perfeição.

-Filhas, se não me falasse não acreditaria que você tem vontade de ser pai.-Olho no fundo dos seus olhos, aqueles olhos azuis intensos.

-Com você eu quero tudo, de forma completa.

-Bom, eu desejo tudo com você. -Suas pernas enrolam minha cintura. -Mas me diga qual seria o nome da nossa pequena.

-Corália, como a donzela dos mares.

Porra! Ela estava gravida, quando saiu pelos meu território, ela carregava nosso pequeno infinito, e agora eu vi, a poucos minutos atrás bem em minha frente, ela cumpriu o que me prometeu em nossos lençóis. O infinito, uma filha...a nossa filha, tão bela como a mãe, tão parecida com ela.

Eu tinha uma filha, com a única mulher que realmente amei e que agora estava morta.

Entre mundos e destinosOnde histórias criam vida. Descubra agora