Lilian:
Acordei na manhã seguinte antes do nascer do sol, minha cabeça doía e meu corpo também, então automaticamente minhas memórias voltaram e junto com elas a vergonha apareceu, céus eu havia exagerado no vinho. E nos palavras.
Pobre Azriel...
Me levantei rapidamente, ainda nua em direção as portas que interligam os quartos passando a chave, ontem já passei vergonha demais, na verdade o suficiente para um ano, conforme vou andando para o banheiro me lembrando da minha maldita boca sem filtro.
Você está bêbada Lilian, se um dia quiser isso terá que me pedir e sóbria.
Maldição! Era claro que eu queria, podia ser sem experiência mas não era burra ainda mais como um homem daqueles, o vinho só me deixou mais solta. Tudo bem, bem solta, pedi para ser sua garota má, acho que nunca falaria isso em sua frente se não fosse o vinho, era sua amiga e não sei se a rejeição seria algo bom para mim, acho que já tive minha cota dela, e claro havia Elain, ou sua futura parceira que tinha me comprometido em encontra-la...então era isso, por mais que eu o desejasse, que meu corpo se mostrasse sempre atento quando ele estava próximo, ele seria proibido, mas olhar nunca tirou pedaço.
Mergulho meu corpo na água, sentindo meus músculos relaxarem, solto uma risadinha ao lembrar de Lucien e sinto minha pele corar em seguida, céus o tinha convidado para se juntar as safadezas que minha mente bêbada planejou. Porém apesar da vergonha e dor de cabeça, me sentia bem, leve e segura de mim mesma, sensações que nunca havia experimentado no meu mundo, sempre reclusa, com receio de me expressar e agir pois sabia que não seria compreendida, mas aqui era diferente, não queria aprovação de ninguém, queria ser dona do meu próprio destino, realizar e me permitir desfrutar de tudo.
Após a minha leve intimidação a Tamlin, o clima do almoço havia voltado ser normal, Azriel ainda estava raivoso do meu lado, e suas sombras estavam na minha volta como se me protegessem, via pelo olhar de Lucien que ele estava surpreso com todo o ocorrido. O loiro falou pouco, mas notava que ele estava pelo menos mais leve, não sou Deus, ou a mãe como eles diziam aqui, para condenar os atos de alguém, por isso não mostrei sentimentos ruins ao mesmo, ou julgamentos, não era meu direito.
"Vá para o jardim, ele lhe aguarda...você pode encontrar algumas respostas."
A voz me faz abrir os olhos rapidamente, e eu faço o que ela me pediu, saindo da água secando meu corpo e vestindo minha roupa, ele me daria respostas? Tamlin ?Só existe uma maneira de descobrir, por isso desço rapidamente as escadas.
-Qual jardim? -Murmuro baixinho em busca de respostas.
"No sul..."
Agora ela me respondia, era a primeira vez que ela me respondia de imediato e sem tantas charadas ou ordens, vou ao sul e sorrio ao ver no meio das flores o sol começando a brilhar.
-Estava lhe esperando. -Me viro em direção ao loiro, seu rosto tinha claros sinais de que dormir não era parte da sua rotina a muito tempo, havia uma pequena mesa posta com dois lugares. -Sente-se por favor, acredito que tenha fome, já que não jantou ontem.
-Me passei no vinho, ele é muito bom por falar nisso. -Comento tímida pelo o que causei ontem a noite, e me aproximo puxando a cadeira e me sentando na sua frente.
-As náiades já viveram nesta corte.-Ele sabia, a voz estava certa ele podia me dar respostas, como se adivinhasse minha próxima pergunta ele responde. -Te reconheci como uma, sua pele, seus olhos e seu cabelos são parecidos as da sua espécie.
-Não sou uma, acredito que o colar é delas, por isso manifestou em mim.-Afasto os cabelos lhe mostrando a pedra, brilhando levemente.
-Consegue removê-lo ? -Nego com a cabeça. -Então é seu, te pertence e era para ser seu, como que o obteve?
-O encontrei, ainda pequena no meu mundo, ele costumava ser vermelho. -Suspiro frustrada. -Isso não tem sentido Tamlin, sou humana, nunca notei nada diferente, na minha família são todos normais.
-O que a profecia diz? -Como ele sabia da profecia. -As náiades possuem diversas cantos e profecias antigas, você dever ter uma.'
-Ela não está completa, mas a voz me diz que a pedra poderosa surgiu da união dos cristais escondidos, no peito daquela que viaja pelo tempo, romperá no coração, minha jornada se inicia, a que vaga entre dois mundos tem um caminho e um destino a ser cumprido, nada é em vão, e eu preciso seguir a minha jornada e meus instintos.
-A voz...Quem é ela?
-Não sei, é uma mulher a voz dela é calma mas firme, ela me acalma.
-As náiades estão sumindo. -Levanto meus olhos do cordão, vejo um tipo de preocupação em seu rosto. -Já fazem anos, cada vez mais elas somem e desaparecem, algumas também foram encontradas mortas.
-Acha que isso pode estar relacionado, acha que essa é minha jornada o meu caminho, descobrir isso ?
-Não sei Lilian, só sei que você veio parar aqui por um motivo, vejo em você o brilho delas.
-Como eu as encontro ?
-Não se encontra, não mais...Elas vem até você as poucas que restaram.- Eu precisava de mais respostas, eu precisava as encontrar. -Vocês precisam ir à corte Diurna, pode ser que o quebrados de feitiços saiba de algo, ou seus livros.
-Obrigada Tamlin. -O agradeço, foi pouco mas eu sabia de duas coisas, a espécie estava sumindo, ou melhor estava desaparecendo, alguém estava envolvido nisso e eu precisava saber. -Seria um bom momento para me mostrar a Corte? -Surpreso ele concorda, precisava me distrair para então seguir o meu caminho.
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Entre mundos e destinos
FantasiaDois mundos ligados através de um cordão. Um portal será aberto e por ele uma jovem iniciará a sua mais nova jornada, uma humana que viajou através dos mundos e precisava estar em Prythian, sem poderes, sem nenhuma direção, o que lhe guiava era ape...