Entre mundos e destinos

Capítulo 48

Cateline:

Uma vez me contaram que encontramos a felicidade onde menos esperamos e com pessoas que nunca imaginamos ter ao nosso lado. E eu encontrei os meus momentos mais felizes em várias situações estranhas, ou diferentes para se dizer o mínimo.

Mas hoje, nesse momento, deitada por cima do corpo de Lucien ainda nus após o orgasmo mais surreal e incrível da minha vida, podendo escutar a batida do seu coração, sua respiração ainda desregular, sentindo o toque carinhoso da sua mão percorrendo o caminho das minhas costas ao meu quadril eu me sinto completamente feliz.

Cansada, mas feliz.

-Você está sorrindo? -Ele pergunta curioso, seu corpo ainda está quente, Lucien se tornou o próprio fogo e eu amei me queimar com ele, nunca senti tanto prazer e nunca me senti tão completa, ergo minha cabeça observando seus olhos, subo minha mão afastando os fios vermelhos e suados do seu cabelo, estávamos uma bagunça de suor, gozo e felicidade.

-Estou, e a culpa é totalmente sua. -Beijo seus lábios de leve. -Nunca me senti tão feliz e em paz. -Admito o que eu sentia, com Lucien até isso precisa ser tranquilo, não precisava de nenhuma máscara ou qualquer reserva.

-Nunca me senti assim...

-Assim como?

-Completo Cateline, você me faz sentir completo. -Deito minha cabeça em seu peito, o abraçando ainda mais, sentindo seu coração bater e uma emoção muito forte me atingir, como alguém poderia recusá-lo, como alguém evitaria ser amada por ele?!

-Quando estou com você sinto que sou muito mais do que os pedaços que estou tentando colar. -Não preciso fingir, não preciso sempre ser resiliente , eu podia ser frágil perto dele, ele enquanto me penetrava não evitou meu rosto um único minuto, e mesmo que eu tentasse não pensar nisso, na marca no meu rosto eu sabia que ele poderia não querer vê-la, estava pronta para ficar de qualquer posição que não mostrasse aquela marca, pois sexo era intimidade e vulnerabilidade, e após tudo o que eu passei seria a primeira vez que eu seria vulnerável novamente. Mas não, ele mandou todos os meus medos bobos para longe, beijou, lambeu, chupou e desejou cada parte do meu corpo, cada cicatriz e cada marca, me olhando sempre com admiração, ele pegou fogo por mim, e eu aceitei ser queimada por ele.

Estávamos completamente conectados.

Na segunda vez após nos recuperarmos, ele me colocou em cima dele, me deu todo o poder e controle,  eu me senti poderosa com aquele homem embaixo de mim, com aquele corpo a minha mercê, eu era minúscula perto dele e eu adorava a sensação disso, dos seus braços fortes em minha cintura enquanto eu cavalgava em cima dele, das suas mãos em minha nuca me puxando para um beijo e em seguida apertando meus seios, ele gemendo meu nome rouco enquanto se libertava em mim me fazendo ver as estrelas.

Então após nos perdemos e encontramos um no corpo do outro, várias e várias vezes, pois nunca era suficiente aqui estamos envolvidos por esse emaranhado de sentimentos, sinto meus olhos pesarem com o seu carinho, me acomodo melhor em seu peito, enrolando nossas pernas nele enquanto suas mãos me acariciavam, não queria ficar afastada dele, de jeito nenhum.

-É a primeira vez que durmo com alguém. -Digo refletindo, Issac nunca passava a noite comigo, ele me fodia e ia embora simples assim, e eu nunca reclamei nunca senti falta, até conhecer Lucien, sentia que nunca mais conseguiria dormir sozinha.

-E como é a sensação ?

-A melhor. -Beijo seu peito e fecho meus olhos, me sentia segura, me senti assim desde o momento que despertei em seus braços ainda perdida com tudo, amava o calor do seu corpo, seu cheiro, na verdade amava agora o nosso cheiro. Não importava qual seria meu destino, hoje finalmente eu me sentia completa, havia reencontrado a minha irmã, e me senti amada por um macho pela primeira vez, a única coisa que pedi antes de cair no sono, com suas mãos me acariciando é que durasse pelo menos um pouco, que o destino me permitisse desfrutar disso por mais um tempo antes de me tirar tudo.

...

Minha mãos agarram a cabeceira da cama com força, jogo minha cabeça para trás gemendo alto, o som dos nossos corpos se chocando era a coisa mais deliciosa que eu já havia escutado, suas mão descem em direção ao meu clitóris o massageando, fecho os olhos pelo prazer que me atinge, aquela sensação quase destruidora percorre todo o meu corpo.

-Cateline. -Ele geme rouco em meu ouvido, agarrando minha bunda com força me empurrando ainda mais ao seu encontro, meu corpo treme, minhas mãos seguram a madeira com mais força, e eu desabo na cama, ele se deita ao meu lado, exaustos e suados. 

Estávamos o dia inteiro no quarto, na verdade estava fechando quase dois dias, entramos na noite anterior no começo da festa, passamos a noite, dia e agora a tarde se aproximava. Eu não sentia fome, não sentia necessidade nenhum de me afastar desse quarto, perdi a conta de quantas vezes ele me teve, de quantas vezes eu gozei, transamos em cada canto desse quarto, em várias posições, era tudo surreal, era tudo muito bom.

-Estou dolorida, mas é de um jeito bom. -Digo e o mesmo rosna beijando meu pescoço.

-Pare de provocar. -Acabo rindo, queria muito ficar mas  precisamos sair do quarto, hoje iremos iniciar os treinamentos de Corália, na verdade eles já devem ter iniciado sem nós. -Precisamos descer.

-Eu sei. -Concordo envolvendo minhas pernas no seu quadril enquanto ele nos levava para a banheira, deito em seu peito enquanto o ruivo lava meu corpo, Lucien era extremamente atencioso, perdi a noção de quantos beijos me foram distribuídos, ou quantas carícias recebi, era muito mais do sexo. -E esse sinal... é de nascença? -Digo tocando a pele embaixo da sua costela, havia uma manchinha ali, ele concorda. -Quem tem seu pai ou sua mãe? -Ele fica refletindo uns momentos antes de me responder.

-Na verdade nenhum dos dois, estranho né ? -Concordo. -Normalmente sinais assim são algo genético, mas tenho quase certeza que nenhum dos dois tem.

-Pode ser em outro lugar, não sei...eu tenho uma.. -Digo sorrindo e ficando em pé na banheira, afasto meus cabelos e apontei as três pintinhas na minha bunda, mamãe tinha igual.

-Você acha que não tinha visto ela? -Solto uma risada quando sinto seus lábios ali. -Você é toda linda Cateline, toda e eu memorizei cada parte do seu corpo.

-Eu me sentia antes, digo antes das cicatrizes. -Falo séria e o mesmo me puxa para o seu peito. -Foi difícil no início me olhar no espelho, até mesmo tomar banho, cada vez que minha mão passava pelas cicatrizes eu me lembrava. -Viro encarando o mesmo. -Mas alguém me falou que elas são para me mostrar o quanto eu sou forte, e agora toda vez que eu as vejo eu sinto orgulho de mim, orgulho por ter aguentado tudo o que me causaram, por não desistir.

-Você é uma linda, minha guerreira... tem que se orgulhar a todo instante. -O beijo lentamente, queria tê-lo o encontrado antes, queria ter o protegido, ter falado tudo o que é nítido em si, o quanto ele é especial, e que merece apenas coisas boas, Lucien foi ferido por todos aqueles o qual ele confiou, e eu só queria mostrar o contrario.  Antes de sairmos daquele quarto, ele me amou na banheira, dessa vez com calma, lentamente. Fizemos amor, eu senti seu amor, e não precisou de uma única palavra para isso.

Quando chegamos no jardim, estão infelizmente todos reunidos já treinando, Corália me olha sorrindo maliciosamente, me sinto levemente constrangida eu não esperava uma plateia, não depois de passar quase dois dias enfurnada num quarto. Lucien passa as mãos pela minha cintura e seguimos para perto.

-Bom dia, achei que não iam mais sair do quarto. -Corália provoca e eu sinto o meu rosto ficar vermelho.

-Não era uma opção, mas você precisa de mim para os treinos, a culpa é totalmente sua. -Falo e eles caem na risada, 

-O cheiro de você tá quase insuportável, pela mãe. -Cassian comenta brincando, enquanto jogava luvas em direção Lucien, mas antes leva um cutucão de Nestha para ficar quieto.

-Você não pode falar nada.-Azriel resmunga 

-A culpa não era minha.

-A claro que não. -O encantador de sombras o empurra de leve. -Vamos treinar, Corália e Cateline. -Nos chama.-Helion preparou um dos lagos para vocês. -Olho para Coral numa pergunta silenciosa se ela estava pronta, ela apenas concorda.

-Vamos começar