🧡Novas regras

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NINA


Nem abri os olhos direito e a luz que atravessa as cortinas brancas já me incomoda o suficiente para que eu cubra meu rosto com o cobertor, minha cabeça está doendo tanto que o simples movimento dos meus braços faz a dor ser dez mil vezes pior.

Não deveria ter bebido tanto, algumas garrafas de cerveja até aguento, mas é uma de soju para que eu acorde ruim no outro dia, nem lembro quantas tomei, foi duas ou três? e eu cheguei terminar a terceira garrafa? Questionamentos que continuarão sem respostas.

Por que mesmo eu bebi?

Vou despertando devagar, mas minha mente está empenhada em me fazer lembrar de ontem e dos acontecimentos de sábado também. Beijo, festival, Eunbi, bar, soju e Jeongguk. Tudo vem de uma vez, sem contexto, me deixando bastante confusa.

Sento na cama ignorando o latejo do lado direito da cabeça, passo a mão pelo cabelo tentando arrumar o emaranhado de fios, aos poucos me acostumo com a claridade e com o gosto amargo em minha boca, ainda consigo sentir a bebida pela minha garganta, revirando meu estômago. Provavelmente vomitarei.

Não tenho tempo nem de calçar meus chinelos, a bile chega em minha laringe e preciso correr para o banheiro, ignorando a dor que meu corpo sente com a pressa que o faço se mover, nem fecho a porta antes de abraçar o vaso sanitário e colocar para fora tudo o que ingeri ontem a noite.

E é nesse estado de calamidade que a imagem de Jeongguk com a Eunbi se forma em meu cérebro, os dois sentados na mesa conversando como velhos amigos, ela criando pretextos para que sua mão fosse parar nos braços dele. Assisti aquela tortura por mais de meia hora, depois disso o álcool já havia tomado meu sangue e optei por ignorá-los, mas lembro que ele não tirou os olhos de mim nenhuma vez.

Sábado também surge, nós dois sentados lado a lado, ele partindo meu coração sem saber, cada vez que abria a boca eu sentia cada pedacinho se despedaçar. Enquanto o ouvia queria ter me arrependido de tê-lo conhecido ou de deixar chegar a esse ponto, mas a verdade é que não estou arrependida e sim magoada.

Não sinto remorso de ter me apaixonado por ele, só não acho justo o que fiz com meu coração. O permiti gostar de alguém que não o corresponde, após mais de um ano evitando para que ele não fosse partido.

Estico meu braço para apertar a descarga e fecho a tampa da privada sentando em cima dela, queria me lembrar de mais coisas, mas depois da primeira garrafa tudo se tornou inútil de memorizar, tenho apenas lembranças vagas.

Vi Eunbi ir embora depois de um tempo, mas não estava com Jeongguk ao seu lado, depois estou vestida com a jaqueta de couro dele, do lado de fora do bar e ele agachado em minha frente. Com certeza fui levada para casa por Jeon.

Olho para o cesto de palha debaixo da pia e a jaqueta está aqui, a retiro trazendo para meu nariz, ainda tem o cheiro do seu perfume misturado com o meu creme corporal. Pela roupa que estou usando devo ter tomado banho e jogado ela junto com as outras peças.

Passo a mão pela minha testa ao senti-la pulsar, me forçar a lembrar só a fará doer mais, então desisto e pego minha escova de dentes, passo água no rosto e olho meu estado no espelho, não está pior do que imaginei, dá para perceber que bebi, mas nada que uns creminhos não disfarce.

Volto para o quarto com a jaqueta ainda em minha mão, passo um olho por todo o cômodo achando que assim alguma lembrança virá, mas nada acontece, então largo a peça de Jeongguk na cama desforrada e vou para a escrivaninha. Tem um copo de água e algumas aspirinas. Não faço ideia de quem as deixou aqui, mas agradeço mentalmente a pessoa enquanto engulo um comprimido.

Eu, você e o nosso apêOnde histórias criam vida. Descubra agora