🧡Não era coisa da minha cabeça

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*GATILHO*

Contém narrações de sentimentos e sensações que podem ser desconfortantes para os leitores

***


NINA


Eu consegui me atrasar para a aula do professor Lim.

Mesmo checando várias vezes o horário no notebook enquanto estava na biblioteca, desisti de passar meu almoço ao lado do meu namorado e amigos para fazer esse trabalho de outro mundo que ele passou e ainda assim me atrasei. Mas eu tenho um bom motivo: Estava me matando de tanto pesquisar por culpa dele.

Estou caminhando com certa pressa para chegar ao prédio, não que eu faça muita questão em vê-lo, nem são as minhas aulas favoritas porque tenho cem por cento de certeza que ele me odeia, e a comprovação é o motivo que me atrasou.

Já quase perto do prédio sou barrada por uma mulher muito bem arrumada, roupas tão formais até para ser a diretora da faculdade, o cabelo perfeitamente preso em um rabo de cavalo bem esticado e está segurando uma bolsa que não sei a marca, mas parece bem cara. Acho que nem se eu trabalhasse vinte anos conseguiria comprá-la.

Ela está bem ereta e com a mão levantada, aparentemente pedindo para que eu pare e faço isso mesmo, porque estou curiosa para saber quem é. Olhando atentamente começo a reconhecer os lábios finos, eles me lembram um certo alguém.

— Você deve ser a Nina, certo? — Pergunta com tanto desdém que me faz pensar que sou a última pessoa que ela queria ver em sua vida.

— Sim, senhora. Como sabe? — Se não fosse pelas roupas e o jeito típico de gente rica eu até poderia dizer que podia ser algum conhecido dos meus pais. Aquelas pessoas que te conhecem, mas você não faz ideia de quem seja.

— Aparentemente todos nessa faculdade conhecem a namorada do meu filho. — Pisco algumas vezes tentando compreender sua rispidez até me tocar das suas últimas palavras.

Meu filho.

— Seu filho? O... — Cruza os braços e se endireita, ficando ainda mais ereta.

— Sim, Jeon Jeongguk, meu filho.

Estou de frente para a mãe do meu namorado. Alguém me belisca e diz que isso é um pesadelo, por favor.

A vontade de vomitar rapidamente chega em minha garganta e preciso respirar fundo algumas vezes para não jogar o lanche que Lisa levou para mim fora. Abro a boca, mas não consigo dizer nada por alguns segundos, até engolir em seco e tentar agir normalmente e não como se estivesse morrendo de medo... por mais que eu esteja.

— É-é um p-prazer conhecê-la, senhora Jeon. — Não consigo não gaguejar, o jeito e o olhar dela além de me dar medo também me deixam nervosa. Estico minha mão para que aperte, mas tudo o que recebo é um revirar de olhos.

— Pena que não posso dizer o mesmo.

Uau! Nem sei porque fico surpresa com toda a sua ignorância, não a imaginava de um jeito diferente depois de tudo que Jeongguk passou e me contou, além de ficar ao lado do marido depois que ele expulsou meu namorado do apartamento e da família.

— Já que não veio aqui para me conhecer, o que a senhora quer comigo? — Odeio perder uma aula, por mais que não goste do professor. Então se for para faltar por causa dela não deixarei que me ofenda.

Eu, você e o nosso apêOnde histórias criam vida. Descubra agora