🧡Por enquanto é não

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JEONGGUK


Depois do almoço com os meus sogros ajudei minha namorada a lavar a louça, ela sorria bastante o que me fazia sorrir também, mesmo me sentindo bastante confuso por dentro. Nina quis deitar um pouco já que saímos cedo de Busan, concordei sem nenhum pingo de sono.

Nos deitamos de lado, suas costas em meu peito e meu braço esticado em sua cintura, a abraço bem apertado e em minutos Nina já se encontra em um sono pesado, eu por outro lado fico observando o jardim do lado de fora da janela.

Me sinto esquisito e não sei muito bem porque, deveria estar pulando de alegria pelos pais da Nina terem aceitado nosso namoro, e eu estou feliz, muito mesmo, é um problema a menos que temos que enfrentar. E acho que é isso que está me deixando desse jeito.

Seria mais fácil para nós dois se eu não tivesse uma família tão complicada e não tivesse medo do meu próprio pai, sei que não posso adiar a nossa conversa porque Nina não merece ficar pensando que continuarei sendo noivo da Suzy, mas se eu tivesse escolha preferiria morar em uma ilha deserta com ela do que enfrentar o senhor Jeon.

Sem querer acordá-la tiro meu braço do seu corpo bem devagar e levanto ainda mais lentamente, passo o cobertor até cobrir seus ombros, caminho até a janela e fecho as cortinas brancas para que a luz do dia não a desperte. Antes de sair do quarto deixo um beijo em sua testa, em meio a pequena franja.

Fecho a porta atrás de mim e observo o corredor recheado de fotografias da família, é quase perceptivo a história deles nas fotos, desde da gravidez do filho mais velho até há do ano passado, como se eles estivessem fazendo uma linha do tempo com imagens. Chego mais perto para ver uma foto da Nina em um jardim — que chuto ser o que tem no fundo da sua casa — com flores presas na trança lateral que está usando, deve ter no máximo dez anos e está exibindo aquele sorriso que tanto amo, com as covinhas fundas roubando quase a cena toda.

Tão linda desde pequena.

A cada passada de olho que dou em cada foto pendurada ou apoiada na mesa junto a um abajur minha cabeça insiste em pensar nas fotografias que não enfeitam a casa dos meus pais, deve ter uma ou três quadros em toda aquela gigante mansão. E nenhuma foi tirada por livre e espontânea vontade — pelo que me lembre quando as vi, eu estava muito novo, alguém cheio de dinheiro e que meu pai queria que apoiasse sua empresa estava do lado. Fotos de negócios.

Aparentemente tudo são negócios para minha família.

Eu não queria ter apenas momentos ruins com meus pais, mas quando não estávamos em algum evento para pessoas iguais ao senhor Jeon cada um ficava em seu quarto até o horário da refeição, nenhuma palavra era trocada antes disso — nem durante —, nada de "como foi seu dia?" ou "O que tem feito na escola?".

Eles não se interessavam pelo que eu fazia com a minha vida desde criança, minha mãe só pedia para que eu não arrumasse briga na escola, não queria ser tirada do trabalho por bobagens. Então quando levei um soco de um garoto por um motivo que nem lembro mais não contei à eles e implorei para a diretora não ligar para nenhum dos dois.

No jantar quando viram o roxo em meu olho não perguntaram nada, quem tinha feito aquilo ou por qual motivo tinha acontecido, mamãe apenas me tirou da escola e me colocou em outra, onde me aproximei ainda mais de Jimin e conheci o Hoseok.

Se já era difícil ter alguma interação imagina fotos, quando quero lembrar do meu rosto quando pequeno ligo para minha tia, mãe do Jimin, as minhas fotografias estão em sua casa, ela gosta muito de congelar os momentos, talvez tenha puxado esse gosto dela.

Eu, você e o nosso apêOnde histórias criam vida. Descubra agora