Oito

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Não, senhor, bem, eu não quero ser culpada

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Não, senhor, bem, eu não quero ser culpada

nunca mais

É a sua vez, então, sente-se

Nós vamos acertar as contas.

That's what you get - Paramore



Acordei assustado com os gritos de Chase vindo de algum lugar da casa. Sentei na cama no momento em que meu irmão abriu a porta. Seus lábios se curvaram em um sorriso, que ele se apressou em disfarçar. Ele já estava vestido com o uniforme do colégio e me olhava de uma forma estranha.

— Você tem cinco minutos para se vestir. — avisou. — Não vou esperar mais que isso.

Sem esperar por uma resposta, ele fechou novamente a porta e ouvi seus passos se afastarem.

Peguei meu celular jogado de qualquer jeito na escrivaninha e o encontrei descarregado. Eu conseguia me lembrar perfeitamente de ter colocado ele para carregar na noite anterior, mas o cabo não estava conectado na tomada.

Sem perder tempo, coloquei o uniforme de qualquer jeito e desci as escadas correndo enquanto colocava a porcaria da gravata no pescoço. Sequer fui ao banheiro antes de sair. Podia escovar os dentes no colégio alguns minutos antes da aula.

Chase era um pé no saco com relação a horários. Ele conseguia ser pior que eu nesse quesito, por isso me arrumei de qualquer jeito e corri para o seu carro. Eu precisava de uma carona para escola já que meu carro tinha decidido não funcionar depois da briga que tive com Mackenzie.

A garota parecia pronta para me matar duas noites atrás. Na verdade, o olhar furioso em seu rosto estava presente sempre que eu aparecia em seu campo de visão. Eu tinha conseguido mesmo deixá-la descontrolada.

Mackenzie nunca foi uma dessas garotas doces e delicadas. Desde a infância ela gostava da adrenalina. Seus joelhos viviam roxos e ela ia para a diretoria com mais frequência que muitos garotos. Quando ficou mais velha, essa ânsia por correr riscos e fazer besteira não desapareceu.

Só que ela ficou imprudente. Passou a colocar outras pessoas em perigo e era muito orgulhosa para admitir que estava indo longe demais. Ela gostava de ultrapassar os limites e eu sempre gostei disso nela. Quer dizer, até as coisas fugirem do controle. Até ela destruir uma parte importante da minha vida. Até que uma parte de mim fosse dilacerada.

Depois disso, nunca mais consegui olhar para ela sem sentir raiva. Sem que meu peito doesse. Era difícil ficar no mesmo ambiente que ela por muito tempo. Morar na mesma casa que ela era a porra de uma tortura.

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