De acordo com a Terceira lei de Newton toda ação gera uma reação. Só que nem sempre estamos prontos para lidar com as consequências dos nossos atos. De vez em quando a vida vira de ponta cabeça e precisamos nos adaptar às mudanças.
O problema é que...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Um ano e oito meses atrás
E eu sou a sombra de um fantasma
Sentindo como se alguém tivesse hospedado
Querida, eu não quero fazer uma cena
Mas eu me tornei autodestrutivo
E isso está te afastando
Pedaço por pedaço
Dia a dia
Particles - Nothing but Thieves
Abri os olhos lentamente, sem conseguir enxergar direito devido a claridade. Minha cabeça doía e eu mal conseguia me mover. Eu tinha a sensação de não conseguir controlar meu corpo direito e precisei de uma força exorbitante para mover a cabeça para o lado.
Encontrei minha mãe sentada em uma poltrona, de olhos fechados e a boca levemente aberta. Ela estava coberta por uma manta azul escuro e parecia que era a primeira vez em dias que dormia. As olheiras profundas e escuras eram uma novidade para mim.
Em toda a minha vida, eu nunca tinha visto minha mãe parecer minimamente fora do controle. Nem mesmo quando ela se separou do meu pai. Naquela época ela ficou um pouco mais distante e sei que houveram muitas brigas entre os dois, mas para o mundo, ela sempre estava impecável.
Totalmente diferente da mulher adormecida na poltrona do hospital.
— Mãe? — chamei, sentindo a garganta arranhar.
Ela abriu os olhos, piscando algumas vezes, como se tentasse afastar o sono. Um sorriso doce surgiu no seu rosto quando ela olhou para mim e se aproximou da cama, com tanto cuidado que era como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
— Oi, querida. — Ela acariciou meu cabelo e então beijou minha testa. — Como você se sente?
Dei de ombros ao mesmo tempo em que minha mãe se sentou na cama e me puxou para o seu colo. Ela acariciou meus braços e cantou uma de suas canções favoritas, da mesma forma que costumava fazer quando eu era pequena e acordava assustada por causa de algum pesadelo bobo. O problema era que dessa vez o pesadelo não terminava ao abrir os olhos. Ele só se tornou mais vívido.
Fechei os olhos quando senti as lágrimas começarem a se formar. Deixei um soluço escapar e depois daquilo, perdi todo o controle. Eu odiava chorar, mas ultimamente era só isso que eu conseguia fazer.
Por mais que eu tentasse não pensar no motivo de estar naquele hospital, a lembrança nebulosa daquela noite me atormentava. Mesmo tentando ignorar, eu não conseguia esquecer o olhar desesperado de Chase ou como Alec parecia furioso enquanto gritava por ajuda.
