De acordo com a Terceira lei de Newton toda ação gera uma reação. Só que nem sempre estamos prontos para lidar com as consequências dos nossos atos. De vez em quando a vida vira de ponta cabeça e precisamos nos adaptar às mudanças.
O problema é que...
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Que sensação de estar bem aqui ao seu lado agora
Segurando você em meus braços
quando o ar acabou e nós dois começamos a correr loucamente
What a feeling - One Direction
ANTES
Meus pés estavam doendo de tanto correr. Meu coração martelava no peito com força e eu mal conseguia respirar. Os músculos das minhas pernas davam os primeiros sinais de cansaço, mesmo assim segui em frente.
O único som que eu conseguia ouvir era o das ondas do mar. Continuei correndo descalça na areia fria, sentindo o desespero crescer. Soltei uma gargalhada alta enquanto procurava um esconderijo.
Só que não existiam muitos lugares para me esconder ali, mas eu não estava disposta a sair da praia. Já estava longe demais de casa. Tão longe que pensar em voltar me apavorava.
Olhei para trás e a adrenalina me atingiu quando um vulto começou a correr na minha direção. Se ele conseguisse me alcançar eu estaria ferrada. Acelerei o passo, mas não consegui ir muito longe. Meu pé atingiu uma pedra e eu caí com tudo na areia fofa.
O vulto parou de correr e começou a andar de forma despreocupada. Aproveitei essa sua mania de sempre me subestimar para levantar e voltar a correr. Apesar de seu rosto estar escondido nas sombras do seu capuz preto, eu sabia quem era.
Mal consegui correr uns dez metros antes de ser alcançada. Seus braços apertaram minha cintura e ele me tirou do chão enquanto eu soltava um grito de surpresa e então dei risada quando nós dois caímos deitados na areia.
— Acho que isso significa que eu ganhei... — Blake provocou, sorrindo.
Mostrei a língua para ele em resposta, o que o fez subir em cima de mim, num movimento rápido. Seu corpo mal tocava o meu enquanto ele apoiava as mãos na areia fofa ao meu redor. Encarei seus olhos cor de mel, penetrantes e sedutores enquanto ele diminuía a distância entre nós. Um sorriso largo e doce surgiu em seus lábios e naquele instante eu só conseguia pensar no quanto o amava.
Blake era doce e carinhoso comigo. Era gentil e sempre me fazia sorrir, independente de qualquer coisa.
— Você trapaceou! — fiz biquinho.
— Como? A culpa não é minha que você caiu... — Ele deu um meio sorriso. — Agora eu quero a minha recompensa.
Sem dizer mais uma palavra sua boca tocou a minha com tanta delicadeza que eu quase dei risada. Às vezes ele me tratava como uma garotinha frágil, mesmo sabendo que eu era o oposto disso.
Quando sua língua tocou a minha, o beijo deixou de ser tão delicado e eu aproveitei o momento de fraqueza para jogar seu corpo na areia e trocarmos de posição. Ele deu risada, mas não reclamou quando me sentei em seu colo.
Voltei a beijá-lo, mas dessa vez ele apertava minha cintura com uma mão enquanto a outra me puxava cada vez para mais perto. Meu corpo parecia pegar fogo e eu me segurava para não ir além.
Depois de um tempo, Blake se sentou na areia, comigo ainda em seu colo. Antes de me levantar, dei um último beijo nele. Sua mão acariciou minha bochecha enquanto ele me beijava com ternura.
— Eu quero te dar uma coisa. — Blake anunciou, ao afastar os lábios dos meus. — Você é a dona do meu coração, Mack. Então nada mais justo que carregar uma parte de mim com você.
Blake tirou o colar que sempre usava do pescoço e o colocou em mim. Segurei o pingente com a ponta de uma flecha entre os dedos e encarei seus olhos brilhantes.
Eu nunca tinha visto Blake tirar aquele colar. Ele dormia e acordava com aquele pingente brilhando no peito. Para outras pessoas isso poderia parecer uma besteira, mas eu sabia que aquilo significava o mundo para ele.
— Eu te amo, monstrinho. — falou, roçando seus lábios nos meus.
— Eu te amo. — Repeti, com lágrimas nos olhos.
Antes que ele tivesse tempo de me beijar novamente, me afastei do seu corpo e sorri para o garoto que havia roubado meu coração.
— Podemos nadar um pouco? — perguntei, com um sorriso malicioso.
— Você não cansa nunca? — Ele deu risada quando me viu balançar a cabeça de um lado para o outro. — O que eu ganho em troca?
— O que você quiser.
— Não me teste, monstrinho.
Ele se levantou da areia e começou a tirar o moletom, enquanto eu jogava o meu moletom na areia e tirava o shorts jeans. Seus olhos percorreram meu corpo e eu aproveitei que Blake me olhava como se fosse me devorar para me aproximar.
Abracei seu corpo esguio e ele beijou minha testa, a ponta do meu nariz, minha bochecha e finalmente meus lábios. Ele me beijava sem pressa nenhuma e naquele momento o mundo poderia acabar que eu não me importaria nenhum pouco.
Sem aviso prévio, suas mãos pararam na minha barriga e ele começou a fazer cócegas até meu rosto ficar vermelho de tanto dar risada. Eu me contorcia e tentava empurrar suas mãos para longe, mas é claro que não adiantou de nada. Meu namorado continuava me fazendo gargalhar até me ver perder o fôlego. Quando tirou as mãos de mim, o babaca estava com um sorriso imenso no rosto.
Blake era a luz no meio da minha escuridão e não existia nada melhor do que tê-lo por perto. Eu não fazia ideia de quando tinha me apaixonado por ele, mas às vezes tinha a sensação de que esse sentimento sempre esteve presente.
