De acordo com a Terceira lei de Newton toda ação gera uma reação. Só que nem sempre estamos prontos para lidar com as consequências dos nossos atos. De vez em quando a vida vira de ponta cabeça e precisamos nos adaptar às mudanças.
O problema é que...
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Todo esse tempo estive escondido
E eu nunca tive alguém para chamar de meu
Estou tão acostumado a compartilhar
O amor só me deixou sozinho
Mas eu estou de acordo com o silêncio.
Silence - Mashmello ft Khalid
Foi uma péssima ideia ter ido ao galpão sozinho, mas em minha defesa, eu não tinha planejado perder meu carro naquela merda de aposta. Minha ideia inicial era participar de algumas lutas e pronto.
Só queria deixar a adrenalina tomar conta do meu corpo e tentar esvaziar a mente por algumas horas. Eu precisava aliviar toda aquela tensão ou iria enlouquecer. Lembrar daquele beijo era uma tortura que eu simplesmente não conseguia evitar.
Para ajudar, Mackenzie deixou de estar presente em todos os lugares. Ela começou a se manter distante. Vivia trancada no quarto e evitava o refeitório do colégio sempre que me via.
Eu deveria me sentir melhor com isso, mas o que aconteceu foi o contrário. Quanto menos a via, mais pensava nela. Mais a desejava. Era uma tortura constante. Ela estava fugindo de mim como o diabo foge da cruz e eu me sentia péssimo por isso.
Queria dizer a Mackenzie que estava tudo bem, que o beijo não tinha significado nada, mas aquilo era uma mentira. Aquele beijo foi a porra de um soco no estômago. Um lembrete filho da puta de que ela continuava amando Blake e que eu não servia nem para ser um estepe.
Ao sair do banheiro, encontrei uma figura pequena e encolhida na minha cama. Ela estava abraçando as pernas, com lágrimas nos olhos. E a única coisa que me veio à cabeça é que aquela cena se parecia muito com o dia em que ela me beijou enquanto pensava nele.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntei enquanto andava até o guarda-roupa para pegar uma camiseta, a fim de esconder os hematomas que já começavam a colorir meu corpo.
— Você está bem? — Ela perguntou enquanto olhava para o meu abdômen machucado.
Dei de ombros, sem ter ideia de como responder aquela pergunta. Não estava bem há tanto tempo que nem sei mais como é isso. Meu coração estava dilacerado há anos. Além disso, meu corpo inteiro parecia doer, mas acho que era o ego ferido que mais me incomodava.
— Vou sobreviver.
— Você está bravo comigo? — perguntou, com lágrimas nos olhos.
