Doze

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Eu pensei que meus demônios estavam quase derrotados

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Eu pensei que meus demônios estavam quase derrotados

Mas você ficou do lado deles

E você os puxa para liberdade

Eles sabem meus segredos e não me deixam ir

Demons - Jacob Lee



A vitória no jogo contra o Saint Vicent College deveria ter me animado, mas isso não aconteceu. A adrenalina de estar no campo de futebol já tinha desaparecido há muito tempo e eu simplesmente não conseguia sentir porra nenhuma.

A euforia pós jogo não surgiu. E depois de duas horas bebendo sem parar, meu corpo estava em um estado de embriaguez considerável. Mesmo assim minha mente não desligava. Nem o álcool estava conseguindo diminuir a velocidade em que meus pensamentos voltavam para aquela maldita noite.

O dia 20 de setembro se aproximava e por mais que eu tentasse seguir com a minha vida, aquela data continuava piscando em cores neon diante dos meus olhos. Como a porra de um lembrete do quanto as coisas tinham mudado depois daquele dia.

Eu não era o único a sentir a aproximação daquela data. Chase estava funcionando no piloto automático na maior parte do tempo, enquanto Connor parecia se afundar cada vez mais no álcool e nas drogas. Os nossos amigos pareciam transtornados. Mas acho que dentre todos, Mackenzie era a que estava pior. Os pesadelos que atormentavam suas noites haviam piorado consideravelmente nos últimos dias.

Era nítido que ela tentava disfarçar o quanto estava destruída, mas mesmo com todo o seu esforço, eu ainda conseguia ver que ela estava perto de ter um colapso.

Tomei o último gole da minha cerveja e tentei ignorar a agitação ao meu redor. Havia mais de uma dúzia de alunos da Greenwood largados na grama. Eles estavam completamente chapados e riam feito loucos e falando coisas que jamais diriam se estivessem sóbrias.

O álcool tinha esse efeito. As pessoas costumavam ficar mais desinibidas depois de alguns copos de bebida. Acrescente um pouco de drogas a essa equação e temos um bando de adolescentes rindo sem motivo algum. Alguns choravam à toa e ainda havia aquelas que se declaravam para qualquer coisa que se movimente. E para completar, um retardado ao meu lado estava tentando fazer um boneco de neve. O único problema dessa história é que não estava nevando.

Eu deveria estar com meus amigos, bebendo e rindo, mas ao invés disso, me mantive longe o bastante para que nenhum deles me visse. Se bem os conheço, a essa altura eles já encontraram uma garota bonita o bastante para fazê-los esquecer todas as preocupações.

Não julgo o comportamento deles. Na verdade, queria estar fazendo exatamente a mesma coisa. Se minha cabeça não estivesse tão fodida, eu com certeza estaria dentro de um carro, fazendo alguma garota gemer meu nome.

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