Salto da maca, estemeço em pé quando vibra pelos músculos a dor de ter andado tanto na sola dos meus pés. Os sapatos parecem feitos de aço.
— Cuidado — diz-me Ed.
— Deixe-me! — adianto-me.
— Vai para casa? — pergunta-me Taylor. — Precisa ir.
— Claro que eu vou. Vou embora desse loucura!
Desato a caminhar, os corredores brancos meio vazios estão cheios de sussurros que ignoro categoricamente, mas não posso evitar os calafrios; passo por enfermeiras, maqueiros, enfermos deslizando em cadeiras de rodas.
— Harry... — um cochicho me atravessa.
Paro, alerta. Temo buscar a pessoa, queria tê-la ignorado também.
— Kendall! — lembro-me porque andei tanto.
— Está vivo... Está bem?
— Você tem olhos. Use-os!
Ela me acerca, segura-me pelos braços:
— Por que sumiu?
— Porque tudo começou a dar errado... outra vez.
— Vamos para casa, então!
— Que casa?
— A nossa.
— Não temos uma. Eu tenho a minha e não te quero lá.
— Você de novo? — Ed sauda-a.
A musa loura vem logo atrás, cruzando os braços.
— Você mentiu — desfere Kendall.
— Acha que eu esqueci o que fez? — retruca Taylor.
— Ele não é sua propriedade!
— Ninguém falou de posse. Se toca! Que bem você fez a ele até agora?
— Por que veio aqui, Jenner? — retomo a conversa a nós.
— Queria saber como estava. Não consegui dormir direito. Você me deixou extremamente preocupada.
— Pois, Taylor fez certo em omitir.
— Não diga isso...
— Seu beijo... Destruiu tudo em tão pouco tempo. Assim — estalo os dedos. — Fique longe de mim.
Desviei dela e segui em frente.
— Você disse que me amava! — exclama Kendall.
Viro-me, como um vulto, seguro-a pelos pulsos. — Nunca te amei. Nunca. Nem quando disse que amava. Seu beijo quase me fez desacordar. Se isso fosse um conto de fadas, com certeza você teria matado o príncipe. Sempre foi ela — aponto à musa —, e você sabe disso. E é por saber que não me deixa em paz, mas agora tudo foi dito e não há nada mais.
— Era um faz de conta...
— Sempre foi. E qual o problema? Você nunca me amou também.
— Eu sei! Mas eu achei que poderia...
Suspiro, tenho que fugir. Liberto-a e volto à caminhada.
— Você não pode dirigir, garoto — reclama Ed, alcançando-me pela fachada do hospital.
— Eu chamo um Uber!
— E correr o risco de repetir o episódio do meu motorista? Nem pensar.
— Por que está fazendo isso? — encaro-o. — Você não tem nada a ver. Foi pego no fogo amigo. Não somos problema seu.
— Você sabe que eu preciso fazer isso. Uma última vez. E se der errado eu desisto para sempre. Mas eu lhe disse que sempre espirra merda em mim, não vou ver acontecer quieto!
— Você é um amigo bom demais.
— Eu sei!
Ele acerta-me um soco fugaz na face, minha cabeça sacode como um saco de batatas.
— Cacete!!
— Por ter sumido — explica-se Ed.
— Ah, que interessante afeto — retruco.
Ouço o alarme de trancas num carro estacionado a três metros de nós.
— Não é o seu... — percebo.
— Não — responde Ed, num sorriso dúbio.
— Vamos? — anima Taylor, ainda de braços cruzados, o salto das botas estalando no cimento.
— Qual é...
— Vão e resolvam-se de vez! — é a última coisa que ele diz.
— Não faça isso — suplico.
Tayor segura-me pela mão e me conduz ao automóvel.
— Não esqueça de trocar os curativos!
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I Knew You Were Trouble
RomanceI guess you didn't care And I guess I liked that * Um ano após a gravação de um single juntos, Harry e Taylor se reencontram na França, ao fim de uma turnê da 1D. Passam a noite juntos e acabam se reconectando. Pela terceira vez, ambos parecem disp...