I Knew You Were Trouble

Por trás das palavras

— Não adianta! Você está sempre fazendo isso comigo!

— Foi só uma conversa, eu sabia que você me via assim como ela também sabia. Não aconteceu nada. Nem poderia!

— Eu sei que não. O problema não é você...

— Claramente não!

— Nem eu!

— Há quem duvide.

— O diabo!

— Qual é realmente o problema, Taylor?

— Naquele dia você disse que queria algo mais sério, mas você não consegue se comprometer.

— Você não está fazendo sentido.

— Claro que não. Sou eu quem nunca faz!

— Seja específica!

— Onde está o seu anel?!

Harry ergue a mão, percebo seu rosto mudar leve e friamente. Seus olhos se fecham de maneira firme, espremendo as sobrancelhas.

— Não está com ela.

— Não?! E onde está?

Ele hesita por segundos e só aperta ainda mais meu coração, sinto meu abdômen contraindo-se.

— Eu não sei...

Começo a rir. Sim, rio, então gargalho, não sei em que momento passa a ser uma resposta nervosa. Meus ombros começam a estremecer com a força e o descontrole da risada. Vou-me afastando cada vez mais. Dirijo-me à escada, subo-lhe dois degraus; escuto a sola de seus sapatos estalarem na cerâmica, sua mão morna se enrosca pelo meu braço. Expiro, cansada.

— Agora não, Harry.

— Espere, me ouça, fada. Há algo bem maior que o anel, há algo bem maior entre nós dois e não podemos deixar a qualidade ou o destino disso à mercê de um anel. Coisas se perdem, coisas se acabam, certas delas não são feitas para durar, mas nós restaremos, nós não somos coisas. Ouça, amor, o ouro de que é feito nosso amor nunca se desvalorizará.

— Mas se você não consegue manter um anel, que dirá nosso amor? Como posso confiar em alguém que me diz querer algo sério, mas não atenta à tal seriedade a ponto de não zelar?

— Essas não são as palavras que você quer usar...

— Mas são as que eu estou usando. E isso pode não ser o que você quer ouvir.

— Mas é o que eu preciso.