I Knew You Were Trouble

Adeus, por enquanto

"Então é aqui onde os adultos conversam, não?", perguntara Louis.

Agora, enfiado embaixo desses cobertores, no pico de um arranha-céu desse paraíso neon, recordo-me da reunião com os rapazes. A despedida... Eu as odeio. Tudo nasce para morrer; e a morte transporta-nos à memória, que é uma certa forma de imortalidade. No entanto, nada é feito para durar e a imortalidade não faz eternas as Coisas, mas sucetíveis às marretadas do tempo e a erosão da virtude — seja a Paciência, a Beleza, a Fidelidade ou o simples Sonhar. Somos tão finitos nesta terra de morte, nesta plaga de feras e aspirantes a deuses. Ídolos que somos, também tentando, fingindo ou alcançando, sermos iconoclastas.

Qual via poderia ser somente uma parte da realidade e não essa ilusão dos palcos e dos amores, dos "para sempre" e dos finais felizes...?!

"É, é aqui...", respondera Liam.

Lembro que pude ver um certo alívio em seu rosto; mas Louis estava inquieto, receoso. Era fácil identificar: seus olhos se aquietavam, desciam ao chão ou a qualquer parte que casualmente não teria sua atenção.

"Alguém pode me atualizar?", pediu Niall.

"Estamos livres!", bradou Liam.

"E não éramos desde sempre?", o irlandês paraceu perdido.

"Não, cara", intervi. "Acabou, Niall, esta é última vez que nos veremos como grupo."

"Não achei que fosse para tanto! Sei que nos desentendemos de vez em quando—"

"Não", Liam o interrompeu. "Queremos coisas diferentes. E já queremos há um bom tempo. É tempo de avançar."

"Nós podíamos avançar juntos", murmurou Louis.

"O que está havendo, Harry?", Niall virou-se a mim. "Isso foi ideia sua?"

"Ni, essa é uma ideia nossa. Não finja que também não quer."

"Não tenho medo de admitir que quero! Isso tem de acabar! E logo! Para vocês pode não ser necessário, mas eu estou exausto... Na verdade, para mim já acabou!", assertou Payne.

"Está feito; está dito! O resto é burocracia. E não há nada mais a acrescentar."

Liam chegou-me perto, abraçou-me, seus olhos revelavam o alívio no coração. Recitou-me ao ouvido uma linha do Bardo:

"Siga seu íntimo e na investida, brado "Deus por Harry, a Inglaterra e São Jorge!"