O seu "talvez" diz muito

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— Está tudo bem aí?

— Acredito que sim. E ai, está tudo bem, Paul?

— Engraçado, parece que estamos em lugares diferentes, e só estamos distantes um passo... — não lhe prestei atenção. — E sim, Harry, comigo está tudo bem.

— Estava pensando... Como as coisas estão... Tudo parece estar bem, mas não me sinto tão bem assim. No sentido de que algo me falta. Tudo vai bem no "trabalho", no geral, mas me falta algo mais... Essa é a sensação.

— Você se refere ao amor...?

— Talvez!

— Até seu "talvez" me parece bem definido. Seu "talvez" já me diz muito. Você sabe que tem que lidar com isso, não?

— Sim, eu tenho noção disso. Quantas vezes vou ter reviver esse processo? Esta conversa, e essa constante sensação de incompletude.

— Até tudo estar, de fato, resolvido!

— Eu queria que isso não fosse tão importante para mim, mas isso acaba sendo o que me deixa mais completo. Eu queria que ela não fosse tão importante! Que ela não fosse meu pensamento diurno e meu sonho ao deitar. Ela está aqui; ela sempre esteve aqui!

— E é provável que ela permaneça, pelo menos por enquanto, até você se apaixonar por outra pessoa.

— E se tudo se repetir?

— É possível que se repita. Mas uma hora ou outra, você vai reconhecer e, principalmente, saber lidar com essa sensação, com seus sentimentos.

— Então essa sensação vai continuar por um tempinho. Isso transparece meu receio.

— Consequentemente, sim. Nossas relações são assim. É o paradoxo de amar o amor e ainda assim odiá-lo durante o percurso. Assim sempre será.

I Knew You Were TroubleOnde histórias criam vida. Descubra agora