Destino Inevitável

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Ao contrário do que a maioria pensa, as cenas de casal em uma série não são tão românticas por trás das câmeras. Temos uma equipe em nossa volta gritando e observando cada detalhe, nos instruindo como agir e ajustando partes de nosso corpo, maquiagem e cabelo. Somos filmados em todos os ângulos possíveis e regravamos as cenas inúmeras vezes para ficar exatamente como a diretora e roteirista deseja. Não posso negar que tem momentos que esqueço toda essa pressão, e na maioria das vezes ocorre em cenas descontraídas, onde me divirto tanto quanto a personagem. No entanto, aconteceu em algumas cenas emocionantes, como na que Emma descobriu que tinha uma irmã, me senti genuinamente tocada e não parecia que estava interpretando. E devo admitir que também senti algo diferente quando Emma estava dançando com Adam e por fim, quando o beijou.

Mas nada se compara com o que estou sentindo agora, com meu rosto a centímetros de distância do rosto de Sinan. Dessa vez, eu não estudei a próxima fala, sendo assim, não faço a menor ideia de como devo agir.

E eu culpo Sinan Bragg por isso, pois seja qual for o perfume dele, não está me ajudando a raciocinar direito.

Meu estômago está revirando desesperadamente, minhas pernas estão bambas e eu tenho tantas perguntas que nem sei qual fazer primeiro.

Por que ele me beijou? Estou ciente que tem paparazzi nos observando, não sou tola. Contudo, ele poderia ter segurado minha mão, dito que me amava, qualquer merda romântica que não exigisse me pegar tão desprevenida!

E por que diabos eu retribui o beijo? Há algum motivo plausível para Sinan ainda estar tão próximo de mim? Tinha necessidade de sair de casa tão cheiroso?

– Sinan? – empurrei seu braço que ainda estava em minha cintura – Podemos ir?

Seu dedo tocou a mecha de cabelo que caía em meu rosto e a levou atrás de minha orelha, e ele sussurrou em meu ouvido:

– Não estrague tudo, vamos sair daqui e parecer felizes. Combinado?

Senti meu corpo inteiro arrepiar e não ousei responder. Apenas assenti e entrelacei nossos dedos.

Demos alguns passos antes de sermos cercados por paparazzi e Sinan apertou minha mão como um aviso para seguirmos adiante.

Apenas acenamos e tentamos sorrir até chegarmos no carro.

– Acho que nos saímos bem. – Sinan disse, quando já estávamos longe o bastante.

Olhei para ele com uma onda de irritação me atingindo.

– Você me beijou.

– Você retribuiu meu beijo. – ele sorriu.

Sim, eu retribui. Por que eu fiz isso? Estou perdendo o resto de juízo que ainda me resta?

– Você me pegou completamente desprevenida, Bragg!

– Eu avisei que iria te beijar. – deu de ombros.

Meu parceiro parecia estar se divertindo com minhas perguntas e eu desejei a minha habilidade de provocá-lo que usualmente está presente, mas dessa vez estava tensa demais para isso.

– Você não podia ter pensado em outra coisa? – perguntei.

Sinan riu.

– Como o quê? Sua assessora foi clara, tínhamos que fingir que não vimos eles e agir naturalmente como um casal!

– Você podia ter me dado um beijo no rosto!

O ruivo revirou os olhos.

– Quantos anos nós temos? Doze?